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As células a combustível são dispositivos que têm o funcionamento parecido com o das pilhas, com a diferença de que as pilhas possuem seus reagentes armazenados em seu interior, sofrendo reações de oxidorredução e transformando energia química em elétrica; enquanto as células a combustível não têm a energia química armazenada, mas os reagentes são continuamente injetados.
Há vários tipos de células a combustível, mas todas elas possuem o mesmo princípio de funcionamento e utilizam combustíveis gasosos. Assim, as células a combustível convertem a energia liberada em reações de combustão em energia elétrica.
Abaixo temos o esquema de uma das células de combustíveis mais comuns, denominada de AFC (do inglês Alkaline Fuel Cell, que traduzido significa “célula de combustível alcalina”):
Esquema de funcionamento de uma célula a combustível hidrogênio/oxigênio
Esse é o esquema de uma célula a combustível, mas, se associarmos várias células em série, o resultado será uma pilha de combustível, com maior potência.
Observe que o gás hidrogênio (H2), que é o combustível, é bombeado para dentro da estrutura porosa do ânodo (polo negativo), que nesse caso é constituído de níquel. Depois de atravessá-lo, o hidrogênio passa para o eletrólito (solução aquosa de hidróxido de potássio, KOH(aq)), onde se dissolve e reage, formando o cátion H+ e liberando elétrons. Assim, a semirreação do ânodo pode ser representada por:
Ânodo: 1H2(g) + 2 OH-(aq) → 2 H2O(ℓ) + 2e-
Esses elétrons são conduzidos até o cátodo por meio do circuito externo. O cátodo é um eletrodo de níquel recoberto de óxido de níquel hidratado (Ni(OH)(s)) que catalisa a redução do oxigênio (proveniente geralmente do bombeamento de ar), que ocorre quando ele recebe os elétrons. Desse modo, a semirreação que ocorre no cátodo é:
Cátodo: ½ O2(g) + 1 H2O(ℓ) + 2e- → 2 OH-(aq)
A reação global é dada por:
2 H2(g) + O2(g) → 2 H2O(ℓ)
Veja que além da eletricidade produzida, essa célula gera água, o que corresponde a uma das suas principais vantagens. É por isso que ela é muito usada em espaçonaves, principalmente as americanas, tais como Gemini, Apollo e o Ônibus espacial. Para se ter uma ideia, em 7 dias, sendo movida à célula de combustível, a nave americana Apollo consome 680 kg de hidrogênio e produz 720 L de água.
Veja abaixo uma célula a combustível da NASA:
Célula a combustível da NASA movida a metanol
Além disso, muitos cientistas a têm encarado como um combustível do futuro, pois praticamente não gera poluentes. Em virtude da crise do petróleo, desde 1973 estudos a fim de usar as células a combustível em automóveis e em residências, comércios e indústrias vêm crescendo cada vez mais. Por exemplo, muitos fabricantes de automóveis na Europa, Japão e Estados Unidos estão colocando em exposição e demonstrando veículos movidos a células a combustível com alto desempenho e emissões zero de poluentes.
LOS ANGELES - 19 de novembro de 2008: Honda apresenta o Honda FCSport, veículo de célula de combustível no LA Auto Show*
Geralmente, nesses casos, é melhor usar combustíveis líquidos, como o metanol e o etanol, que podem ser reformados a hidrogênio a bordo do veículo ou que podem ser utilizados diretamente.
* Créditos editoriais da imagem: LovelaceMedia / Shutterstock.com .
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química