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A Copa Libertadores da América é a mais importante competição de clubes de futebol da América do Sul e uma das mais prestigiadas do mundo. O torneio é almejado por todos os times sul-americanos, pois garante uma vaga no Mundial de Clubes da Fifa. O campeão da Copa Libertadores também disputa a Recopa Sul-Americana.
A Libertadores, como é popularmente conhecida, é organizada anualmente pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol ou CSF) e conta com a participação de equipes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Times do México também já participaram em edições passadas.
Tópicos deste artigo
- 1 - História da Libertadores
- 2 - Primeira Libertadores
- 3 - Nomes da Libertadores
- 4 - Participação do México
- 5 - Quem participa da Libertadores?
- 6 - Formato de disputa
- 7 - Premiação da Libertadores
- 8 - Campeões da Libertadores
- 9 - Brasileiros na Libertadores
- 10 - Maior artilheiro da Libertadores
- 11 - Rivalidade e violência geram mudanças na Libertadores
- 12 - Racismo
- 13 - Curiosidades
História da Libertadores
Com base no desejo de criar um torneio para reunir os clubes campeões de cada país da América do Sul, a tradicional competição teve sua origem no Congresso da CSF, realizado no Rio de Janeiro, em 1958. Mas, antes de ser oficializada, houve muito planejamento e projetos até que se chegasse à decisão final.
As partidas entre times de países diferentes começaram a ser realizadas, na América do Sul, no ano de 1900, por meio da Copa Competência, que reunia clubes de Buenos Aires e Rosário, na Argentina; e Montevidéu, no Uruguai.
Time do Rosário Central (ARG) na disputa da Copa Competência em 1913. (Crédito: Domínio Público)
Alguns anos depois, durante os meses de fevereiro e março de 1948, foi disputada a Copa dos Campeões da América, composta pelos clubes campeões de seus países no ano anterior. A ideia veio do chileno Luis Valenzuela, que foi presidente da Federação do Chile e da CSF, e do presidente do Colo Colo/CHI, Robinson Álvarez, que manifestou sua decisão de organizar o evento em Santiago.
Em 1958, o brasileiro José Ramos de Freitas, novo presidente da CSF, entrou em contato com as Associações do Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile, anunciando sua visita aos países para, com outros dirigentes, tratar de atividades futuras.
Então, em 1959, um novo congresso foi realizado, em Caracas, para fortalecer a ideia chilena e tratar da criação da Copa dos Campeões, que, no momento, já contava com o apoio da Argentina e do Brasil. Dias depois, a decisão foi tomada. Com oito votos a favor e um contra (Uruguai), e abstenção da Venezuela, a CSF decidiu-se pela criação da Copa dos Campeões, nome inicial recebido pelo torneio.
Leia também: Primórdios do futebol no Brasil
Primeira Libertadores
Na primeira edição, participaram os campeões de sete países. O primeiro jogo foi realizado entre Peñarol, do Uruguai, e Jorge Wilstermann, da Bolívia. Os uruguaios venceram pelo placar de 7 a 1. A partida aconteceu no dia 19 de abril de 1960. O campeão da primeira edição foi o Peñarol, que garantiu o título após vencer, na final, o Olímpia, do Paraguai.
Veja alguns detalhes da primeira partida do torneio que foram relembrados pela Conmebol, ao completar 58 anos de história:
Nomes da Libertadores
Inicialmente, a competição foi tratada como Copa dos Campeões da América, mas, nos anos seguintes, foi decidido que a competição seria batizada de Libertadores da América. O nome foi escolhido em homenagem aos líderes dos movimentos de libertação da América hispânica e do Brasil, atuantes nos séculos XVIII e XIX. De lá para cá, a competição foi recebendo o acréscimo de outros nomes em consequência da inserção de patrocinadores no torneio. Confira os nomes recebidos pela Libertadores:
1960 a 1964: Copa Campeões da América
1965 a 1997: Copa Libertadores da América
1998 a 2007: Copa Toyota Libertadores
2008 a 2012: Copa Santander Libertadores
2013 a 2016: Copa Bridgestone Libertadores
2017: Conmebol Libertadores Bridgestone
A partir de 2018: Conmebol Libertadores
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Participação do México
Mesmo sendo uma competição sul-americana, com a Toyota, patrocinador máster do torneio em 1998, aumentou-se significativamente o interesse de clubes pela competição, devido aos valores distribuídos em premiações. Com isso, nesse mesmo ano, houve a entrada do México, como convidado, no quadro de equipes que disputavam a Libertadores.
