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O Grupo dos 20 (G20), também chamado de G20 Financeiro, foi criado em 1999 em resposta às sucessivas crises financeiras por que passavam algumas potências econômicas, sobretudo na Ásia, no final da década de 90. O objetivo do grupo é fortalecer as negociações internacionais entre os países-membros e proporcionar uma estabilidade econômica global.
O G20 é formado pelas 19 maiores economias do mundo, representadas pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais, mais a União Europeia, representada pelo Banco Central Europeu e pela presidência rotativa do Conselho Europeu.
Fazem parte do G20 os oito países mais ricos e influentes do mundo, o G8, e 11 países emergentes.
G8: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia.
Países emergentes: África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México e Turquia.
Os países-membros do G20 representam 80% da economia global, abrigam 64% da população mundial e respondem por mais de 90% dos gastos com pesquisa e desenvolvimento no mundo. Além disso, a reunião dos 19 países representa 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Tópicos deste artigo
Reuniões de Cúpula
Desde 2008, representantes dos países-membros encontram-se anualmente¹ para a Reunião de Cúpula do G20. Geralmente, os próprios chefes de Estado (presidentes e primeiros-ministros) comparecem às reuniões, mas é comum a presença apenas dos presidentes dos Bancos Centrais ou do Tesouro de cada país.
Em 2019, a 14ª Reunião de Cúpula do G20 aconteceu nos dias 28 e 29 de junho, em Osaka, no Japão. As principais pautas foram a liberdade econômica e o protecionismo econômico aplicado por Estados Unidos e China nos últimos anos, a preocupação com questões relativas ao clima e o Acordo de Paris, além dos conflitos entre alguns países, como Estados Unidos e Irã.
Em 2020, a 15ª Reunião de Cúpula do G20 será em Riad, na Arábia Saudita, nos dias 21 e 22 de novembro. As próximas serão na Itália (2021), Índia (2022) e Brasil (2023).
Desafios do G20
Nos últimos anos, analistas econômicos de todo o mundo têm discutido sobre a relevância das reuniões do G20. Criado com a intenção de definir os rumos da economia mundial, o G20 pouco tem influenciado os mercados financeiros. Segundo pesquisa publicada pelo Banco Central Europeu, em 2014, “os efeitos das reuniões do G20 são pequenos, de vida curta, não sistemáticos e não robustos”.
O mesmo estudo mostra que as reuniões do G8, do Banco Central dos Estados Unidos e da União Europeia têm um impacto muito maior sobre as bolsas de valores. Por esse motivo, alguns países, principalmente os tidos como emergentes, com exceção da China, encaram a reunião do G20 como um compromisso protocolar. Ao mesmo tempo, países influentes aproveitam o encontro de líderes para fazerem acordos bilaterais.
Outro desafio do G20 é promover uma integração e sinergia entre os países-membros, sobrepondo-se aos interesses individuais. Atualmente, há uma tendência de “desglobalização”, evidenciada pelo Brexit e o nacionalismo protecionista de Donald Trump.
G20 Desenvolvimento
Em 2003, foi criado um outro grupo que também recebeu o nome de G20, mas com o foco no desenvolvimento da agricultura. O G20 Países em Desenvolvimento foi criado para a elaboração de projetos para a atividade econômica agrícola, o principal tema da Agenda de Desenvolvimento de Doha.
O G20 Desenvolvimento possui, atualmente, 23 países-membros: cinco países da África (África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia e Zimbábue), seis da Ásia (China, Filipinas, Índia, Indonésia, Paquistão e Tailândia) e 12 da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela).
¹Em 2009 e 2010, houve duas reuniões de cúpula por ano.
Por Adriano Lesme