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O G7 (Grupo dos Sete) é um fórum informal de diálogo que reúne os sete países mais desenvolvidos e industrializados do mundo:
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Canadá;
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Estados Unidos;
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Reino Unido;
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França;
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Itália;
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Alemanha;
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Japão.
Criado na década de 1970, o grupo realiza anualmente a Cúpula do G7 para discutir temas contemporâneos de grande importância para a comunidade internacional. Os assuntos abordados compreendem desde questões econômicas, políticas e de segurança, como a Guerra entre a Rússia e a Ucrânia, até sanitárias, como foi o caso da pandemia de covid-19.
Além dos sete membros oficiais, a União Europeia participa do G7 como membro não numerado. Outros países são também convidados a integrar as reuniões do grupo. O Brasil já participou de sete cúpulas do G7 nessa condição, sendo a mais recente realizada em Hiroshima, no Japão, em 2023.
Leia também: Nova Ordem Mundial — a estrutura geopolítica mundial caracterizada pela emergência de múltiplos centros de poder
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o G7
- 2 - Quais países fazem parte do G7?
- 3 - Qual a função do G7?
- 4 - Qual a importância do G7?
- 5 - Cúpula do G7
- 6 - Quais são as diferenças entre o G7 e o G8?
- 7 - História do G7
- 8 - Brasil e o G7
- 9 - Críticas ao G7
Resumo sobre o G7
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O G7 é um fórum informal de diálogo composto pelos sete países mais desenvolvidos e industrializados do mundo.
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Os países que fazem parte do G7 são: Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Japão.
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A União Europeia também faz parte do G7 como membro não numerado.
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O grupo discute temas atuais de grande importância para a comunidade internacional, que giram em torno de eixos como economia global, segurança internacional e direitos humanos.
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O G7 tem presidência rotativa. O país que assume esse posto fica responsável pela organização da Cúpula do G7.
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A Cúpula do G7 é o encontro anual do fórum. Participam dela todos os membros e os países e organismos internacionais convidados.
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Entre 1997 e 2014 a Rússia fez parte do fórum, que se chamava, então, G8. O país foi suspenso após a anexação do território da Crimeia.
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O Brasil já participou de sete cúpulas do G7 como convidado, sendo a mais recente a cúpula de Hiroshima, no Japão, no ano de 2023.
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As críticas ao G7 versam, dentre outros motivos, sobre as tomadas de decisão que beneficiam os países do grupo em detrimento das nações menos desenvolvidas.
Quais países fazem parte do G7?
O Grupo dos Sete (G7), como o nome nos indica, é formado oficialmente por sete países:
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Canadá;
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Estados Unidos;
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Reino Unido;
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França;
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Itália;
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Alemanha;
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Japão.
Importante: Além dos países-membros do fórum, a União Europeia (bloco político e econômico constituído por 27 nações europeias) foi convidada para fazer parte do grupo no ano de 1977 e desde então compõe o G7 como um membro não numerado. Durante as cúpulas do grupo, chefes de Estado e representantes de outros países que não são parte oficial do G7 são convidados para participar de algumas das reuniões.
Qual a função do G7?
O G7 tem como função a discussão de temas atuais e de grande importância para a comunidade internacional, visando à tomada de decisões e a elaboração de políticas coordenadas que possam auxiliar na resolução de conflitos e na solução de problemas. Temas relacionados à economia global, à segurança internacional e aos direitos humanos, por exemplo, são recorrentes nas reuniões do grupo.
Qual a importância do G7?
O G7 reúne as sete nações com maior poder de influência na geopolítica internacional, além de possuírem economias dominantes que respondem por uma parcela de aproximadamente 45% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. O fórum corresponde, ainda, a um ambiente onde esses países do chamado Norte Global (países desenvolvidos) podem coordenar as suas ações sobre problemas contemporâneos e elaborar políticas em diferentes áreas com propósito em comum.
Diante disso, podemos dizer que o G7 é importante porque as decisões tomadas pelos seus membros possuem repercussão global e afetam todos os países de maneira direta ou indireta, impactando na política, na economia ou em áreas como saúde e meio ambiente.
Cúpula do G7
A Cúpula do G7 é o encontro anual dos chefes de Estado e líderes dos sete países integrantes do fórum, incluindo a União Europeia. Várias reuniões são realizadas durante a cúpula do G7, nas quais são discutidos temas contemporâneos que possuem importância global.
Durante os primeiros encontros, a economia era o principal foco dos países do fórum. Atualmente, há uma maior diversificação dos temas abordados. Nas cúpulas mais recentes, a pandemia de covid-19, a Guerra entre a Rússia e a Ucrânia e as questões do clima global foram alguns dos assuntos abordados. Ao final de cada encontro é produzido um documento oficial que resume todos os pontos discutidos durante as reuniões. Nesse mesmo relatório estão registradas as decisões tomadas pelos membros do grupo.
Cada cúpula acontece no país que, no momento, está na presidência do fórum. O cargo de presidente do G7 é rotativo e muda todos os anos. Atualmente é o Japão que ocupa a presidência, razão pela qual a cúpula de 2023 foi realizada no país, mais precisamente na cidade de Hiroshima.
A Cúpula do G7 não é frequentada somente pelos membros do fórum. É comum que líderes de outros países e organismos internacionais (ONU, OMC, OCDE, FMI etc.) sejam convidados para acompanhar algumas das discussões e participar de determinadas reuniões de trabalho. No último encontro do grupo, países como Austrália, Brasil, Vietnã, Camarões e Coreia do Sul estavam entre os convidados.
Quais são as diferenças entre o G7 e o G8?