Os mexicanos permaneceram no torneio até 2016, quando decidiram abrir mão da disputa em consequência das mudanças implementadas pela Conmebol. Eles destacaram problemas para conciliar os calendários e insatisfação com a redistribuição de vagas, na qual o México teria três times, enquanto o Brasil e Argentina teriam cinco. A saída do México deixou mais duas vagas, para o Brasil, e uma, para a Argentina.
Time do Tigres (México) na disputa da Libertadores em 2015. (Crédito: César Muñoz/Agência ANDES)
Ao longo dos anos, 18 clubes mexicanos participaram da Libertadores. Nenhum deles foi campeão. As equipes também não tinham direito à vaga no Mundial de Clubes, mesmo se houvesse título, pois o país não é filiado à Conmebol e participava da competição como convidado. O México chegou a três finais de Libertadores, com o Cruz Azul (2001), Chivas (2010) e Tigres (2015).
Quem participa da Libertadores?
A quantidade de equipes participantes da Libertadores oscilou muitas vezes. Na primeira edição, participaram os campeões de sete países; no ano seguinte, foram nove; depois, dez, e esses números foram sendo alterados até 1965. Já na segunda metade da década de 1960 e início da década de 1970, a quantidade de equipes alternava-se entre 17 e 20. De 1974 até 1997, a Libertadores contou com 21 equipes, com exceção para 1986 e 1990, que tiveram 19 equipes.
Em 1998, a competição mudou o formato e inseriu a fase conhecida como Pré-Libertadores, com isso, o número de equipes subiu para 23. Na Pré-Libertadores, quatro equipes enfrentavam-se em turno e returno, e os dois melhores classificavam-se para a fase seguinte (de grupos).
A partir dos anos 2000, o número de equipes subiu, mais uma vez, e até 2009 alternou-se entre 32 e 38 participantes. Em 2010, o número subiu para 40, mas, no ano seguinte, voltou para 38.
Com a mudança promovida pela Conmebol em 2016, o formato do torneio mudou novamente. Desde 2017, a Pré-Libertadores passou a contar com três fases eliminatórias e classificatórias para a fase de grupos. Com isso, o número de times que disputam a competição foi para 47.
Atualmente, participam da Libertadores o atual campeão da competição, o campeão da Copa Sul-Americana e o campeão nacional dos países participantes. As outras equipes classificadas são definidas por meio dos critérios determinados pelas confederações de cada país, mas, em geral, são os primeiros colocados dos campeonatos nacionais.
As equipes da Guiana, Guiana Francesa e Suriname, embora estejam localizadas na América do Sul, não participam da Libertadores porque são filiadas à Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf).
No Brasil, classificam-se o campeão da Copa do Brasil e os seis primeiros colocados do Campeonato Brasileiro da Série A. Se o campeão da Copa do Brasil estiver entre os seis primeiros da Série A, o sétimo colocado do Brasileirão também entra na Libertadores. Caso o campeão da Libertadores ou da Sul-Americana seja um time brasileiro, a competição não tira uma vaga do país campeão. Sendo assim, o Brasil pode chegar a ter até nove representantes na Libertadores.
Confira o número de vagas oficiais de cada país na Libertadores:
País |
N.º de Vagas |
Brasil |
7 |
Argentina |
6 |
Bolívia |
4 |
Chile |
4 |
Colômbia |
4 |
Equador |
4 |
Paraguai |
4 |
Peru |
4 |
Uruguai |
4 |
Venezuela |
4 |
Formato de disputa
A disputa da Libertadores é dividida em três etapas: Preliminar ou Pré-Libertadores (três fases), Grupos e Final (oitavas, quartas, semifinais e final).
→ Preliminar
-
Primeira fase: é disputada por seis equipes representantes da Bolívia, do Equador, do Paraguai, do Peru, do Uruguai e da Venezuela. Os jogos acontecem em partidas eliminatórias de ida e volta. Caso haja empate no placar agregado, a regra do gol fora de casa é considerada (quem marcar mais gols no estádio do adversário fica com a vaga), e, se permanecer a igualdade, a vaga é definida na disputa por pênaltis. Os confrontos dessa fase são definidos por meio de sorteio. Classificam-se três times.
-
Segunda fase: é disputada por 16 equipes, sendo 13 delas representantes da Argentina, da Bolívia, do Brasil, do Chile, da Colômbia, do Equador, do Paraguai, do Peru, do Uruguai e da Venezuela, além dos três vencedores da primeira fase. Os jogos também são eliminatórios de ida e volta. Em caso de empate, permanecem os mesmos critérios da fase anterior.
-
Terceira fase: é disputada pelas oito equipes vencedoras da segunda fase. Os jogos acontecem em partidas eliminatórias de ida e volta. Em caso de empate, também permanecem os mesmos critérios da fase anterior. Os vencedores de cada confronto são classificados à fase de grupos.
→ Grupos
Nessa etapa, as 32 equipes são divididas em oito grupos, porém, dentro de um mesmo grupo, não pode haver dois times de um mesmo país. São realizados jogos de ida e volta contra cada um dos outros times do mesmo grupo. Os dois primeiros colocados de cada grupo classificam-se para a fase de oitavas de final. Já os oito times posicionados na terceira posição, em seus respectivos grupos, classificam-se para a segunda fase da Copa Sul-Americana.
→ Finais
Nessa fase são realizados os jogos “mata-mata” em oitavas de final, quartas de final, semifinais e final.
-
Oitavas de Final: são disputadas pelas equipes classificadas na fase de grupos, e os times realizam partidas de ida e volta. Os times com melhor desempenho na fase de grupos definem suas partidas em casa. Nessa fase podem enfrentar-se os times de um mesmo país, assim como também os que já tenham se enfrentado na fase de grupos da competição.
-
Quartas de Final: são disputadas pelas oito equipes vencedoras dos confrontos das oitavas de final, que realizam jogos de ida e volta. Os times com melhor desempenho nas oitavas definem suas partidas em casa. Nessa fase também podem enfrentar-se os times de um mesmo país.
-
Semifinais: são disputadas pelos quatro times vencedores dos confrontos da fase anterior, em partidas de ida e volta. Os times com melhor desempenho nas quartas de final definem suas partidas em casa. Nessa fase também podem enfrentar-se os times de um mesmo país.
-
Final: é disputada pelos times vencedores das duas semifinais. As equipes disputam uma partida única pelo título de campeão do torneio, em local predefinido pela Conmebol. Em caso de igualdade de pontos ao término da partida, há uma prorrogação de 30 minutos, dividida em dois períodos de 15 minutos cada um. Se, ao término dessa prorrogação de 30 minutos, persistir a igualdade, o ganhador é conhecido por disputa de pênaltis.
Veja também: Campeonato brasileiro
Premiação da Libertadores
Após o fim da partida final, é realizada a cerimônia de entrega do troféu e das medalhas. O troféu fica em posse temporária da equipe vencedora, que deve devolvê-lo antes do sorteio da competição do ano seguinte. Depois, a equipe recebe uma réplica da taça.
O campeão da Libertadores ganha o direito de disputar a Recopa Sul-Americana, do ano seguinte, com o campeão da Copa Sul-Americana, e garante a vaga para a competição do próximo ano. Além disso, os clubes também recebem uma premiação financeira, de acordo com cada fase da competição.
Campeões da Libertadores
Os argentinos levam a vantagem como maiores vencedores da Libertadores. Eles têm 25 títulos. O Brasil é quem chega mais perto da Argentina, com 21 títulos. Em terceiro lugar, vem o Uruguai, com oito títulos.
Independiente é o maior campeão da Libertadores. (Crédito: Shutterstock | A.PAES)
Já entre equipes, o Independiente, da Argentina, é o grande campeão. Conhecido como Rei de Copas, ele faturou sete Libertadores. Logo atrás, vem o Boca Juniors, com seis taças. Entre os brasileiros, há um empate: São Paulo, Santos, Grêmio e Palmeiras conquistaram três títulos cada um. Confira a lista completa dos campeões:
Clube |
Títulos |
Temporadas |
Independiente (ARG) |
7 |
(1964, 1965, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1984) |
Boca Juniors (ARG) |
6 |
(1977, 1978, 2000, 2001, 2003 e 2007) |
Peñarol (URU) |
5 |
(1960, 1961, 1966, 1982 e 1987) |
Estudiantes (ARG) |
4 |
(1968, 1969, 1970 e 2009) |
River Plate (ARG) |
4 |
(1986, 1996, 2015 e 2018) |
Nacional (URU) |
3 |
(1971, 1980 e 1988) |
Olimpia (PAR) |
3 |
(1979, 1990 e 2002) |
São Paulo |
3 |
(1992, 1993 e 2005) |
Santos |
3 |
(1962, 1963 e 2011) |
Grêmio |
3 |
(1983, 1995 e 2017) |
Palmeiras | 3 | (1999, 2020 e 2021) |
Cruzeiro |
2 |
(1976 e 1997) |
Internacional |
2 |
(2006 e 2010) |
Atlético Nacional (COL) |
2 |
(1989 e 2016) |
Flamengo |
2 |
(1981 e 2019) |
Racing (ARG) |
1 |
(1967) |
Argentinos Juniors (ARG) |
1 |
(1985) |
Colo-Colo (CHI) |
1 |
(1991) |
Vélez Sarsfield (ARG) |
1 |
(1994) |
Vasco |
1 |
(1998) |
Once Caldas (COL) |
1 |
(2004) |
LDU (EQU) |
1 |
(2008) |
Corinthians |
1 |
(2012) |
Atlético-MG |
1 |
(2013) |
San Lorenzo (ARG) |
1 |
(2014) |
Brasileiros na Libertadores
São Paulo: Com três títulos na Libertadores (1992, 1993 e 2005), o São Paulo está entre as equipes brasileiras com o maior número de conquistas no torneio. Alguns atletas destacaram-se durante as campanhas. Em 1992, o meia Raí foi decisivo ao marcar o gol que levou à final para a decisão por pênaltis. Capitão do time, levantou o troféu da primeira conquista da equipe paulista. O atacante Muller também deixou sua marca ao conquistar, com o São Paulo, o bicampeonato, em 1992 e 1993. Sendo o jogador que mais vestiu a camisa de um mesmo clube na história do futebol mundial, o goleiro Rogério Ceni também foi bicampeão da Libertadores (1993 e 2005), sendo que, na segunda vez, deixou muitas marcas na competição. Rogério foi escolhido o melhor Jogador da Copa Libertadores da América, melhor Jogador da final da Copa Libertadores da América - Chave de Ouro Toyota, e melhor Goleiro da Copa Libertadores da América.
Santos: Ainda na era da Copa Campeões da América, o Santos foi o responsável por atrair a atenção internacional para o torneio. Com uma das melhores equipes de todos os tempos, conhecida como Balé Branco, o time liderado pelo Rei Pelé venceu o torneio de 1962, derrotando o então Bicampeão Peñarol na final e tornando-se o primeiro clube brasileiro a garantir o título na competição. No ano seguinte, Pelé e Coutinho destacaram-se em suas habilidades ao vencer o torneio em cima do Boca Juniors com duas vitórias. Após 48 anos, em 2011, o Santos de Neymar voltou a vencer a copa, ao superar novamente o Peñarol.
Grêmio: O Grêmio conquistou a Libertadores em 1983, 1995 e 2017. Na primeira vez, o time que tinha o ídolo Renato Gaúcho venceu o Peñarol (campeão da época). Em 1995, com a dupla Jardel e Paulo Nunes, o Grêmio venceu o Atlético Nacional, que, naquela época, contava ainda com a figura do goleiro Higuita. O destaque do torneio ainda ficou com Jardel, que terminou a competição como artilheiro, marcando 12 gols. O Grêmio voltou a deixar o Brasil no topo da Libertadores em 2017, quando derrotou o Lanús, da Argentina, na final. No último título, o destaque foi Luan.
Palmeiras: O primeiro título do Palmeiras veio em 1999, com dois jogos dramáticos na final. A primeira partida foi de 1 a 0 para o Deportivo Cali, e, na volta, o Palmeiras venceu por 2 a 1, levando a decisão para os pênaltis. Nessa campanha, houve o destaque do goleiro Marcos que, além do título da Libertadores com a equipe, ganhou os prêmios de Revelação, Melhor jogador da Copa e Melhor jogador da final. Em 2020, em uma final disputada em janeiro de 2021 e com apenas convidados nas arquibancadas, por causa da pandemia de covid-19, o Palmeiras derrotou um outro time brasileiro, o Santos, por 1x0, com gol de Breno no final do jogo. Em novembro de 2021 veio o tricampeonato, na final disputada em Montevidéu, no Uruguai. Com gol de Deyverson na prorrogação, o Palmeiras venceu o Flamengo por 2x1. Foi a segunda libertadores seguida do técnico português Abel Ferreira.
