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O futebol, esporte que é considerado a paixão nacional e, sem dúvidas, o mais popular do mundo, começou a ser praticado na Inglaterra, no século XVII. À época, o esporte não tinha o formato que tem hoje e tampouco era chamado de “futebol”. Isso só aconteceu décadas depois, com a criação das regras.
Hoje o futebol movimenta um mercado financeiro bilionário, proporciona eventos globais, transforma atletas de todas as origens em ídolos internacionais e utiliza da mais alta tecnologia em transmissões e equipamentos esportivos. No entanto, a história do futebol não começou assim. O esporte trilhou uma longa jornada, sem nenhum tipo de glamour e com poucos holofotes, até chegar a esse patamar.
Leia também: Curiosidades da história do futebol
Tópicos deste artigo
- 1 - Origem do futebol
- 2 - Crescimento do futebol como esporte
- 3 - Criação da Copa do Mundo
- 4 - Futebol no Brasil
- 5 - Estádios
- 6 - Seleção Brasileira
- 7 - Como surgiram os torcedores
- 8 - Racismo e preconceito
- 9 - Futebol feminino
- 10 - Resumo da História do Futebol
Origem do futebol
Não se sabe com precisão a data em que o futebol surgiu. Historiadores contam que os ingleses adquiriram o hábito de chutar uma bola de couro, símbolo da cabeça de um membro do exército da Dinamarca, como forma de comemorar a expulsão dos dinamarqueses de seu país ainda no século X. A ação era realizada anualmente, mas, com o tempo, a prática passou a popularizar-se, e os jogos com a bola passaram a ser realizados com maior frequência.
Os jogos não tinham regras estabelecidas, e era permitido diversos tipos de agressões para avançar ou conter o adversário, o que acabava ferindo muitos dos praticantes. Com as consequências, o Rei Eduardo II decidiu proibir os jogos, temendo a perda dos soldados do seu exército. A prática foi proibida, mas não cessada e, apenas em 1681, os jogos com a bola voltaram a ser permitidos na Inglaterra.
O período entre 1810 e 1840 registrou o crescimento desse jogo popular pelos alunos das escolas públicas da Inglaterra, porém, o esporte permaneceu sendo considerado uma atividade violenta e não apropriada aos jovens de classe alta dos colégios da elite inglesa.
Para saber mais sobre as origens do futebol no Brasil, leia: Primórdios do futebol no Brasil.
Regras do jogo
As primeiras regras escritas do futebol surgiram em 1830 — The Football Rulles — e foram criadas pelo Colégio Harrow. Estabeleceram o número de 11 jogadores para cada equipe e os gols para onde a bola deveria ser conduzida. Como havia uma diversidade nas regras, que variavam para cada colégio, em 1848, houve uma reunião de diretores de várias escolas que estabeleceram um código comum para o futebol, o que ampliou a aceitação da atividade nos meios educacionais e nas classes mais altas.
Ao longo das décadas, novas regras foram implementadas e muitas outras modificadas até o futebol chegar ao formato que é conhecido hoje. Entre as mudanças, muitas colaboram para que o jogo ficasse mais limpo e justo.
Entre as principais regras inseridas, uma das ferramentas fundamentais para a disciplina foram os cartões amarelos e vermelhos. Eles foram inseridos em 1970, para a Copa do México, como uma forma de facilitar a comunicação entre os países que não falavam o mesmo idioma. Além disso, as regras do futebol têm alterações constantes pelos órgãos reguladores, como mudanças nas dimensões de campo, substituições de jogadores e muitas outras.
Veja também: Regras do futebol
A mais recente mudança nas regras do futebol foi a inserção Árbitro de Vídeo (VAR). A novidade possibilita que os árbitros sejam auxiliados pela ajuda de câmeras quando houver dúvidas sobre os lances do jogo. O equipamento ainda não está inserido em todos os campeonatos, mas foi utilizado na Copa do Mundo da Rússia, em 2018, Copa América de 2019 e já é utilizado em alguns jogos do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil.
