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Os seis tipos de coerência textual são:
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sintática;
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semântica;
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temática;
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pragmática;
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estilística;
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genérica.
A coerência é fator indispensável nos atos de comunicação, nos quais há um esforço conjunto entre emissor e receptor para que exista, de fato, compreensão. A fim de, ao final seu final, um texto seja considerado coerente, seus segmentos textuais precisam estar encadeados logicamente, como peças de um quebra-cabeças. Essas peças, quando o assunto é a coerência textual, são as ideias e os argumentos, que devem estar harmonicamente organizados para que os sentidos do texto sejam apreendidos de maneira satisfatória.
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre os tipos de coerência textual
- 2 - Videoaula sobre coerência textual
- 3 - Quais são os tipos de coerência textual?
Resumo sobre os tipos de coerência textual
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A coerência é fator indispensável nos atos de comunicação, nos quais há um esforço conjunto entre emissor e receptor para que exista, de fato, compreensão.
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Existem seis tipos de coerência textual: sintática, semântica, temática, pragmática, estilística e genérica.
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A coerência sintática tem a ver com adequação entre os elementos da frase. Ela via a eliminar estruturas ambíguas e o uso inadequado dos conectivos.
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A coerência semântica é estabelecida entre os significados dos elementos do texto. Sintaticamente, ela aparece na escolha de termos que auxiliam no sentido da frase.
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A coerência temática diz respeito à sequência lógica dos argumentos. Frases que não contribuem para tanto devem ser evitadas. É muito requisitada nas provas de redação de vestibulares e do Enem.
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A coerência pragmática acontece quando as condições do contexto são favoráveis aos atos de fala dos interlocutores. Deve-se ter em mente o interlocutor a fim de que a mensagem chegue a ele.
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A coerência estilística exige que, ao longo do texto, um único tipo de linguagem (tanto formal como informal) seja mantido.
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A coerência genética se dá pela escolha adequada do gênero textual de acordo com o conteúdo enunciado. A ruptura com esse padrão só é admitida enquanto recurso.
Videoaula sobre coerência textual
Quais são os tipos de coerência textual?
Conheça agora os diferentes tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
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Coerência sintática
Diz respeito à adequação entre os elementos que compõem a frase, como a ordem como eles são dispostos, a seleção lexical, a coesão e as regras de concordância e de regência. Sua principal função é eliminar estruturas ambíguas, assim como o uso inadequado dos conectivos, elementos indispensáveis para a coesão textual.
Sobre a ambiguidade, veja este exemplo:
Eu vi o rapaz com os binóculos
Aqui temos um tipo de ambiguidade sintática que reside na dúvida: quem estava com os binóculos, o rapaz ou a pessoa que diz que o viu? O que promove essa dúvida sobre a frase é a preposição “com”, cuja função como conectivo falhou quando não conseguiu estabelecer de forma direta o sentido de instrumento. Supondo que quem estava com os binóculos é o que foi visto, e para reestabelecer a coerência textual, podemos reestruturar a frase desta forma:
Eu vi o rapaz, e ele estava com os binóculos.
Agora, o uso da preposição “e” consegue unir duas frases e seus respectivos sentidos, que se complementam de forma coerente.
Outro exemplo de uso de conectivos para manutenção da coerência textual dá-se pelo paralelismo, que estabelece uma sequência simétrica que integra harmoniosamente as partes da oração. Para tanto, pode-se usar as conjunções alternativas, que indicam a escolha ou a alternância entre palavras ou orações.
Exemplos:
Seja em casa, seja lá fora, eu não fico sem protetor solar.
Ora ela andava rápido, ora ela andava devagar.
Ou eu vou para casa agora, ou eu fico na festa até o fim.
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Coerência semântica
É estabelecida entre os significados dos elementos do texto. Quando as frases em sequência aparecem desprovidas de sentido, dizemos que se trata de ideias contraditórias.
Sintaticamente, a coerência temática aparece na escolha de termos que auxiliam na condução do sentido da frase. Isso é percebido, por exemplo, no uso de conjunções, especialmente no caso das adversativas, como “mas”.