Cruzeiro: A Raposa, como é conhecido o Cruzeiro, venceu a Libertadores, pela primeira vez, em 1976, derrotando o River Plate. O craque do time era Palhinha. O Cruzeiro voltou a ganhar o título em 1997, em cima do Sporting Cristal, do Peru. O único gol das duas partidas finais foi marcado pelo atacante Elivélton, no jogo de volta em Belo Horizonte, que contou com mais de 106 mil pessoas no Mineirão para acompanhar a partida.
Internacional: Mais um bicampeão da Libertadores, o Inter teve suas conquistas mais recentes em 2006 e 2010. A final de 2006 contou com duas equipes brasileiras, e o Internacional enfrentou o campeão São Paulo. Com o capitão Fernandão, os colorados venceram o São Paulo, por 2 a 1, no Morumbi e empataram, por 2 a 2, em Porto Alegre, garantindo o primeiro título. O bicampeonato veio em 2010, ao derrotar o Chivas Guadalajara, do México, na final. O elenco contava com o ídolo D'Alessandro e os jovens Giuliano e Taison.
Flamengo: A geração dourada do Flamengo, formada por estrelas como Zico, Júnior, Adílio, Tita e Carpegiani, garantiu a Libertadores para a equipe carioca em 1981. A conquista veio após derrotarem o Cobreloa, do Chile, na final. Em 2019, a equipe liderada por Gabriel Barbosa (Gabigol), Bruno Henrique e o uruguaio De Arrascaeta ganhou de virada do River Plate em partida única realizada em Lima, no Perú. Os gols da virada foram marcados por Gabriel nos últimos cinco minutos.
Vasco: A conquista do título de 1998 marcou a história do Vasco. A vitória veio no ano do centenário do clube. A competição foi vencida após derrotar o Barcelona, do Equador, nas duas partidas da final. No elenco, estavam presentes nomes como Carlos Germano, Mauro Galvão, Felipe, Juninho, Donizete e Luisão, esse último o maior artilheiro brasileiro da Libertadores.
Corinthians: Com uma campanha inquestionável na Libertadores de 2012, o Corinthians garantiu o título de forma invicta. A equipe paulista realizou 14 jogos, venceu oito e empatou seis. A vitória veio após vencer o Boca Juniors, com dois gols de Émerson (Sheik). O elenco também contava com o goleiro Cássio, os meias Paulinho e Danilo, e o técnico Tite.
Atlético-MG: Pela primeira vez na final da Libertadores, o Atlético encarou o experiente Olimpia, do Paraguai, que já havia chegado a sete finais. Na partida de ida, o Olimpia venceu por 2 a 0 e o Atlético devolveu o placar no jogo de volta, em Belo Horizonte. O título foi decidido nos pênaltis, após a prorrogação sem gols, quando brilhou o goleiro Victor, eleito o Melhor goleiro da Libertadores. O destaque também foi para o atacante Jô, que marcou oito gols e sagrou-se artilheiro do torneio. Diego Tardelli e Ronaldinho Gaúcho também foram nomes importantes da conquista mineira.
Maior artilheiro da Libertadores
O maior artilheiro na história da Libertadores é o equatoriano Alberto Spencer. Ele marcou um total de 54 gols e disputou a competição pelo Peñarol e pelo Barcelona, do Equador. O maior artilheiro de uma única edição é o argentino Daniel Onega, responsável por marcar 17 gols na edição de 1966, quando atuava pelo River Plate.
Entre os brasileiros, Luizão foi o maior goleador. Ele ocupa a sexta posição no ranking geral (empatado com o equatoriano Antony de Ávila e com o argentino Juan Carlos Sarnari) e marcou 29 gols. Luisão jogou a Libertadores pelo Vasco, Corinthians, Grêmio e São Paulo.
Alberto Spencer marcou 54 gols na Libertadores. (Crédito: Domínio Público)
Rivalidade e violência geram mudanças na Libertadores
Apesar da beleza do espetáculo que envolve o futebol, a rivalidade marca muitas cenas de violência na disputa da Libertadores, tanto dentro quanto fora de campo.
Em 2014, um torcedor do São José, da Bolívia, de apenas 14 anos, morreu após ser atingido por um rojão disparado pela torcida do Corinthians. A partida era realizada no Estádio Jesús Bermúdez, em Oruro. A torcida corintiana, ao comemorar um gol, acendeu e mirou fogos de artifício em direção à torcida rival. Um dos rojões acertou o garoto Kevin Espada, que foi levado pelos médicos, mas não resistiu e morreu ao dar entrada no hospital.
Duelos entre brasileiros também marcaram cenas de violência. Em 2013, um torcedor do Grêmio foi detido pela polícia após lançar um rojão dentro do estádio, em jogo contra o Fluminense. Uma mulher ficou levemente ferida, com perda momentânea da audição.
Em 2008, houve um jogo sem fim. O Cruzeiro tinha como adversário o Cerro Porteño, do Paraguai. Os brasileiros venceram as duas partidas, mas o segundo jogo sequer acabou. Quando o placar estava 3 a 2, o árbitro interrompeu a partida, aos 25 minutos do segundo tempo, porque a torcida adversária começou arremessar objetos no gramado.
Também já houveram casos de brigas entre torcedores, jogadores e até gandulas. Em 2004, pelas oitavas de final, o São Caetano visitou o América, no México, e classificou-se para a fase seguinte. A torcida da casa acabou transformando o jogo em uma batalha. O goleiro Silvio Luiz trocou golpes com um gandula, e sobrou até um carrinho de mão arremessado contra os jogadores do time brasileiro.
O caso mais recente aconteceu na edição de 2018 e gerou consequências para o formato do torneio. Boca Juniors e River Plate, maiores rivais do futebol argentino, iriam fazer a segunda partida da final, quando torcedores do River Plate utilizaram pedras e gases para atacar o ônibus do adversário na chegada ao estádio. Alguns jogadores ficaram feridos em consequência dos cacos das janelas quebradas e dos artefatos que entraram no ônibus. Para evitar novas cenas de violência, a final foi realizada em Madrid, na Espanha. O River Plate foi campeão.
Após a série de problemas enfrentados na competição, em 2019, a Conmebol divulgou novas exigências de segurança para a disputa do torneio. Foi proibido o uso de objetos pirotécnicos, como sinalizadores, e os bandeirões de torcidas também não podem mais ser abertos nas arquibancadas dos estádios.
A escolha da partida única na final da competição, em local neutro, também deu-se em consequência dos atos violentos da final de 2018.
Racismo
Outro tipo de violência frequente na história da Libertadores está relacionado ao racismo. Em 2017, torcedores do Deportivo Capiatá, do Paraguai, passaram boa parte do jogo contra o Athlético insultando jogadores brasileiros com gritos de “macaco”. Além disso, os torcedores atiraram garrafas e objetos em alguns jogadores, como Grafite, que já havia sido vítima de racismo pelo jogador argentino Desábato, em 2005.
Em 2016, imagens da televisão flagraram o momento em que um torcedor, no Uruguai, imitava um macaco, referindo-se ao brasileiro Gabriel Jesus, do Palmeiras. Na Libertadores de 2014, outra vítima foi o volante Tinga, jogador do Cruzeiro, alvo de racismo de torcedores do Real Garcilaso, do Peru.
Curiosidades
- A primeira vez que a competição reuniu clubes do mesmo país numa final foi em 2005. São Paulo e Athlético paranaense disputaram o título, que ficou com a equipe paulista;
- A maior goleada da Libertadores aconteceu em 1970. O Peñarol venceu o Valencia, da Venezuela, por 11 a 2;
- O primeiro brasileiro a disputar a Libertadores foi o Bahia, que havia vencido a Taça Brasil de 1959;
- O Santos foi a primeira equipe brasileira a ser campeã e bicampeã da Libertadores. O time ergueu a primeira taça em 1962, após derrotar o bicampeão Peñarol e, em 1963, invicto, venceu o Boca Juniors na final;
- Os brasileiros não participaram das edições de 1966, 1969 e 1970 da Libertadores. Os dirigentes alegaram que havia excessiva violência dentro do torneio;
- O troféu da Libertadores foi criado pelo designer peruano Alberto de Gásperi. Seu peso é de 10 quilos e tem 99 centímetros de altura, 35 deles são do pedestal de cedro. O pedestal não existia nos primeiros anos e foi incluído para fixar as placas de metal com os escudos dos campeões;
- Dos jogadores da América do Sul que foram considerados melhores do mundo pela FIFA (Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho, Kaká e Messi), somente Ronaldinho Gaúcho foi campeão da Libertadores, quando atuava pelo Atlético-MG, em 2013;
- Uma partida pela fase de grupos, em 1971, entre o Boca Juniors e o Sporting Cristal marcou o maior número de expulsões da história da competição. Foram 19 jogadores expulsos e vários saíram machucados direto para o hospital. O jogo ficou conhecido como El Bombonerazo.
Por Giullya Franco
Jornalista