As últimas alterações nas regras do futebol foram feitas para validação na temporada 2019/2020 pela Internacional Football Association Board (The IFAB) e passaram a valer a partir do dia 1º de junho. O documento com as mudanças foi divulgado pela CBF com o nome 'Regras do Jogo 2019/2020 – Mudanças e Esclarecimentos'.
Crescimento do futebol como esporte
O crescimento dos desafios e torneios entre clubes foi impulsionador para a institucionalização do futebol, que ocorreu em 1863. A partir da fundação da Football Association (FA), instituição que formulou as primeiras regras para a prática do futebol, o esporte passou a ter mais visibilidade e a elaboração de campeonatos e partidas oficiais iniciou-se. A criação dos campeonatos foi importante para o surgimento de regras universais para o futebol, e, desde então, o esporte começou a expandir-se, universalmente.
Ao longo da década de 1870, o futebol começou a ser praticado pela classe trabalhadora inglesa, estimulada pelos donos de fábricas, pela necessidade de jogadores para se formar equipes. Nesse momento, o futebol deixou de ser privilégio da classe endinheirada e passou a ser difundido pelos centros urbanos e pelos diversos segmentos da sociedade britânica, contribuindo para um espaço de convivência entre burgueses e operários.
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Criação da Copa do Mundo
Em 1904, dirigentes da Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Suécia e Suíça reuniram-se em Paris, na França, para fundar a Fédération Internationale of Football Association (Federação Internacional das Associações de Futebol), a FIFA, órgão que comanda o futebol e é responsável por organizar competições de nível mundial. A entidade foi criada para suprir o desejo de um torneio de futebol entre os países.
Após a criação, a Inglaterra foi a primeira a aderir à nova federação, seguida por Alemanha, Áustria, Itália e Hungria. Em seguida, países de outros continentes aderiram à FIFA. Atualmente, a federação tem sua sede em Zurique, na Suíça.
A primeira edição da Copa do Mundo de Futebol foi realizada, pela organização, em 1930, no Uruguai, e contou com a participação de 13 seleções da América e Europa, o que influenciou ainda mais a expansão do futebol.
Depois desse ano, a Copa do Mundo criou a tradição de ser disputada de quatro em quatro anos. Posteriormente, Itália e França sediaram o mundial, que foi paralisado de 1942 a 1946, em consequência da Segunda Guerra Mundial.
Foram disputadas 20 Copas do Mundo, contando até sua edição de 2018, e apenas oito países de dois continentes conseguiram levantar a taça de campeão. O Brasil é o primeiro da lista, com, até então, cinco vitórias, e o único a ter disputado todas edições do torneio.
Veja a lista completa dos países-sede e campeões do mundo de futebol:
Ano |
País-sede |
País campeão |
1930 |
Uruguai |
Uruguai |
1934 |
Itália |
Itália |
1938 |
França |
Itália |
1950 |
Brasil |
Uruguai |
1954 |
Suíça |
Alemanha |
1958 |
Suécia |
Brasil |
1962 |
Chile |
Brasil |
1966 |
Inglaterra |
Inglaterra |
1970 |
México |
Brasil |
1974 |
Alemanha |
Alemanha |
1978 |
Argentina |
Argentina |
1982 |
Espanha |
Itália |
1986 |
México |
Argentina |
1990 |
Itália |
Alemanha |
1994 |
Estados Unidos |
Brasil |
1998 |
França |
França |
2002 |
Japão e Coreia do Sul |
Brasil |
2006 |
Alemanha |
Itália |
2010 |
África do Sul |
Espanha |
2014 |
Brasil |
Alemanha |
2018 |
Rússia |
França |
2022 |
Catar |
Argentina |
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Futebol no Brasil
O futebol chegou ao Brasil em 1894. Charles Miller, um jovem filho de ingleses que chegou a São Paulo após realizar seus estudos na Europa, trouxe consigo bolas e regras para a prática do futebol no país.
