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Anelídeos (Filo Annelida) são animais de corpo segmentado que vivem em diferentes ambientes, como água doce e solo úmido. Atualmente são conhecidas cerca de 16.500 espécies, sendo a minhoca a representante mais conhecida. São animais triblásticos, celomados e que apresentam simetria bilateral. O filo é tradicionalmente dividido em poliquetas, oligoquetas e hirudíneos, sendo um dos critérios para essa classificação a presença de cerdas.
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Tópicos deste artigo
Características gerais dos anelídeos
Os anelídeos são animais que, como o nome sugere, possuem o corpo formado por vários segmentos que lembram uma série de anéis fundidos uns aos outros. Vivem em ambientes variados, sendo encontrados em ambiente marinho, em água doce e em solo úmido. Possuem representantes de diversos tamanhos, existindo organismos com menos de 1 mm e até com mais de 3 m, sendo esse o caso da minhoca gigante australiana.
Os anelídeos são animais triblásticos (possuem três folhetos embrionários: endoderme, mesoderme e ectoderme), celomados (possuem uma cavidade corporal revestida por tecido derivado da mesoderme chamada de celoma) e protostômios (o blastóporo origina a boca). Seu corpo é mole e seu celoma é cheio de líquido, atuando, desse modo, como um esqueleto hidrostático.
Como mencionado, os anelídeos apresentam segmentação do corpo, sendo observados septos separando tais segmentos. A organização do corpo em uma série de segmentos semelhantes é chamada de metameria. O corpo de um anelídeo apresenta três regiões, denominadas prostômio, tronco e pigídio.
A parte anterior do corpo é chamada de prostômio e é onde o cérebro do animal está. O tronco é formado pelos segmentos do animal e é onde se encontra a maioria dos sistemas. A parte terminal do corpo, por sua vez, é chamada de pigídio e é onde o ânus é encontrado.
O corpo dos anelídeos é revestido por uma cutícula colágena fibrosa, que recobre um epitélio que apresenta células glandulares e também sensoriais. A parede do corpo do animal apresenta camadas de músculos circulares e longitudinais.
O sistema digestório dos anelídeos é completo, iniciando-se na boca, localizada anteriormente, e finalizando-se no ânus, na região posterior do corpo. O trato digestivo é tubular e estende-se por todo o corpo do animal, atravessando cada septo. Os anelídeos alimentam-se de diferentes produtos, existindo espécies carnívoras, herbívoras e até parasitas.
Os sistema circulatório desses animais é fechado, com o sangue correndo, portanto, no interior dos vasos. O plasma sanguíneo apresenta hemoglobina dissolvida, sendo essa molécula responsável pelo transporte de oxigênio no animal.
A respiração dos anelídeos pode ser realizada de diferentes formas. Algumas espécies apresentam respiração cutânea, outras, no entanto, apresentam respiração branquial. Em muitos poliquetas, observa-se a presença de estruturas chamadas de parapódios, que atuam, entre outras funções, como brânquias. O sistema excretor dos anelídeos é formado por um par de nefrídeos por segmento. Na maioria dos anelídeos, como as minhocas, observa-se a presença de metanefrídeos, estruturas que coletam o líquido diretamente do celoma do animal.
Os anelídeos apresentam um sistema nervoso que é formado um par de gânglios cerebrais, também chamados de cérebro, e conectivos para um ou dois cordões nervosos que se estendem por todo o comprimento do corpo do animal. Em cada segmento, observa-se a presença de gânglios nervosos e nervos laterais.
Leia também: Tipos de respiração dos animais
Classificação dos anelídeos
Tradicionalmente os anelídeos são classificados em três grupos: poliquetas, oligoquetas e hirudíneos. Estudos filogenéticos recentes mostram alguns problemas relacionados a essa divisão, porém abordaremos a divisão em três grupos por ser a mais difundida.
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Polychaeta (poliquetas): possuem representantes marinhos e com grande quantidade de cerdas em seu corpo. Possuem um par de apêndices chamados de parapódios, que se assemelham a remos e são ricos em cerdas. Os parapódios ajudam na locomoção e, em algumas espécies, funcionam como brânquias. Apresentam sexos separados e a fecundação é externa. Possuem desenvolvimento indireto, ou seja, contando com estágio larval. Os poliquetas destacam-se por sua grande capacidade de regeneração.
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Oligochaeta (oligoquetas): incluem-se anelídeos de água doce, marinhos e terrestres. Os oligoquetas, como o nome sugere, apresentam pequena quantidade de cerdas em seu corpo. Para locomoverem-se em solos úmidos, contraem o seu corpo ou então, literalmente, comem o seu caminho. Ao alimentarem-se do solo, esses animais extraem seus nutrientes, e o que não é aproveitado é eliminado na forma de húmus. Oligoquetas são hermafroditas, a fertilização é cruzada, e o desenvolvimento, direto. Nesse grupo, há presença de um clitelo, o qual secreta um material que formará o casulo que conterá os ovos. Como representantes de oligoquetas, podemos citar as minhocas.
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Hirudinea (hirudíneos): temos representantes de água doce, água salgada e ambiente terrestre. Diferentemente dos outros grupos, os representantes dos hirudíneos não apresentam cerdas em seu corpo. Assim como os oligoquetas, não possuem parapódios. São conhecidos popularmente como sanguessugas. Apesar de serem muito conhecidas por serem hematófagas, nem todas as sanguessugas têm esse hábito. Nas espécies que sugam sangue de outros animais, observa-se mandíbulas que lembram lâminas, que cortam a pele do hospedeiro. Geralmente, o hospedeiro não sente dor, pois esses animais secretam uma substância anestésica. Além disso, observa-se também a secreção da hirudina, uma substância anticoagulante. As sanguessugas são hermafroditas e também possuem um clitelo, o qual secreta um casulo em algumas espécies. O casulo pode ser depositado no ambiente aquático ou terrestre.
Caso queira aprofundar-se mais nas características desses três grupos, leia: Classificação dos anelídeos.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia