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Émile Zola

Émile Zola, escritor francês do século XIX, é autor do livro naturalista “Germinal” e do ensaio “O romance experimental”, que busca aproximar a literatura da ciência.

“Retrato de Émile Zola”, obra de Édouard Manet (1832-1883).
“Retrato de Émile Zola”, obra de Édouard Manet (1832-1883).
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Émile Zola nasceu em 02 de abril de 1840, em Paris, na França. Ficou órfão de pai quando tinha aproximadamente sete anos de idade. Mais tarde, em 1962, começou a trabalhar na editora Hachette, mas foi obrigado a abandonar o trabalho nessa editora, à qual não agradavam seus textos polêmicos.

O escritor, que faleceu em 29 de setembro de 1902, em Paris, foi um dos principais nomes do naturalismo francês. Suas obras, portanto, apresentam um olhar objetivo, científico, realista e determinista sobre a sociedade francesa do século XIX. Assim, Zola produziu importantes obras naturalistas, como Germinal e A besta humana.

Leia também: Victor Hugo – romântico francês que também abordava temas de cunho social

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Biografia de Émile Zola

Émile Zola nasceu em 02 de abril de 1840, em Paris, na França. No entanto, logo a família se mudou para Aix-en-Provence, onde o romancista viveu sua infância. Depois da morte do pai do autor, em 1847, a mãe, devido a dificuldades financeiras, mudou-se, com a criança, para a casa de seus pais.

Zola estudava no colégio Bourbon, com o pintor Paul Cézanne (1839-1906), seu amigo de infância. Com 13 anos de idade, já escrevia textos literários. Mais tarde, quando o escritor tinha 18 anos, a família se mudou para Paris, onde sua mãe trabalhou como doméstica.

Depois de dois anos de estudos em Paris, Émile Zola decidiu fazer Direito, mas, na primeira tentativa de ingresso, foi reprovado na prova oral. Na segunda, foi reprovado na prova escrita. Assim, o autor desistiu da faculdade, e, enquanto buscava emprego, era sustentado pela mãe.

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Conseguiu um trabalho nas docas, emprego que suportou por apenas dois meses. A partir de então, decidiu viver longe da família e passou por grandes dificuldades. Contudo, em 1862, começou a trabalhar na editora Hachette. Trabalhou também no jornal L’Événement. Mais tarde, devido aos seus textos considerados polêmicos, foi obrigado a sair de ambos os empregos.

O autor se casou, em 1870, com Éléonore-Alexandrine Meley (1839-1925), e passou a se dedicar à sua carreira de romancista, que teve seu auge nos anos de 1880, quando Zola se filiou ao naturalismo. Assim, para escrever seu romance Germinal, o escritor viajou até o norte da França e teve contato com os mineiros e seu local de trabalho, em 1884.

Em 1898, Zola se colocou em defesa do oficial judeu Alfred Dreyfus (1859-1935), injustamente condenado por traição. Desse modo, sua carta ao presidente da república, publicada no jornal L’Aurore, com o título de J’accuse...!, provocou a revolta das autoridades, que o processaram por difamação e o condenaram a um ano de prisão.

Para não cumprir a pena, o romancista fugiu para Londres. No entanto, em 1899, com a libertação de Dreyfus, o exílio de Zola chegou ao fim e ele retornou à França. Três anos depois, em 29 de setembro de 1902, o escritor faleceu em Paris, asfixiado devido a um entupimento em sua lareira. Estava com ele a sua esposa, que sobreviveu.

Leia também: Alexandre Dumas – autor romântico francês cujas obras são consagradas mundialmente

Características da obra de Émile Zola

Os principais livros de Zola estão inseridos no estilo de época naturalismo. Apresentam, portanto, narrativas escritas com objetividade, em oposição ao sentimentalismo romântico. Os enredos são estruturados por meio de um olhar científico sobre a sociedade francesa do século XIX. Assim, os personagens fazem parte de uma experiência não só literária, mas também científica do autor.

O determinismo é a principal característica do naturalismo. Dessa forma, os personagens são construídos com base na teoria científica, em voga na época, que defendia que o destino do indivíduo é determinado por sua raça, o meio em que está inserido e o contexto histórico em que ele vive. Assim, o racismo do narrador naturalista é, equivocadamente, fundamentado.

Além disso, os personagens são comandados pelos seus instintos animais, principalmente o sexual, e não pela razão. Por isso, é comum o relato de atos sexuais e atitudes violentas em obras naturalistas. Essa animalização dos seres humanos é chamada de zoomorfização. No mais, o foco na sexualidade acaba mostrando os preconceitos do narrador em relação à sexualidade feminina e à homossexualidade.