A prática do futebol, no Brasil, foi realizada pela primeira vez pelo São Paulo Athletic Club, formado por colonos ingleses, mas o primeiro clube formado, especialmente para a prática do futebol, foi a Associação Atlética Mackenzie College, em 1898.
O crescimento do futebol no Brasil acabou fazendo com que o esporte mais praticado na época, o remo, viesse a ficar em segundo plano, chegando a ser quase esquecido pelos brasileiros posteriormente. Com isso, algumas equipes de remo tornaram-se clubes de futebol, como o Flamengo, Vasco da Gama e Botafogo, no Rio de Janeiro.
A primeira equipe de futebol carioca foi o Fluminense Football Clube, fundado no ano de 1902. Também foi a primeira equipe a cobrar ingressos para uma partida de futebol no Brasil, realizada contra o Paulistano, quando, aproximadamente, 2500 pessoas acompanharam o duelo. Esse jogo também foi marcado como o primeiro que teve o comparecimento de um chefe de Estado, o então Presidente da República Rodrigues Alves.
Estádios
Com o esporte popularizando-se e a demanda de público e jogadores aumentando, as fábricas, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, começaram a promover a construção de campos para atrair operários à prática do futebol.
Em 1940, a casa dos grandes clubes de futebol paulistas foi o Estádio Paulo Machado de Carvalho, conhecido como Pacaembu, e, em 1960, foi inaugurado o Cícero Pompeu de Toledo, também chamado de Morumbi, o maior estádio privado do país e sede dos jogos do São Paulo Futebol Clube.
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No Rio de Janeiro foi inaugurado, em 1927, o estádio Vasco da Gama, popularmente conhecido como São Januário. Para a Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil, foi construído o que viria a ser o maior estádio do mundo, o Maracanã, cujo nome oficial é Estádio Jornalista Mário Filho. Porém, após passar por reformas para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, o estádio perdeu o status de maior do mundo, embora ainda seja o maior do Brasil.
Infelizmente, para os brasileiros, o Maracanã foi palco de uma triste derrota do Brasil. Na final da Copa de 1950, nossa seleção perdeu para o Uruguai de 2x1, episódio que ficou conhecido como “Maracanazo”. Na época, o Brasil era o favorito para conquistar o troféu. A decepção é comparável à recente derrota de 7x1, para a Alemanha, na semifinal da Copa de 2014, também realizada no Brasil.
Seleção Brasileira
A Seleção Brasileira foi fundada em 1914, mas, antes do primeiro jogo oficial, houve uma fase chamada de Pré-Seleção, na qual as equipes combinadas de clubes regionais jogavam contra os países vizinhos.
O primeiro jogo feito pelo Brasil foi no dia 21 de julho de 1914, contra o Exeter City, um time inglês, com vitória de 2 a 0 para o Brasil. Em 20 de agosto de 1916, surgiu a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), entidade que seria responsável pelo desenvolvimento desportivo do Brasil. Daí para frente, o futebol evoluiu e foi ganhando mais profissionalismo. O primeiro título veio em 1919, pelo Campeonato Sul-Americano (atual Copa América).
Em 1923, a CBD foi filiada à FIFA, e o futebol brasileiro sofreu amplas modificações administrativas e estruturais para entrar em conformidade com as exigências demandadas pela instituição.
Em 1930, foi realizada a primeira Copa do Mundo, no Uruguai, e o Brasil, único país que esteve em todas as edições do torneio até hoje, já estava lá. Mas a Seleção não conseguiu passar da primeira fase, assim como aconteceu na edição seguinte do mundial.
A conquista do primeiro mundial só aconteceu em 1958, na Suécia, onde também destacou-se o jogador Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, com apenas 17 anos. Nessa edição da Copa, os dirigentes brasileiros esqueceram de enviar a numeração dos jogadores para a FIFA, e a entidade precisou defini-la. Pelé recebeu a camisa 10, o que acabou eternizando o número logo em seguida. Nessa Copa, Pelé foi chamado pelos franceses de “Rei do Futebol”. Também foi a partir desse mundial que teve início a chamada “Era de Ouro” da Seleção Brasileira. De 1958 a 1970, foram três títulos em quatro Copas.
O bicampeonato veio em 1962, na disputa realizada no Chile. Em 1970, no México, a Seleção Brasileira conquistou o tricampeonato com uma campanha inquestionável. A Seleção venceu todos os adversários, marcando 23 gols e sofrendo apenas dois. A Seleção Brasileira de 1970 é considerada, por muitos, a melhor de todos os tempos, com destaques como Carlos Alberto Torres, Jairzinho, Tostão, Gérson, Clodoaldo e Rivelino, além de Pelé.
Como a FIFA determinava que as entidades nacionais ligadas ao esporte deveriam ter dedicação exclusiva ao desenvolvimento do futebol, em 24 de setembro de 1979, surgiu a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para gerir unicamente do futebol brasileiro.
Em 1994, o Brasil vivia um cenário muito diferente da Copa de 1970 e não era considerado como favorito no mundial, já que havia se classificado no sufoco, graças à ajuda de Romário, que foi apelidado de São Romário. Na Copa, o destaque veio para a grande dupla, Romário e Bebeto. Os dois foram decisivos em gols e assistências que levaram a Seleção ao tetracampeonato. Nesse momento, o Brasil passaria a ser a primeira seleção a conquistar quatro Copas do Mundo.
Em mais um ano que a Seleção não era vista como favorita, no mundial de 2002, o Brasil surpreendeu. Ronaldo, “o Fenômeno”, era tido como dúvida sobre suas condições de jogo em consequência de lesões, mas teve grande atuação e foi artilheiro da competição com oito gols. Ao seu lado também brilhou Rivaldo, que foi decisivo em quase todas as partidas, marcando gols importantes. Com o título da competição, a Seleção Brasileira manteve sua hegemonia. Em 1970, o Brasil foi a primeira seleção tricampeã mundial, em 1994, a primeira tetracampeã, e, em 2002, a primeira pentacampeã.
Como surgiram os torcedores
As torcidas têm grande importância no cenário futebolístico. As pessoas começaram a acompanhar partidas de futebol ainda no século XIX, na Inglaterra, e, a partir do momento que o esporte foi conquistando mais adeptos, os torcedores foram criando interesse pelo futebol.
Por permitir a manifestação de emoções distintas, o futebol teve uma grande aceitação da sociedade. O futebol foi um esporte que, após a criação das regras, era voltado para as camadas de elite da sociedade. Em consequência disso, quando o esporte começou a ser praticado no Brasil, os locais dos jogos eram frequentados pela burguesia.
No início do século XX, no Brasil, o ato de frequentar os estádios era uma ação de elegância, e, nos jogos, as mulheres tinham o costume de se enfeitarem com vestidos, lenços, chapéus e luvas, mesmo com a temperatura elevada. Com o nervosismo e o calor no decorrer das partidas, elas acabavam tirando as luvas e lenços, e os torciam, encharcados de suor. Na época, o poeta e cronista Coelho Neto, pai do jogador Preguinho, autor do primeiro gol do Brasil em Copas do Mundo, em uma de suas colunas, produziu um texto chamando essas mulheres de “torcedoras”. Daí em diante, o termo também ganhou o gênero masculino e passou a caracterizar a paixão clubista.
Em 1901, foi formada a primeira liga de futebol do país, a Liga Paulista de Futebol, e, em 1905, foi formada a Liga Metropolitana de Football do Rio de Janeiro. Aos poucos, começaram a surgir outras equipes de futebol e também a ser realizados jogos entre os estados, o que ajudou a influenciar o interesse dos espectadores pelas partidas.
Racismo e preconceito
O futebol enfrentou problemas ligados às classes sociais desde o seu surgimento na Inglaterra, ocorrendo o mesmo em sua chegada ao Brasil. O esporte, criado para a alta sociedade britânica, enfrentou algumas barreiras, até que fosse apreciado por ricos e pobres, sem distinção de classes.
O futebol sofreu uma grande resistência quanto à profissionalização. A elite contestava que o futebol não poderia ser praticado como uma profissão pelos integrantes da camada mais pobre da sociedade, pois, como consequência do desemprego, esses teriam mais tempo para os treinos nos confrontos com as equipes formadas por burgueses.
No Brasil, inicialmente, as equipes de futebol eram formadas por estudantes brancos e ricos. Com o tempo, algumas equipes foram abrindo as portas para acolher jogadores que não pertenciam à classe alta, incluindo negros. Entre os clubes, o Vasco foi um dos que mais contribuiu para a profissionalização do futebol no Brasil. A equipe incluiu mulatos e negros e conquistou títulos, o que colaborou para a quebra do monopólio do jogador branco no futebol.
Como forma de resistência à profissionalização, em 1924 foi criada a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (Amea), uma liga que reunia os grandes clubes de futebol, sem o Vasco, para exigir dos jogadores a comprovação de vínculo empregatício ou estudantil. Assim, poderiam enfraquecer o Vasco, que contava com bons jogadores desempregados. Na sequência, passou a ser exigida a assinatura dos atletas em súmula, o que excluía os que não fossem alfabetizados.
O aparecimento de Pelé, após a Copa do Mundo de 1958, também contribuiu para uma amenização nos problemas em relação ao racismo. O destaque desse jogador produziu, no país, o sentido de que os jogadores de futebol deveriam vir da camada pobre da sociedade e alcançar o ápice da carreira, após muito sofrimento e batalhas.
Com o passar dos anos, outros grandes nomes surgiram no cenário nacional do futebol, trazendo as características que eram semelhantes às do “Rei do Futebol” — caso dos jogadores Romário; Ronaldo Luís Nazário de Lima, chamado popularmente de Fenômeno; e também de Ronaldo Assis Moreira, conhecido como Ronaldinho Gaúcho. Entre tantos outros, eles puderam, por intermédio do futebol, sair de uma classe social baixa para alcançar um alto nível de consagração, representando grandes equipes nacionais e internacionais, além da Seleção Brasileira, e alcançando os principais prêmios do futebol.
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Futebol feminino
Mesmo sem a organização de campeonatos nacionais e com a falta de valorização da categoria, pode-se dizer que, atualmente, o futebol feminino é um esporte popular no Brasil. O fato da brasileira Marta ter sido eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, além das boas participações da seleção feminina em competições, contribuiu para que o esporte feminino atraísse mais espectadores. Porém, poucos conhecem a história de como as mulheres começaram no futebol.
O ano de 1989 é datado para a primeira partida de futebol feminino, que ocorreu entre Inglaterra e Escócia, em Londres. No Brasil, não se sabe ao certo como o futebol começou a ser praticado por mulheres, mas, inicialmente, as partidas eram mistas, ou seja, homens e mulheres jogavam juntos.
A prática do futebol feminino sempre teve muitas dificuldades no Brasil, mais ainda que a masculina. Em 1921, foi realizada a primeira partida de futebol feminino, em São Paulo, onde se enfrentaram os times das senhoritas dos bairros Tremembé e Cantareira, na Zona Norte de São Paulo. A partida chamou a atenção do público presente, pois o futebol era considerado um esporte bruto e impróprio para ser praticado por mulheres.
Os primeiros times nacionais femininos começaram a surgir a partir da década de 30, mas, de forma tímida. Em 1964, com a Ditadura Militar, o Conselho Nacional de Desportos (CND) proibiu a prática do futebol feminino no país, o que freou o desenvolvimento do esporte entre as mulheres.
