Notificações
Você não tem notificações no momento.
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Júlio Verne

Júlio Verne é um escritor francês do século XIX. Ele é considerado o criador da literatura de ficção científica, influenciando muitos outros escritores futuros.

Júlio Verne fotografado por Nadar (1820-1910).
Júlio Verne fotografado por Nadar (1820-1910).
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

Júlio Verne nasceu em 8 de fevereiro de 1828, em Nantes, na França. Apesar de sua paixão pela literatura, ele foi obrigado, pelo pai advogado, a fazer faculdade de Direito. No entanto, não seguiu essa profissão. Em 1863, publicou seu primeiro best-seller: o livro Cinco semanas em um balão.

Considerado o pai da ficção científica, o autor, que morreu em 24 de março de 1905, ficou famoso em todo o mundo. Seus livros agradaram ao público infantojuvenil e marcaram gerações de jovens leitores(as). Amparadas em conceitos científicos, essas obras aguçaram a imaginação de inúmeras pessoas ao apresentarem máquinas voadoras, viagens submarinas e espaciais, além de outras aventuras.

Leia também: George Orwell – grande nome da literatura de caráter distópico

Tópicos deste artigo

Biografia de Júlio Verne

Júlio Verne (ou Jules Verne) nasceu em 8 de fevereiro de 1828, em Nantes, na França. Em 1837, ele e o irmão começaram a estudar, em regime de internato, no seminário Saint-Donatien. Porém, os dois tentaram fugir dali, sem sucesso, e levaram uma surra do pai como punição. Em 1841, Verne foi transferido para o seminário Petit e, em seguida, para o Liceu Real de Nantes, onde terminou seus estudos em 1844.

Com 17 anos de idade, o interesse de Verne pela carreira literária era evidente. Contudo, ele não tinha o apoio do pai, advogado, que o obrigou a estudar Direito em Paris. No entanto, enquanto estudava as leis, frequentava a vida boêmia da cidade e tentava esquecer a paixão pela sua prima Caroline, que tinha se casado com outro.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Em 1850, formou-se em Direito, mas decidiu ficar em Paris para seguir a carreira de escritor. Seu pai, decepcionado, resolveu não mais pagar pelos seus gastos. O jovem artista, então, passou por dificuldades. Para sobreviver, foi obrigado a dar aulas de Direito e a escrever cartas para soldados analfabetos.

Também trabalhou, como escriturário, no escritório de um advogado. Até que, em 1851, com a ajuda de Alexandre Dumas Filho (1824-1895), Verne ocupou o cargo de secretário do Teatro Lírico, onde recebia um salário de 100 francos, que o ajudava a sobreviver. Enquanto isso, o jovem escritor se dedicava, também, à sua carreira de dramaturgo.

Depois de rejeitar alguns casamentos com noivas ricas, sugeridos pelo pai, o rapaz decidiu se casar. Mas, contrariando a família, escolheu uma jovem viúva, com duas filhas, chamada Honorine. Após seu casamento, em 1857, passou a trabalhar como corretor da Bolsa de Valores para manter sua nova família.

Em 1859, Júlio Verne ganhou uma passagem, oferecida pelo irmão de seu amigo Aristide Hignard (1822-1898), para conhecer a Escócia. Alfred trabalhava em uma companhia de navegação. Em 1861, ele lhe deu mais uma passagem, agora para conhecer a Escandinávia. As duas viagens foram feitas em companhia de seu amigo Aristide.

A vida do escritor teve uma reviravolta em 1863, quando o editor Pierre-Jules Hetzel (1814-1886) publicou o livro Cinco semanas em um balão, que logo se transformou em best-seller. Após assinar contrato com Hetzel para a publicação de outras obras, o romancista abandonou seu trabalho na Bolsa e dedicou-se integralmente à literatura.

O autor logo ficou famoso em todo o mundo, ganhou dinheiro e fez algumas viagens pela Europa. Porém, em 1886, um sobrinho seu, que tinha problemas mentais, deu-lhe dois tiros. Os ferimentos deixaram uma sequela física, que o acompanhou até a sua morte, em 24 de março de 1905, em Amiens, no norte da França.

Leia também: Aldous Huxley — autor do romance distópico “Admirável mundo novo”

Características das obras de Júlio Verne

Júlio Verne é considerado o criador da ficção científica por alguns estudiosos. A publicação de seus livros, desde o início, teve um público-alvo específico: o infantojuvenil. Além disso, suas obras, algumas vezes, acabaram sendo proféticas em relação ao comportamento humano e à evolução tecnocientífica. Assim, de forma geral, elas apresentam as seguintes características:

• uso de conceitos científicos;
• presença de elementos tecnológicos (máquinas voadoras, viagens submarinas, armas destruidoras, computador e transmissão de dados);
• relato de aventuras de exploração científica;
• exposição de conhecimentos geográficos;
• traços do positivismo;
• reflexão sobre os perigos da tecnologia;
• elementos da geologia e paleontologia;
• presença de biodiversidade;
• descrição de sociedade do futuro;
• antecipação da chegada humana ao Polo Norte.

