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Certamente você já ouviu falar na coerência textual, esse elemento indispensável para a construção de sentidos de um texto. O que talvez você ainda não saiba é que, quando se trata de coerência, diferentes tipos podem ser elencados, todos com um mesmo propósito: tornar um texto inteligível, organizado e não contraditório.
Para que ao final de um texto ele seja considerado coerente, seus segmentos textuais precisam estar encadeados logicamente, como pecinhas de um complicado quebra-cabeças. Cada parte colabora para o resultado final, que pode ser satisfatório ou desastroso, sobretudo se as peças estiverem em lugares inadequados. Essas peças, quando o assunto é a coerência textual, são as ideias e os argumentos, que devem estar harmonicamente organizados para que os sentidos do texto sejam apreendidos de maneira satisfatória.
Conheça agora os diferentes tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
♣ Coerência sintática: diz respeito à adequação entre os elementos que compõem a frase, como a ordem como eles são dispostos, seleção lexical, coesão e regras de concordância e de regência. Sua principal função é eliminar estruturas ambíguas, assim como o uso inadequado dos conectivos, elementos indispensáveis para a coesão textual.
♣ Coerência semântica: é estabelecida entre os significados dos elementos do texto. Quando as frases em sequência aparecem desprovidas de sentido, dizemos que se trata de ideias contraditórias.
♣ Coerência temática: Com exceção das inserções explicativas, como citações e paráfrases, todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e relevantes para o tema. Para que se consiga a coerência temática, frases que em nada contribuem para a sequência lógica dos argumentos devem ser evitadas.
♣ Coerência pragmática: acontece quando as condições do contexto são favoráveis aos atos de fala dos interlocutores. Por exemplo, quando fazemos uma pergunta para um interlocutor, a coerência pragmática exige que ele elabore uma resposta, dando sequência então aos atos de fala e à comunicação. Se essas condições são ignoradas, o resultado é a incoerência pragmática.
♣ Coerência estilística: A coerência estilística exige que, ao longo de um texto, um único tipo de linguagem seja mantido. Se a linguagem formal for contemplada, ela deverá ser preservada até o final da composição, o mesmo serve para a linguagem coloquial. A incoerência estilística não afeta o entendimento de um texto, no entanto, o ideal é manter um padrão de linguagem único, sobretudo que esteja adequado à situação linguística.
♣ Coerência genérica: A coerência genérica é a escolha adequada do gênero textual de acordo com o conteúdo anunciado. A ruptura com esse padrão só é admitida nos textos que adotam a linguagem literária, nos quais é comum encontrar determinado gênero apresentando características próprias de outros gêneros, fenômeno que chamamos de hibridismo linguístico.
Os seis tipos de coerência textual aqui apresentados contribuem para a construção de enunciados aceitáveis, seja do ponto de vista semântico, sintático, estilístico, temático, genérico ou pragmático. A coerência é fator indispensável nos atos de comunicação, nos quais há um esforço conjunto entre emissor e receptor para que exista, de fato, compreensão. Esse empenho pode ser identificado no texto através dos tipos de coerência anteriormente apresentados.
Por Luana Castro
Graduada em Letras