A principal diferença entre o G7 e o G8 é a presença da Rússia. O país passou a integrar oficialmente o fórum no ano de 1998, quando se tornou o Grupo dos Oito (G8). Entretanto, a anexação do território da Crimeia realizada pela Rússia em 2014 fez com que o país fosse suspenso do grupo por tempo indeterminado.
É importante lembrarmos aqui que a Crimeia é uma península localizada ao sul da Ucrânia e integrava o território ucraniano como uma república autônoma desde 1954. Os desdobramentos das tensões entre Rússia e Ucrânia culminaram na guerra que teve início em 2022 e segue em curso. Esse conflito foi pauta da Cúpula do G7 de 2023 e gerou novas sanções impostas à Rússia.
História do G7
A história do G7 começa na década de 1970, quando a geopolítica global e, principalmente, os países desenvolvidos eram marcados pelas crises políticas internas aos territórios e pelo primeiro choque do petróleo, que afetou diretamente a estabilidade do mercado internacional. No ano de 1973, algumas reuniões informais aconteceram entre representantes dos Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha Ocidental, em que discussões giraram principalmente em torno de temas econômicos.
Em 1975, o então presidente francês, Valéry Giscard d'Estaing, e o primeiro-ministro da Alemanha, Helmut Schmidt, convocaram uma reunião para discutir temas pertinentes ao contexto econômico da época. O encontro foi realizado no Castelo de Rambouillet e contou com a participação de cinco países além da França: Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão e Itália. Essa foi considerada a primeira e única reunião do G6. Os Estados Unidos solicitaram a entrada do Canadá no fórum em 1976, e nesse mesmo ano, aconteceu a primeira cúpula do G7.
A Rússia passou a participar das reuniões do G7 em 1994, tendo integrado a maioria das discussões na cúpula de Denver (Estados Unidos) em 1997. Já no ano seguinte, o G7 se transformou em G8 em função da participação da Rússia. Como vimos anteriormente, o país deixou de ser membro do fórum após a anexação da Crimeia.
Veja também: G20 — o principal fórum de cooperação econômica internacional
Brasil e o G7
O Brasil foi novamente convidado para participar da cúpula do G7 depois de um hiato de 14 anos. O convite foi para participar do encontro que aconteceu em 2023 na cidade japonesa de Hiroshima. Analistas veem esse movimento como uma tentativa dos países desenvolvidos do G7 de se aproximarem mais dos países emergentes, motivo pelo qual os líderes de outras economias em desenvolvimento foram também convidados. Outras interpretações associam, ainda, a participação do Brasil com os diálogos acerca do conflito na Europa entre a Rússia e a Ucrânia.
A primeira participação do Brasil em uma cúpula do G7 (que na época era G8) se deu em 2003, durante o encontro sediado na França e no mesmo período em que a economia brasileira despontava no cenário internacional, ganhando cada vez mais espaço entre os países emergentes. Novas participações aconteceram em 2005 (Reino Unido), em 2006 (Rússia), em 2007 (Alemanha), em 2008 (Japão) e em 2009 (Itália). Até o momento, o país já fez parte de sete cúpulas do G7.
Críticas ao G7
O G7 é um grupo formado por algumas das maiores e mais influentes economias do mundo. Esses países desempenham papel centralizador no cenário geopolítico, e as principais críticas são direcionadas ao fato de as decisões serem tomadas com base nos seus próprios interesses, deixando de lado os impactos negativos e as dificuldades que os países subdesenvolvidos e as demais nações do globo possam vir a ter.
Outro ponto criticado é o fato de a China não integrar o fórum como membro, embora seja a maior economia emergente e segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Discute-se também o fato de que muitos dos problemas abordados pelos membros do G7 durante suas reuniões tiveram origem nas próprias ações desses países no passado histórico, especialmente em relação à exploração de recursos naturais em outros territórios.
Créditos de imagem
[1] Ricardo Stuckert / Palácio do Planalto / Wikimedia Commons (reprodução)
[2] Kremlin / Gabinete de Imprensa e Informação Presidencial / Wikimedia Commons (reprodução)
[3] Kremlin / Gabinete de Imprensa e Informação Presidencial / Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
AFP. O G7, uma reunião informal de grandes potências. UOL Notícias, 2018. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2018/06/09/o-g7-uma-reuniao-informal-de-grandes-potencias.htm.
AZEVEDO, Rayanne. O significado do retorno do Brasil ao G7 depois de 14 anos. Deutsche Welle (DW), 2023. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/o-significado-do-retorno-do-brasil-ao-g7-depois-de-14-anos/a-65678501.
BICKER, Laura. Por que G7 convidou Brasil e outros 7 países para cúpula no Japão. BBC News, 2023. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c727yzypv8xo.
G7 Hiroshima Summit 2023. Disponível em: https://www.g7hiroshima.go.jp/en/.
LEBLANC, Paul. Saiba o que é o G7 e qual a importância dessa cúpula de líderes mundiais. CNN, 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/saiba-o-que-e-o-g7-e-qual-a-importancia-dessa-cupula-de-lideres-mundiais/.
LUCCI, Elian Alabi. Território e sociedade no mundo globalizado, 2: ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2016.
REDAÇÃO. Entenda o que é o G7 e quais são as diferenças para o G8 e o G20. Folha de S.Paulo, 2023. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/05/entenda-o-que-e-o-g7-e-quais-sao-as-diferencas-para-o-g8-e-o-g20.shtml.
SENADO FEDERAL. Manual de Comunicação da Secom: G7 e G8. Senado Federal, [S.I.]. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/manualdecomunicacao/guia-de-economia/g7-e-g8.
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia