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O futebol é mais do que uma paixão nacional: é uma paixão mundial! Ainda que nós, brasileiros, quiséssemos que o futebol fosse uma invenção nacional, o mérito de sua criação é da Inglaterra. Esse esporte ganhou suas formas modernas no final do século XIX.
No Brasil, o futebol se firmou como um esporte de massas: embora houvesse times elitistas, a grande maioria dos times de futebol que permanece até os dias de hoje se formou a partir de grupos de trabalhadores ou de estudantes que se reuniam para “jogar bola” no campinho do seu bairro.
Uma curiosidade bastante interessante sobre o futebol nacional é que a primeira torcida organizada de que se tem notícia era composta por um grupo exclusivamente feminino. Trata-se da torcida organizada do Atlético Mineiro, cuja mãe de um dos fundadores do time, Dona Alice, fabricava bandeirinhas para que as moças, acompanhantes de seus namorados ou maridos, fossem ao estádio torcer pelo Atlético.
Hoje em dia o cenário do futebol não é mais o mesmo da época de Dona Alice: o futebol está altamente profissionalizado. Os clubes menores viraram grandes empresas que lucram significativamente com a venda de jogadores das categorias de bases. O mesmo fazem os clubes maiores, mas com um adicional: vendem craques a preços altíssimos e colocam jogadores mais novos no lugar, para que se tornem também craques. Esse mecanismo retroalimenta a indústria do futebol.
O desenvolvimento tecnológico também acompanha todo esse processo: são desenvolvidos novos materiais, cada vez mais resistentes e flexíveis, para chuteiras; materiais mais leves que auxiliam na respiração corporal durante as partidas; e bolas que, cada vez mais, diminuem seu atrito com o campo. Até esses equipamentos têm se tornado “estrelas” do futebol contemporâneo, basta olhar para o caso da bola feita especialmente para a Copa do Mundo de 2010, sediada pela África do Sul: a Jabulani. Pois é: a bola fabricada pela Adidas ganhou até nome, personificando um objeto de composição do esporte.
O resultado desse processo fica claro quando ouvimos as pessoas mais velhas, como nossos pais ou avós, dizerem que o futebol não é mais o mesmo, e que, antigamente, se jogava com amor à camisa do seu time, e não pelos altos salários pagos hoje em dia. Porém, o que eles esquecem é que quase 90% dos jogadores profissionais brasileiros recebem salários irrisórios, e que estes, ainda que almejem um ganho de salário bastante alto, jogam sim por amor ao futebol.
Ao menos aparentemente, não importa o quanto o futebol seja feito de contradições: ele atrai as massas do mundo todo, como nenhum outro esporte faz.
Por Paula Rondinelli
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Doutoranda em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo - USP