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A poluição das águas é uma das formas de poluição do meio ambiente mais preocupantes, tendo em vista a grande dependência em relação à água para sobrevivência e para o desenvolvimento da sociedade, que a água que dispomos para usar em nossas atividades diárias é pouca (apenas 0,03% de toda a água do planeta) e que as outras formas de poluição, como a do ar e a do solo, geralmente acabam atingindo as águas.
Por essa razão, torna-se imprescindível a tomada de ações para diminuir a poluição das águas. Entre as medidas de controle da poluição, temos os tratamentos dos efluentes, isto é, do conjunto de resíduos líquidos lançados para o meio ambiente, como o esgoto doméstico, o da agricultura e o que é resultado de atividades industriais. Esses dois últimos, principalmente, constituem tipos de efluentes que podem ser bastante nocivos, pois podem conter metais pesados, óleos e outras substâncias que causam problemas ambientais graves.
Por isso, os efluentes precisam ser tratados antes de serem lançados nas águas. O tratamento ideal para cada tipo de efluente é indicado de acordo com a carga poluidora e a presença de contaminantes. Existem vários tipos de tecnologias usadas para esse fim, mas os principais tipos de tratamentos de efluentes resumem-se em três: tratamentos primários, secundários e terciários. Aqui falaremos especificamente dos primários, os demais poderão ser vistos nos textos listados no final deste artigo.
* Tratamento primário: É aquele que usa processos físico-químicos para separar da água os sólidos em suspensão e materiais que ficam flutuando. Exemplos:
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Gradeamento: Esse tratamento é usado, por exemplo, nas ETAs (Estações de Tratamento de água) onde a água captada dos rios, lagos ou poços passa por grades colocadas em lugares estratégicos para impedir a passagem de detritos (e também de peixes e plantas).
Água passando por um dos tipos de gradeamento em estação de tratamento de água -
Decantação: Essa é uma técnica física de separação de misturas formadas principalmente por sólidos em líquidos. Ela consiste em deixar a mistura em repouso para que, em razão da diferença de densidade e da ação da gravidade, os sólidos sedimentem-se, ou seja, depositem-se no fundo do recipiente para serem então separados da parte líquida, que fica em cima.
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Tanques de decantação em estação de tratamento de água -
Flotação: É uma técnica de separação físico-química que consiste em adicionar bolhas de ar em uma suspensão coloidal. As partículas em suspensão aderem a essas bolhas e são arrastadas para a superfície do líquido, formando uma espuma que pode, então, ser removida da solução.
Tanque de flotação em estação de tratamento de água -
Separação de óleo: Comumente são usados separadores de água-óleo (SAO), que são equipamentos que empregam métodos físicos, como a densidade e a tendência que o óleo tem de flutuar sobre a água. Isso é especialmente importante para efluentes vindos de áreas de manutenção, lavagem de veículos e máquinas em oficinas mecânicas que geralmente estão contaminados com óleos e graxas.
Outra técnica é a eletrocoagulação (EC), que é realizada com a passagem de corrente elétrica pela água, o que desestabiliza a solução e coagula os contaminantes, porque os campos elétricos propiciam reações de oxirredução que levam a estados químicos menos reativos, insolúveis e de maior estabilidade. Esses flocos insolúveis formados podem então ser separados da água pelas outras técnicas mencionadas, como a decantação e a flotação.
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Equalização: A função da bacia de equalização é dar robustez ao sistema ao absorver variações bruscas na qualidade do efluente.
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Neutralização: Usam-se produtos químicos para neutralizar o pH do efluente.
O pH neutro é igual a 7
Depois dessas etapas, o efluente ainda não está seguro para ser lançado no meio ambiente. Ele precisa ainda passar pelos tratamentos mostrados nos textos a seguir:
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Tratamentos secundários de efluentes;
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Tratamentos terciários de efluentes.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química