Obras de Émile Zola

Capa do livro Germinal, de Émile Zola, publicado pela editora Estação Liberdade.[1]
Capa do livro Germinal, de Émile Zola, publicado pela editora Estação Liberdade.[1]
  • Contos a Ninon (1864)
  • A confissão de Claude (1865)
  • O meu ódio (1866)
  • Os mistérios de Marseille (1867)
  • Thérèse Raquin (1867)
  • Madeleine Férat (1868)
  • A fortuna dos Rougon (1870)
  • O regabofe (1871)
  • O ventre de Paris (1873)
  • Novos contos a Ninon (1874)
  • A conquista de Plassans (1874)
  • Os herdeiros Rabourdin (1874)
  • O crime do padre Mouret (1875)
  • O senhor ministro (1876)
  • A taberna (1876)
  • Uma página de amor (1878)
  • O botão de rosa (1878)
  • Naná (1879)
  • Madame Sourdis (1880)
  • O romance experimental (1880)
  • O capitão Burle (1882)
  • A roupa suja (1882)
  • O paraíso das damas (1883)
  • A alegria de viver (1884)
  • Germinal (1885)
  • A obra (1886)
  • A terra (1887)
  • O sonho (1888)
  • A besta humana (1890)
  • O dinheiro (1891)
  • A derrocada (1892)
  • O doutor Pascal (1893)
  • Lourdes (1894)
  • Roma (1896)
  • Paris (1898)
  • Fecundidade (1899)
  • A verdade em marcha (1901)

Germinal

O livro Germinal é uma das principais obras do naturalismo europeu. Ele fala da realidade dos trabalhadores das minas de carvão na França do século XIX. Esses personagens são explorados, exercem o seu ofício em condições subumanas e vivem em grande miséria.

A obra, portanto, apresenta crítica sociopolítica ao mostrar a desigualdade social inerente ao sistema capitalista. Assim, os trabalhadores decidem fazer uma greve, estimulados pelo jovem Etienne Lantier, um companheiro que trabalha na mina de Voreux, um meio desumanizador.

No entanto, Etienne só consegue o trabalho quando morre Fleurance, a operadora de vagonetes. Antes, contudo, o jovem conhece o personagem Boa-Morte, que trabalha há 50 anos naquela mina. O velho está tossindo há semanas:

“Pigarreou novamente e cuspiu negro.

— É sangue? — Etienne ousou perguntar.

Boa-Morte limpava lentamente a boca com as costas da mão.

— É carvão. Tenho tanto carvão no corpo que chega para aquecer o resto dos meus dias. E já faz cinco anos que não ponho os pés lá embaixo. Tinha tudo isso armazenado, parece-me, sem saber. Melhor, até conserva!”

Quando a greve é iniciada, a fútil e burguesa senhora Hennebeau, esposa do diretor-geral da mina, só se preocupa em casar o sobrinho Paul com Cécile. Ela prefere ignorar a realidade degradante em que vivem os mineiros:

“A Sra. Hennebeau, no entanto, espantava-se ouvindo falar da miséria dos mineiros de Montsou. Então eles não eram felizes? Gente que tinha casa, carvão e cuidados médicos, tudo à custa da companhia! Na sua indiferença por aquele rebanho, ela só sabia sobre ele a lição aprendida, com que maravilhava os parisienses de visita; e, tendo acabado por acreditar no que recitava, indignava-se com a ingratidão daquela gente.”|1|

Veja também: Memórias póstumas de Brás Cubas – obra que inaugurou o realismo brasileiro

Frases de Émile Zola

A seguir, vamos ler algumas frases de Émile Zola, extraídas dos textos O meu ódio, O doutor Pascal, A verdade em marcha e O ventre de Paris:

  • “Acredito que o futuro da humanidade está no progresso da razão por meio da ciência.”
  • “A verdade e a justiça são soberanas, pois somente elas asseguram a grandeza das nações.”
  • “Odiar é amar, é sentir a alma calorosa e generosa, é viver largamente do desprezo pelas coisas vergonhosas e estúpidas.”
  • “Que patifes as pessoas honestas são!”
  • “O egoísmo de classe é um dos pilares mais fortes da tirania.”

Nota

|1| Tradução de Francisco Bittencourt

Crédito da imagem

[1] Editora Estação Liberdade (reprodução)

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura  

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Émile Zola"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/emile-zola.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


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