Exemplo:
Eu gosto muito de você, mas quero que suma da minha vida.
A proposição causa estranhamento na inversão de sentidos que ocorrem entre as duas orações subordinadas. Não parece fazer sentido alguém querer que outro alguém, de quem tanto gosta, não participe mais de sua vida. A incoerência está regendo as partes dessa sintaxe.
Num limite da questão, teríamos algo como:
Eu gosto muito de guarda-chuvas, e você comeu três dos meus!
Nessas orações mais elementos se estranham. Dessa vez pelo uso da conjunção coordenativa aditiva “e”. O significado das palavras no encadeamento sintático tensiona de forma a não se compreender a mensagem. Como seria possível comer três guarda-chuvas? Em que mundo isso seria normal? Além disso, o uso de uma conjunção que, a princípio, tem o sentido de adição num período que, em geral, tem um sentido de discordância também contribui para a incoerência semântica no exemplo.
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Coerência temática
Com exceção das inserções explicativas, como citações e paráfrases, todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e relevantes para o tema. Para que se consiga a coerência temática, frases que em nada contribuem para a sequência lógica dos argumentos devem ser evitadas.
Essa coerência é muito requisitada nas provas de redação dos vestibulares e do Enem. Na grade avaliativa da redação do Enem, por exemplo, a ausência de correlação entre o texto e o tema proposto pode anular a sua nota da prova. Então é muito importante que se mantenha o foco no tema discutido para que, entre outras coisas, o sentido do texto como um todo não se perca ao ponto de perder também seu objetivo. O que nos leva à próxima coerência.
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Coerência pragmática
Acontece quando as condições do contexto são favoráveis aos atos de fala dos interlocutores. Por exemplo, quando fazemos uma pergunta para um interlocutor, a coerência pragmática exige que ele elabore uma resposta, dando sequência então aos atos de fala e à comunicação. Se essas condições são ignoradas, o resultado é a incoerência pragmática.
Por exemplo, se alguém fizer uma pergunta sobre o imposto de renda, e o interlocutor for uma criança, esta não conseguirá cumprir com o objetivo daquele ato de comunicação, pois enfrentará dificuldade na interpretação da pergunta.
Como a coerência pragmática observa o objetivo do texto, deve-se ter em mente quem é o interlocutor a que se volta a fim de que a mensagem do texto chegue a ele. No caso do nosso exemplo, espera-se que, se alguém faz uma pergunta, a outra pessoa vai responder; no entanto, vimos que isso depende da pergunta e da pessoa.
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Coerência estilística
A coerência estilística exige que, ao longo de um texto, um único tipo de linguagem seja mantido. Se a linguagem formal for contemplada, ela deverá ser preservada até o final da composição, o mesmo serve para a linguagem coloquial.
Na imagem anterior ocorre trocas de mensagens cujos estilos são muito diferentes, instalando-se um estranhamento entre uma linguagem formal e rebuscada e uma linguagem coloquial típica da internet.
A incoerência estilística não afeta o entendimento de um texto, pois o noivo consegue se comunicar com o convidado. No entanto, o ideal é manter um padrão de linguagem único, sobretudo que esteja adequado à situação linguística.
E a situação linguística em questão depende de perguntas como: Qual tipo de relação têm os interlocutores? Qual das situações, a comunicacional (digital) ou a contextual (um casamento), deve imperar? De todo modo, percebe-se que esse tipo de coerência pode exigir certa habilidade interpretativa.
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Coerência genérica
A coerência genérica é a escolha adequada do gênero textual de acordo com o conteúdo enunciado. A ruptura com esse padrão só é admitida enquanto recurso para o gênero próprio do texto, como no caso em que uma reportagem que se inicia com um verso. Especialmente nos textos que adotam a linguagem literária, é comum encontrar esse tipo de hibridismo, a exemplo do romance epistolar.
Um exemplo de incoerência genérica seria a emissão de opinião em um gênero prescritivo, que conduz o leitor a como algo deve ser feito, sem exceções, não havendo, portanto, espaço para a singularidade da opinião.