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Marchinhas de Carnaval são músicas predominantes no Carnaval brasileiro. Suas letras são simples, com malícia e com rimas fáceis de memorizar. As marchinhas surgiram no Brasil em meados do século XX e, apesar de não serem tão populares quanto no passado, podem ser consideradas patrimônios do Carnaval nacional.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Origem das marchinhas de Carnaval
- 2 - Características das marchinhas de Carnaval
- 3 - O auge das marchinhas de Carnaval
- 4 - Declínio das marchinhas de Carnaval
- 5 - Quais as marchinhas de Carnaval mais famosas?
Origem das marchinhas de Carnaval
As marchinhas estão intrinsecamente ligadas ao Carnaval, que chegou ao Brasil ainda no período colonial. Porém, foi ao longo do século XX que essa festa se tornou próximo do que conhecemos hoje.
No contexto do final do século XIX, as marchinhas carnavalescas surgiram no Rio de Janeiro. Foi nesse período, no ano de 1899, que a pianista e compositora brasileira Chiquinha Gonzaga compôs a primeira marchinha, Ó Abre Alas.
A origem do nome “marchinha” remonta à marcha dos soldados, já que a batida é similar às fanfarras militares. Apesar de seu surgimento ainda no século XIX, foi no século XX, entre os anos de 1920 e 1960, que as marchinhas atingiram o seu auge.
Em um primeiro momento, as marchinhas brasileiras possuíam uma forte influência das portuguesas, ambas com melodias simples e compasso binário. Na época, Vassourinha (1912) e A Baratinha (1917) fizeram grande sucesso no Brasil.
Características das marchinhas de Carnaval
Ao longo dos anos, as marchinhas ganharam um ritmo mais acelerado, com melodias simples e letras com malícia. As características das marchinhas as tornam facilmente identificadas pelo público. Alguns desses elementos são:
-
letras pequenas e simples;
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fácil memorização;
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humor;
-
duplo sentido;
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ironia;
-
crítica social.
Veja também: Como era o Carnaval na Idade Média?
O auge das marchinhas de Carnaval
Ao longo do século XX, entre 1920 e 1960, as marchinhas de Carnaval viveram a era de ouro do Carnaval brasileiro. Na época, grandes nomes interpretaram marchinhas, como Dalva de Oliveira, Carmen Miranda, Sílvio Caldas e Mário Reis.
O sucesso era tanto que na década de 1950, muitos artistas do Brasil se arriscaram a escrever marchinhas. Foi o caso de Chico Buarque e Caetano Veloso, por exemplo. Buarque escreveu a música A Banda, de 1966, para o Carnaval da época. Já Caetano escreveu algumas marchinhas e também flertou com o frevo.
Declínio das marchinhas de Carnaval
As marchinhas começam a perder a "hegemonia” do Carnaval à medida que o samba e o samba-enredo ficaram cada vez mais populares, principalmente no Rio de Janeiro. Porém, ao longo dos anos, outros gêneros passaram a ocupar o protagonismo nas músicas de Carnaval, como axé, funk e brega.
Apesar de não serem mais o gênero mais tocado nos carnavais ao redor do Brasil, as marchinhas ainda ocupam um lugar importante no imaginário popular brasileiro no que diz respeito ao Carnaval.
Saiba mais: Escolas de samba — um dos principais atrativos do Carnaval brasieiro
Quais as marchinhas de Carnaval mais famosas?
Além de Ó Abre Alas, ao longo dos anos diversas marchinhas marcaram a cultura popular brasileira, como:
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Allah-lá-ô (Haroldo Lobo e Nássara, 1940);
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Mamãe Eu Quero (Jararaca e Vicente Paiva, 1936);
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Me Dá um Dinheiro Aí (Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira, 1959);
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Cachaça (Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro e Heber Lobato, 1953).
Confira abaixo as letras das marchinhas de Carnaval mais famosas do Brasil.
Ó Abre Alas
Ô abre alas que eu quero passar
Peço licença pra poder desabafar
A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim
A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim
Ô abre alas que eu quero passar
Peço licença pra poder desabafar
A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim
A jardineira abandonou o meu jardim
Só porque a rosa resolveu gostar de mim
Eu não quero a rosa
Porque não há rosa que não tenha espinhos
Prefiro a jardineira carinhosa
A flor cheirosa
E os seus carinhos
(Chiquinha Gonzaga, 1899)
Allah-lá-ô
Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O sol estava quente
Queimou a nossa cara
Viemos do Egito
E muitas vezes
Nós tivemos que rezar
Allah! allah! allah, meu bom allah!
Mande água pra ioiô
Mande água pra iaiá
Allah! meu bom allah
Mamãe Eu Quero
Mamãe eu quero, mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar
Dá a chupeta, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebê não chorar
Dorme filhinho do meu coração
Pega a mamadeira e vem entrar pro meu cordão
Eu tenho uma irmã que se chama Ana
De piscar o olho já ficou sem a pestana
Olho as pequenas mas daquele jeito
Tenho muita pena não ser criança de peito
Eu tenho uma irmã que é fenomenal
Ela é da bossa e o marido é um boçal
Me Dá um Dinheiro Aí
Ei, você aí!
Me dá um dinheiro aí!
Me dá um dinheiro aí!
Não vai dar?
Não vai dar não?
Você vai ver a grande confusão
Que eu vou fazer bebendo até cair
Me dá me dá me dá, ô!
Me dá um dinheiro aí!
Cachaça
Você pensa que cachaça é água
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão
Pode me faltar tudo na vida
Arroz feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não
Pode me faltar o amor
Há, há, há, há!
Isto até acho graça
Só não quero que me falte
A danada da cachaça
Créditos da imagem
[1] Commons
Por Miguel Souza
Jornalista