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Ozonioterapia é um procedimento terapêutico que emprega a combinação de ozônio com oxigênio puro para tratar ou complementar o tratamento de diversas condições médicas. Os adeptos desse método aproveitam as propriedades oxidativas presentes nessa mistura, denominada ozônio medicinal. Essa terapia pode ser aplicada de diferentes formas, como a intravenosa, a tópica ou até mesmo a inalação.
Apesar de gerar interesse devido aos seus potenciais benefícios, a ozonioterapia permanece como um assunto controverso. A presença de riscos e efeitos colaterais bem como a ausência de evidências científicas sólidas que comprovem seus resultados e segurança estão em debate entre a comunidade médica e as agências de saúde.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre ozonioterapia
- 2 - O que é a ozonioterapia?
- 3 - Para que serve a ozonioterapia?
- 4 - Como funciona a ozonioterapia?
- 5 - Doenças tratadas com ozonioterapia
- 6 - Possíveis benefícios ozonioterapia
- 7 - Quais são os riscos da ozonioterapia?
- 8 - Ozonioterapia tem comprovação científica?
Resumo sobre ozonioterapia
- A ozonioterapia é um recurso terapêutico que utiliza uma combinação de ozônio e oxigênio.
- Essa técnica é utilizada no tratamento de diversas condições médicas, incluindo autismo, hepatite e procedimentos estéticos.
- As formas de aplicação incluem: injeção localizada, ozonioterapia por inalação, insuflação retal, ozonioterapia tópica, ozonioterapia venosa e insuflação vaginal.
- Edema pulmonar, irritação local e perturbações fisiológicas são potenciais riscos e efeitos colaterais do seu uso.
- Ainda carece de evidências científicas robustas e significativas que comprovem seus benefícios e segurança.
O que é a ozonioterapia?
A ozonioterapia é um procedimento terapêutico que emprega a combinação de ozônio e oxigênio puro. Essa mistura é denominada ozônio medicinal, e tem como propósito complementar o tratamento de diversas enfermidades.
Historicamente, a prática da ozonioterapia data do século passado. A descoberta do gás ozônio ocorreu em 1840, e, desde então, registros relatam sua utilização, especialmente a partir da Primeira Guerra Mundial, quando soldados alemães a aplicavam para tratar suas feridas. Ao longo dos anos, a técnica passou por aprimoramentos, com o desenvolvimento de novos equipamentos para realização dos procedimentos e a ampliação de seu escopo de aplicações.
No contexto brasileiro, a introdução da ozonioterapia teve início na década de 1980. Atualmente, existe um debate em andamento sobre a regulamentação do uso dessa técnica na saúde, tanto no Brasil quanto em outros países do mundo.
Para que serve a ozonioterapia?
A ozonioterapia desempenha um papel como recurso terapêutico complementar destinado para o tratamento de diversas enfermidades, bem como condições odontológicas e procedimentos estéticos.
Veja também: Afinal, qual é a diferença entre remédio e medicamento?
Como funciona a ozonioterapia?
A ozonioterapia se baseia na ação oxidante e bactericida do ozônio. Essas características, inclusive, tornam esse gás um recurso para desinfetar objetos e fazer tratamento de reservatórios de água. Entretanto, a concentração de ozônio utilizada na ozonioterapia é muito menor do que aquela para fins industriais, variando de acordo com o tratamento recomendado ao paciente.
→ Vias de aplicação da ozonioterapia e seus efeitos no corpo humano
A ozonioterapia pode ser aplicada de diversas formas no corpo, cada uma destinada a tratar diferentes condições médicas. Algumas das principais formas de aplicação são:
- Ozonioterapia intravenosa: o ozônio é injetado diretamente na corrente sanguínea por via intravenosa. É frequentemente usada para melhorar a circulação, aumentar a oxigenação dos tecidos e fortalecer o sistema imunológico.
- Ozonioterapia tópica: o ozônio é aplicado diretamente na pele, muitas vezes por meio de óleos. É geralmente utilizada para tratar problemas dermatológicos, feridas e infecções cutâneas.
- Injeção localizada: o ozônio é injetado diretamente em um músculo ou articulação. Pode ser usada para tratar dor crônica, inflamações e lesões musculares.
- Ozonioterapia por inalação: a mistura de ozônio e oxigênio é inalada. É utilizada para tratar doenças respiratórias.
- Insuflação retal: o ozônio é introduzido no corpo através do reto. Essa técnica é utilizada para tratar doenças intestinais, infecções e condições relacionadas.
- Insuflação vaginal: o ozônio é introduzido pela vagina. É empregada em casos de infecções ginecológicas e distúrbios do trato urinário.
Doenças tratadas com ozonioterapia
Os adeptos da ozonioterapia defendem seu uso para uma série de condições médicas. Alguns exemplos são:
- tratamento odontológico, como cáries, canais dentários e periodontite;
- procedimentos estéticos, como limpeza e assepsia da pele;
- hepatite;
- autismo;
- sequelas de câncer;
- doenças infecciosas ou inflamatórias;
- acidente Vascular Cerebral (AVC);
- hérnia de disco;
- diarreia;
- covid-19;
- herpes.
Possíveis benefícios ozonioterapia
Os adeptos da ozonioterapia defendem que esse procedimento possui a capacidade de melhorar significativamente a oxigenação sanguínea; promover uma circulação mais eficiente; e fortalecer o sistema imunológico. Ao entrar em contato com os fluidos corporais, acredita-se que o ozônio demonstre a habilidade de desencadear uma série de respostas benéficas no organismo, resultando em uma notável melhoria no estado de saúde.
Esse processo, conhecido como “estresse oxidativo controlado”, é considerado por muitos como um fator que contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, a promoção da capacidade de regeneração celular e a melhoria geral da resposta do organismo a várias condições de saúde.
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Quais são os riscos da ozonioterapia?
A ozonioterapia ainda carece de respaldo científico para embasar seus usos clínicos e pode acarretar potenciais riscos à saúde do indivíduo. Quando aplicada sem evidências sólidas que sustentem sua eficácia, a utilização dessa técnica pode não somente adiar a aplicação de tratamentos com eficácia já estabelecida como também acelerar o avanço da condição de saúde do paciente, resultando em comprometimento adicional.
Esse cenário pode se agravar de maneira substancial caso a ozonioterapia seja administrada de forma inadequada, em que aspectos como o uso de equipamentos não regulamentados, doses excessivas ou até a intervenção de profissionais inexperientes podem exacerbar os riscos.
Entre os efeitos colaterais adversos associados, encontra-se a irritação no local da aplicação, além de perturbações fisiológicas indesejadas que podem impactar o sistema nervoso central, o coração e a visão. Ainda, destaca-se um aumento do risco de edema pulmonar, especialmente quando o gás é inalado.
Ozonioterapia tem comprovação científica?
Os potenciais benefícios atribuídos à ozonioterapia ainda carecem de evidências científicas sólidas e significativas que os sustentem. Os estudos atualmente disponíveis não comprovam de maneira conclusiva a eficácia e a segurança dessa abordagem em relação às diversas enfermidades apontadas pelos seus defensores. Muitos apontam o uso dessa técnica na saúde como pseudociência.
Como resultado, a regulamentação para o uso da ozonioterapia na saúde permanece como um tema controverso, tanto no Brasil quanto em âmbito global. Em face dessa falta de fundamentação científica robusta, é importante considerar cuidadosamente a substituição de tratamentos tradicionais e amplamente testados pelo emprego da ozonioterapia.
A recomendação das agências de saúde é basear decisões médicas em abordagens que tenham demonstrado eficácia comprovada por meio de investigações rigorosas e validações clínicas substanciais.
Fontes
CERQUETANI, S. Ozonioterapia: Quais os riscos para a saúde e as indicações regulamentadas no Brasil. In: Site Drauzio Varella. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/clinica-geral/ozonioterapia-quais-os-riscos-para-a-saude-e-as-indicacoes-regulamentadas-no-brasil/
EQUIPE Portal Drauzio Varella. Novas terapias complementares e integrativas no SUS. In: Site Drauzio Varella. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/checagens/novas-terapias-complementares-e-integrativas-no-sus-checagem/.
SMITH, N.L. et al. Ozone therapy: an overview of pharmacodynamics, current research, and clinical utility. Med Gas Res. 2017. 7(3): 212-219.