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O cúrio, símbolo Cm e número atômico 96, é um dos actinídeos da Tabela Periódica. É um elemento que não pode ser encontrado na natureza e por isso só pode ser obtido em laboratório. Na sua forma metálica, tem coloração prateada, é brilhoso e maleável. Já em solução, apresenta comumente o estado de oxidação +3. Apresenta 20 isótopos, sendo os principais os de massa 242, 244 e 248.
Esse elemento pode ser obtido por exposição de núcleos pesados, como isótopos de plutônio e amerício, a nêutrons. Estima-se que 20 gramas de cúrio podem ser obtidos de 1 tonelada de rejeitos nucleares.
Em termos de aplicação, o cúrio se destaca por sua grande atividade radioativa e como emissor de partículas alfa. Foi sintetizado pela primeira vez no fim da Segunda Guerra Mundial e batizado em homenagem ao casal francês Pierre e Marie Curie.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o cúrio
- 2 - Propriedades do cúrio
- 3 - Características do cúrio
- 4 - Obtenção do cúrio
- 5 - Aplicações do cúrio
- 6 - História do cúrio
Resumo sobre o cúrio
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O cúrio é um metal pertencente ao bloco f da Tabela Periódica.
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Na forma metálica, possui coloração prateada, além de ser brilhoso e maleável.
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Em solução, seu principal NOx é +3, por conta da estabilidade do subnível 5f7.
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Possui 20 isótopos conhecidos, cujas massas variam de 232 a 252.
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Não pode ser encontrado na natureza, só sendo possível ser sintetizado em laboratório.
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Tem grande atividade radioativa e se destaca por ser um emissor de partículas alfa.
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Foi sintetizado pela primeira vez no fim da Segunda Guerra Mundial por Seaborg, James e Ghiorso.
Propriedades do cúrio
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Símbolo: Cm.
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Número atômico: 96.
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Massa atômica: 247 u.m.a.
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Eletronegatividade: 1,3.
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Ponto de fusão: 1345 °C.
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Ponto de ebulição: 3110 °C (calculado).
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Densidade: 13,51 g.cm-3 (calculado).
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Configuração eletrônica: [Rn] 7s2 5f7 6d1.
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Série química: actinídeos, bloco f, elementos de transição interna.
Características do cúrio
De símbolo Cm e número atômico 96, o cúrio é um metal pertencente ao grupo dos actinídeos (bloco f) da Tabela Periódica. É brilhoso em sua forma metálica, além de maleável e com coloração prateada, com propriedades que se assemelham aos actinídeos mais leves.
O cúrio metálico aparenta ser bem mais suscetível à corrosão do que os actinídeos anteriores. Dissolve-se velozmente em soluções ácidas diluídas e em contato com o ar, rapidamente forma uma camada protetiva de óxido, que começa como CmO, passando por Cm2O3, até chegar a CmO2 em altas temperaturas. Pode reagir com boa parte dos ametais da Tabela Periódica.
Vinte isótopos do Cm são conhecidos, cujas massas variam de 232 a 252, mas nenhum deles é encontrado na natureza, todos são produzidos em laboratório. Destes, apenas três estão disponíveis em quantidade suficiente para estudos — 242Cm, 244Cm e 248Cm. Enquanto os dois isótopos mais leves respondem por 90% da produção, o isótopo de massa 248 é desejado para estudos, já que seu tempo de meia-vida é de cerca de 3,5 x 105 anos.
Adota, preferencialmente, o estado de oxidação +3, visto que o subnível 5f7 (preenchido pela metade) garante uma maior estabilidade.
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Obtenção do cúrio
O cúrio não é um elemento encontrado na natureza, sendo necessária sua produção em laboratório. Assim, caracteriza-se como um elemento sintético.
Exposição intensa de nêutrons aos isótopos 242Pu e 243Am em reatores nucleares é capaz de formar quantidades significantivas dos isótopos 244Cm, 246Cm e 248Cm, com quantidades menores dos isótopos de massa ímpar 245Cm e 247Cm. Estima-se que 20 gramas de cúrio podem ser produzidos de 1 tonelada de rejeitos nucleares.
A forma metálica do cúrio é preparada pela redução do fluoreto de cúrio III (CmF3) utilizando bário ou lítio metálicos.
Aplicações do cúrio
O 242Cm e o 244Cm apresentam grande atividade radioativa (1012 a 1015 Bq.g-1), por isso, foram estudados como fontes de calor para geração de energia em programas aeroespaciais. Contudo, os grandes custos e dificuldades operacionais tornaram a aplicação proibitiva.
Mesmo assim, o 244Cm ainda foi enviado para o espaço para ser um emissor de partículas alfa em aparelhos de espectrometria de raios-X de análise de rochas marcianas.
O 242Cm foi empregado para produção de um isótopo 238Pu mais estável, aplicado em geração de energia termoelétrica em dispositivos, incluindo alguns modelos de marcapassos cardíacos. Já o 245Cm e o 248Cm foram empregados como alvos para a síntese do recém-descoberto elemento livermório (Lv, número atômico 116).
História do cúrio
O cúrio não é tão famoso como o plutônio e o urânio, elementos mais conhecidos da série dos actinídeos. Não sendo encontrado na natureza, foi preparado (mais especificamente o 242Cm) pela primeira vez em 1944 por Seaborg, James e Ghiorso, bombardeando-se um núcleo de 239Pu com partículas alfa. Logo em seguida, o elemento 95, amerício, também foi descoberto.
A equipe, por conta da Segunda Guerra Mundial, manteve as duas descobertas ocultas. Porém, no Dia do Armistício, 11 de novembro de 1945, o próprio Seaborg falou em um programa de televisão americano, o Quiz Kids, acerca da descoberta dos dois novos elementos.
O elemento 96 é nomeado em homenagem ao casal Pierre e Marie Curie, o qual revolucionou a ciência com suas descobertas acerca da radioatividade.
Por Stéfano Araújo Novais
Professor de Química