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O frevo é uma manifestação cultural caracterizada como uma dança folclórica e tradicional brasileira, mais conhecida na região Nordeste do país, sendo tipicamente pernambucana. Tem destaque no Carnaval, principalmente nas cidades de Olinda e Recife.
Foi reconhecido, em 2007, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e, em 2012, passou a fazer parte da Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
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Origem do frevo
O frevo teve os primeiros registros no final do século XIX, na cidade de Recife, no estado de Pernambuco, em virtude de atritos entre bandas militares e os ex-escravizados.
O termo “frevo” vem do verbo “ferver”, que sofreu alteração popular para “frever”, já que a dança possui um ritmo bastante acelerado. De acordo com o Galo da Madrugada, um dos blocos mais tradicionais do Carnaval de Recife, como o ritmo é bastante acelerado, “com o passar dos anos, o termo usado pelas pessoas para o ritmo era ‘frervendo’ e assim ficou conhecido como frevo”.
No ano de 2014, foi inaugurado o Paço do Frevo, no Recife, um lugar que reúne informações referentes ao frevo e toda a história da sua cultura.
O frevo é celebrado em duas datas, no dia 9 de fevereiro, que lembra a primeira vez em que o ritmo foi citado pela imprensa, no Jornal Pequeno, do Recife, e em 14 de setembro, quando é comemorado o Dia Nacional do Frevo.
Características do frevo
Resumidamente, o frevo é uma marchinha em tom acelerado acompanhada de uma banda no mesmo estilo de blocos de Carnaval. Ele também abrange componentes de outras danças, como capoeira, maxixe e polca.
Relatos de jornais da época em que foi estabelecido mostram que, durante o Carnaval, o ritmo realmente ganhava as ruas da cidade de Recife. Para conter o “frervor” dos foliões, os organizadores passaram a contratar grupos de capoeira, que se apresentavam à frente dos blocos, com o intuito de controlar os comportamentos violentos que por vezes surgiam.
Uma das marcas registradas do frevo está no fato de que pequenos guarda-chuvas (ou sombrinhas, dependendo da região) coloridos são utilizados pelos passistas, que também usam um figurino bastante colorido. Esse item faz toda diferença na execução da dança, já que contribui na coreografia, auxiliando os dançarinos no equilíbrio e nos passos acrobáticos do frevo.
Além disso, o uso da sombrinha na dança tem a mesma origem dos grupos de capoeira, que também usavam esse artefato para controlar a população. Se observarmos de perto os movimentos corporais do frevo hoje, podemos identificar claramente a influência da capoeira na sua composição, especialmente os movimentos baixos, que requerem máximas flexões dos joelhos.
Há mais de 100 passos catalogados para o frevo. Em geral, os passos mais complexos, que incluem habilidades acrobáticas, são realizados apenas por passistas dos blocos, a grande massa de foliões mantém a sua diversão com passos mais simples e populares.
A orquestra que acompanha o frevo recebe o nome de fanfarra e engana-se quem acredita que há somente um tipo de frevo. É possível ter frevo apenas executado por instrumentos de sopro e de percussão. A música executada também recebe o nome de frevo, e os instrumentos musicais mais comuns são o trompete, o trombone, a tuba e o saxofone.
Alguns blocos são tão importantes que ajudam a perpetuar o frevo como patrimônio cultural do Recife, como é o caso do já citado Galo da Madrugada, do Recife, e o Clube Vassourinhas, de Olinda.
Veja também: Qual é a história do Carnaval no Brasil?
Tipos de frevo
Há três tipos de frevo. Veja sobre cada um deles a seguir:
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Frevo de rua: é o mais tradicional. Não é cantado e sim executado ao ritmo dos instrumentos musicais. Trata-se do frevo da dança.
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Frevo de bloco: é cantado e lembra uma marchinha de Carnaval.
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Frevo-canção: é orquestrado, tendo um ritmo mais lento em relação aos demais tipos.
Por Érica Caetano
Jornalista