A proibição permaneceu por 15 anos, até que fosse revogada, em 1979. Após a revogação, começaram a ser criadas ligas e equipes nacionais. A primeira foi a equipe carioca do Esporte Clube Radar, que começou a praticar o esporte nas areias da Praia de Copacabana. Depois, outros clubes começaram a ser formados e alavancaram o futebol feminino. Isso fez com que o esporte ganhasse mais destaque. Em 1986, a primeira seleção de futebol feminino foi convocada pela CBF e, em 1996, o futebol feminino foi incluído como modalidade das Olimpíadas.
Após 40 anos do fim da proibição, em 2016, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) aprovou o regulamento de licenciamento de clubes, com validade a partir de 2019, com a exigência de que os 20 clubes que disputam a principal divisão dos campeonatos nacionais das confederações regidas pela instituição montassem times femininos. Em 2017, a CBF publicou o regulamento (página 22) com a exigência para as equipes brasileiras. Porém, a medida ainda não remete à profissionalização da modalidade, e muitas jogadores ainda não terão carteira assinada e salários.
Entre as seleções mundiais, o time formado pelas jogadoras dos Estados Unidos é o mais bem-sucedido do futebol feminino. As norte-americanas venceram três Copas do Mundo e quatro Olimpíadas. Além disso, elas subiram no pódio em todas as edições da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, entre 1991 e 2015. A primeira eliminação só aconteceu nas quartas de finais das Olimpíadas de 2016.
Entre os principais nomes do futebol feminino dos EUA e do mundo, a ex-jogadora Mia Hamm foi bicampeã olímpica, venceu duas vezes a Copa do Mundo e foi duas vezes nomeada como a melhor jogadora do mundo pela FIFA. Aos 15 anos, ela se tornou a mais jovem jogadora de futebol da história a fazer parte da seleção, onde permaneceu por 17 anos. Aos 19 anos de idade, ela se tornou a jogadora mais nova a ganhar a Copa do Mundo.
Já a Seleção Brasileira é considerada uma das melhores do mundo, sempre está bem colocada no ranking da FIFA, mas nunca ganhou a Copa do Mundo. Em 2007, o Brasil era uma das seleções favoritas ao título, chegou, pela primeira vez, à final, mas ficou com o 2º lugar. Por outro lado, a Seleção Brasileira é a melhor da América do Sul e heptacampeã da Copa América. O Brasil também teve destaque nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008, onde levou medalhas de prata.
Apesar de não ter ganho uma Copa do Mundo, o Brasil tem a melhor jogadora de todos os tempos, Marta Vieira da Silva, seis vezes eleita a melhor do mundo pela FIFA. Nenhum jogador, homem ou mulher, conseguiu esse feito. Marta também é a maior artilheira da história das Copas do Mundo de Futebol, com 17 gols, e maior artilheira da história da Seleção Brasileira (masculina e feminina), com 103 gols. Pelé marcou 95 vezes com a camisa do Brasil.
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Resumo da História do Futebol
O futebol é o esporte mais popular do mundo e foi criado na Inglaterra, no século XVII. As primeiras regras escritas do futebol surgiram em 1830 e foram sendo modificadas posteriormente. O esporte chegou ao Brasil em 1894, trazido por Charles Miller, um jovem filho de ingleses que chegou a São Paulo após realizar seus estudos na Europa. Charles trouxe consigo bolas e as regras para a prática do futebol no país.
Logo o futebol foi se popularizando no Brasil, que é atualmente o país com maior número de títulos na Copa do Mundo (5). O principal jogador de futebol de todos os tempos, Pelé, também é brasileiro, assim como Marta, jogadora ainda em atividade e considerada a melhor do mundo.
No Brasil, os clubes de futebol disputam nacionalmente o Campeonato Brasileiro em várias divisões e a Copa do Brasil, que são regidos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Há, ainda, campeonatos regionais comandados pelas federações locais. As principais equipes também disputam alguns torneios sul-americanos, como a Copa Libertadores da América e a Copa Sul-Americana.
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Por Giullya Franco
Jornalista