Obras de Júlio Verne

Capa do livro Viagem ao centro da Terra, de Júlio Verne, publicado com o selo Clássicos Zahar, do Grupo Companhia das Letras. [1]
Capa do livro Viagem ao centro da Terra, de Júlio Verne, publicado com o selo Clássicos Zahar, do Grupo Companhia das Letras. [1]

Cinco semanas em um balão (1863)
Paris no século XX (1863)
O capitão Háteras (1864)
Viagem ao centro da Terra (1864)
Da Terra à Lua (1865)
Os filhos do capitão Grant (1866)
À volta da Lua (1869)
Vinte mil léguas submarinas (1870)
Os conquistadores (1870)
Uma cidade flutuante (1871)
Três russos e três ingleses (1872)
A volta ao mundo em oitenta dias (1872)
A ilha misteriosa (1874)
Miguel Strogoff (1876)
Um drama no México (1876)
As Índias negras (1877)
Heitor Servadac (1877)
Um capitão de quinze anos (1878)
História das grandes viagens e dos grandes viajantes (1878)
As atribulações de um chinês na China (1879)
Os quinhentos milhões da Begum (1879)
A jangada (1880)
A casa a vapor (1880)
A escola dos Robinsons (1882)
O raio verde (1882)
Dez horas de casa (1882)
O arquipélago em chamas (1883)
Kerabán, o teimoso (1883)
A estrela do Sul (1884)
Um bilhete de loteria (1885)
Matias Sandorf (1885)
O náufrago do Cynthia (1885)
Robur, o conquistador (1886)
Norte contra Sul (1887)
O caminho da França (1887)
Dois anos de férias (1888)
Família sem nome (1889)
A esposa do capitão Branican (1891)• A esfinge dos gelos
(1895)
O soberbo Orenoco (1898)
A aldeia aérea (1901)
O senhor do mundo (1904)
A invasão do mar (1905)
O segredo de Wilhelm Storitz (1910)
O eterno Adão (1910)

Viagem ao centro da Terra

Viagem ao centro da Terra é um dos romances mais famosos de Júlio Verne. O livro é narrado por Axel, sobrinho de Otto Lidenbrock. Assim, ele conta que a:

“24 de maio de 1863, um domingo, meu tio, o professor Lidenbrock, voltou precipitadamente para sua casinha no número 19 da Königstrasse, uma das ruas mais antigas do velho bairro de Hamburgo”.

Otto, um professor de mineralogia, chama Axel até o seu gabinete e lhe mostra um pedaço de pergaminho coberto com caracteres ilegíveis. O cientista se empenha para decifrar os caracteres e descobre que o autor do pergaminho é um cientista islandês, um alquimista do século XVI chamado Arne Saknussemm. Mais tarde, consegue fazer a seguinte tradução:

“Desça à cratera de Yocul do

Sneffels, que a sombra do Scartaris vem

acariciar antes das calendas de julho,

viajante audacioso, e chegarás

ao centro da Terra. Foi o que fiz.

Arne Saknussemm.”

Após descobrirem que Sneffels é uma montanha da Islândia, o jovem e seu tio decidem fazer uma viagem exploradora até o interior da Terra. Na Islândia, contratam Hans Bjelke como guia. Desse modo, com sua ajuda, os dois aventureiros, após algumas dificuldades, encontram um surpreendente mundo subterrâneo.

Ali há luz, algo semelhante a nuvens, um oceano, mastodontes e, possivelmente, homens primitivos. Os três expedicionários fazem uma jangada para explorar o oceano e, depois de viver aventuras e enfrentar grandes perigos, os viajantes acabam saindo daquele mundo por meio de um vulcão na Sicília, Itália:

“Ah, que viagem, que viagem maravilhosa! Tendo entrado por um vulcão, saímos por outro, e esse outro localizava-se a mais de mil e duzentas léguas do Sneffels, daquela região árida da Islândia, banida para o fim do mundo! O acaso de nossa expedição transportara-nos para o centro de uma das regiões mais harmoniosas da terra. Abandonáramos a região das neves eternas para chegar à da verdura infinita e deixáramos as brumas acinzentadas das zonas glaciais para voltar ao céu azul da Sicília!”

Veja também: Conto fantástico – narrativa curta com elementos inverossímeis

Frases de Júlio Verne

A seguir, vamos ler algumas frases de Júlio Verne, retiradas de entrevistas|1|concedidas pelo autor aos periódicos Strand Magazine (1895), McClure’s Magazine (1894), Temple Bar (1904) e Revue Illustrée (1898).

  • “Eu me sinto um sortudo por ter nascido em uma época de descobrimentos notáveis.”

  • “O amor é uma paixão absorvente e deixa pouco espaço para algo mais no coração humano.”

  • “A grande tristeza da minha vida foi o fato de que nunca tive lugar algum na literatura francesa.”

  • “Graças ao meu hábito de ler, pude adquirir conhecimentos que me foram úteis.”

  • “Nada que alguém aprendeu, deixa de ser utilizado alguma vez na vida.”

  • “Talvez eu tenha olhado um pouco mais longe no futuro do que a maioria dos meus críticos.”

  • “O trabalho é, para mim, a fonte do único bem-estar verdadeiro.”

  • “A ociosidade é, para mim, um suplício.”

Nota

|1|As frases foram retiradas de traduções espanholas das entrevistas mencionadas. Assim, a tradução do espanhol para o português foi feita por Warley Souza.

Crédito da imagem

[1] Companhia das Letras (reprodução)

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Júlio Verne"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/julio-verne.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

De estudante para estudante