Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Cúrio (Cm)

O cúrio é um elemento sintético da classe dos actinídeos. Tem grande atividade radioativa e se destaca por ser um emissor de partículas alfa.

Mão segura bloco com símbolo e número atômico do elemento cúrio.
Símbolo do elemento químico cúrio.
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

O cúrio, símbolo Cm e número atômico 96, é um dos actinídeos da Tabela Periódica. É um elemento que não pode ser encontrado na natureza e por isso só pode ser obtido em laboratório. Na sua forma metálica, tem coloração prateada, é brilhoso e maleável. Já em solução, apresenta comumente o estado de oxidação +3. Apresenta 20 isótopos, sendo os principais os de massa 242, 244 e 248.

Esse elemento pode ser obtido por exposição de núcleos pesados, como isótopos de plutônio e amerício, a nêutrons. Estima-se que 20 gramas de cúrio podem ser obtidos de 1 tonelada de rejeitos nucleares.

Em termos de aplicação, o cúrio se destaca por sua grande atividade radioativa e como emissor de partículas alfa. Foi sintetizado pela primeira vez no fim da Segunda Guerra Mundial e batizado em homenagem ao casal francês Pierre e Marie Curie.

Leia também: Actínio — actinídeo que pode ser utilizado no tratamento de câncer

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o cúrio

  • O cúrio é um metal pertencente ao bloco f da Tabela Periódica.

  • Na forma metálica, possui coloração prateada, além de ser brilhoso e maleável.

  • Em solução, seu principal NOx é +3, por conta da estabilidade do subnível 5f7.

  • Possui 20 isótopos conhecidos, cujas massas variam de 232 a 252.

  • Não pode ser encontrado na natureza, só sendo possível ser sintetizado em laboratório.

  • Tem grande atividade radioativa e se destaca por ser um emissor de partículas alfa.

  • Foi sintetizado pela primeira vez no fim da Segunda Guerra Mundial por Seaborg, James e Ghiorso.

Propriedades do cúrio

  • Símbolo: Cm.

  • Número atômico: 96.

  • Massa atômica: 247 u.m.a.

  • Eletronegatividade: 1,3.

  • Ponto de fusão: 1345 °C.

  • Ponto de ebulição: 3110 °C (calculado).

  • Densidade: 13,51 g.cm-3 (calculado).

  • Configuração eletrônica: [Rn] 7s2 5f7 6d1.

  • Série química: actinídeos, bloco f, elementos de transição interna.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Características do cúrio

De símbolo Cm e número atômico 96, o cúrio é um metal pertencente ao grupo dos actinídeos (bloco f) da Tabela Periódica. É brilhoso em sua forma metálica, além de maleável e com coloração prateada, com propriedades que se assemelham aos actinídeos mais leves.

O cúrio metálico aparenta ser bem mais suscetível à corrosão do que os actinídeos anteriores. Dissolve-se velozmente em soluções ácidas diluídas e em contato com o ar, rapidamente forma uma camada protetiva de óxido, que começa como CmO, passando por Cm2O3, até chegar a CmO2 em altas temperaturas. Pode reagir com boa parte dos ametais da Tabela Periódica.

Vinte isótopos do Cm são conhecidos, cujas massas variam de 232 a 252, mas nenhum deles é encontrado na natureza, todos são produzidos em laboratório. Destes, apenas três estão disponíveis em quantidade suficiente para estudos — 242Cm, 244Cm e 248Cm. Enquanto os dois isótopos mais leves respondem por 90% da produção, o isótopo de massa 248 é desejado para estudos, já que seu tempo de meia-vida é de cerca de 3,5 x 105 anos.

Adota, preferencialmente, o estado de oxidação +3, visto que o subnível 5f7 (preenchido pela metade) garante uma maior estabilidade.

Leia também: Tório — actinídeo que vem sendo estudado como combustível para usinas nucleares

Obtenção do cúrio

O cúrio não é um elemento encontrado na natureza, sendo necessária sua produção em laboratório. Assim, caracteriza-se como um elemento sintético.

Exposição intensa de nêutrons aos isótopos 242Pu e 243Am em reatores nucleares é capaz de formar quantidades significantivas dos isótopos 244Cm, 246Cm e 248Cm, com quantidades menores dos isótopos de massa ímpar 245Cm e 247Cm. Estima-se que 20 gramas de cúrio podem ser produzidos de 1 tonelada de rejeitos nucleares.

A forma metálica do cúrio é preparada pela redução do fluoreto de cúrio III (CmF3) utilizando bário ou lítio metálicos.

Aplicações do cúrio

O 242Cm e o 244Cm apresentam grande atividade radioativa (1012 a 1015 Bq.g-1), por isso, foram estudados como fontes de calor para geração de energia em programas aeroespaciais. Contudo, os grandes custos e dificuldades operacionais tornaram a aplicação proibitiva.

Mesmo assim, o 244Cm ainda foi enviado para o espaço para ser um emissor de partículas alfa em aparelhos de espectrometria de raios-X de análise de rochas marcianas.

O 242Cm foi empregado para produção de um isótopo 238Pu mais estável, aplicado em geração de energia termoelétrica em dispositivos, incluindo alguns modelos de marcapassos cardíacos. Já o 245Cm e o 248Cm foram empregados como alvos para a síntese do recém-descoberto elemento livermório (Lv, número atômico 116).

História do cúrio

O cúrio não é tão famoso como o plutônio e o urânio, elementos mais conhecidos da série dos actinídeos. Não sendo encontrado na natureza, foi preparado (mais especificamente o 242Cm) pela primeira vez em 1944 por Seaborg, James e Ghiorso, bombardeando-se um núcleo de 239Pu com partículas alfa. Logo em seguida, o elemento 95, amerício, também foi descoberto.

A equipe, por conta da Segunda Guerra Mundial, manteve as duas descobertas ocultas. Porém, no Dia do Armistício, 11 de novembro de 1945, o próprio Seaborg falou em um programa de televisão americano, o Quiz Kids, acerca da descoberta dos dois novos elementos.

Pierre e Marie Curie
O casal Curie. O elemento 96 foi batizado em sua homenagem.

O elemento 96 é nomeado em homenagem ao casal Pierre e Marie Curie, o qual revolucionou a ciência com suas descobertas acerca da radioatividade.

 

Por Stéfano Araújo Novais
Professor de Química

Escritor do artigo
Escrito por: Stéfano Araújo Novais Stéfano Araújo Novais, além de pai da Celina, é também professor de Química da rede privada de ensino do Rio de Janeiro. É bacharel em Química Industrial pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e mestre em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

NOVAIS, Stéfano Araújo. "Cúrio (Cm)"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/curio-cm.htm. Acesso em 02 de novembro de 2024.

De estudante para estudante