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Ciclo do ouro

O ciclo do ouro foi quando a produção de ouro foi a principal atividade do Brasil no período colonial. O período abrangeu o século XVIII.

Vista da cidade de Ouro Preto, antiga Vila Rica, cidade construída na época do ciclo do ouro.
Vista da cidade de Ouro Preto, antiga Vila Rica. Durante o ciclo do ouro, diversas cidades foram construídas no Brasil.
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O ciclo do ouro foi o período da história brasileira em que a mineração de ouro foi a principal atividade econômica. Ocorreu no período colonial, durante quase todo o século XVIII, nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Durante o ciclo do ouro, o Brasil chegou a deter metade da produção mundial do minério. Essa riqueza fez com que muitas pessoas imigrassem de Portugal para o Brasil, aumentando drasticamente a população da colônia nesse período.

O ciclo do ouro durou apenas um século, mas modificou o Brasil, interligando diversas regiões, urbanizando o país e criando as raízes para, pouco décadas após o fim do ciclo, sua futura independência.

Leia também: Ciclo do açúcar — o apogeu e a crise desse ciclo econômico do Brasil Colônia

Tópicos deste artigo

Resumo sobre o ciclo do ouro

  • O ciclo do ouro se iniciou no Brasil nos últimos anos do século XVII, quando os bandeirantes paulistas descobriram ouro em Minas Gerais.
  • Estendeu-se por todo o século XVIII, cujo fim representou uma queda drástica na produção do minério.
  • A mineração no Brasil foi responsável pelo povoamento de Minas Gerais e de parte do Centro-Oeste.
  • Durante o ciclo do ouro, a capital brasileira foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro.
  • Diversos conflitos relacionados ao ouro ocorreram no Brasil, entre eles a Guerra dos Emboabas, a Revolta de Vila Rica e a Inconfidência Mineira.
  • Com o fim do ciclo do ouro, muitas pessoas passaram a se dedicar à pecuária e à agricultura nas antigas regiões mineradoras.

Videoaula sobre o ciclo do ouro

O que foi o ciclo do ouro no Brasil?

O clico do ouro foi o período da história do Brasil em que a mineração, sobretudo do ouro, teve grande importância na economia. Ocorreu no período colonial, mais especificamente no século XVIII. A mineração da época se desenvolveu em grande escala nos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

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Contexto histórico do ciclo do ouro

A procura humana pelo ouro se iniciou na Antiguidade, quando o metal era apreciado em diversas culturas por ser associado aos deuses, como entre os egípcios e incas. Na Idade Média, o metal continuou muito valorizado, e a África, sobretudo a região do Sahel, passou a ser sua grande fornecedora para a Europa e o Oriente Médio.

Na época das Grandes Navegações, os países europeus adotavam um conjunto de práticas econômicas conhecido como mercantilismo. No mercantilismo, o objetivo principal de cada nação era acumular metais preciosos, sobretudo ouro e prata.

Os espanhóis tiveram sucesso ao encontrar em seus territórios coloniais grandes civilizações que já possuíam minas de ouro, como os astecas e incas. Em 1545 os espanhóis começaram a minerar em Potosí, considerada a maior mina de prata da história.

Os portugueses não encontram, no início da colonização, grandes minas de ouro ou prata no Brasil. Até 1530, ocorreu em nosso país o primeiro ciclo econômico, o do pau-brasil. A partir de 1530, com a constante visita de ingleses e franceses à costa brasileira, Portugal iniciou a colonização do Brasil com a criação das capitanias hereditárias. Iniciou-se assim o segundo ciclo econômico do Brasil, o da cana-de-açúcar.

O ciclo da cana-de-açúcar durou mais de um século. Após serem expulsos do Nordeste do Brasil, em 1654, os holandeses passaram a cultivar a cana nas Antilhas, aumentando a produção mundial de açúcar e, consequentemente, reduzindo o valor dessa mercadoria. A queda do valor do açúcar no mercado mundial provocou uma grave crise no Brasil, promovendo o declínio da produção açucareira.

Com a crise na produção de açúcar, a Coroa portuguesa e os próprios colonos brasileiros passaram a buscar metais preciosos no interior do Brasil. No final do século XVII, os paulistas descobriram ouro na região de Minas Gerais e passaram a explorar a região.

Com a derrota na Guerra dos Emboabas, os paulistas foram expulsos de Minas e continuaram a descer o rio Tietê, explorando outros rios da bacia do Paraná e descobrindo novas minas de ouro em Goiás e Mato Grosso. Nesse momento, iniciou-se o ciclo do ouro.

Leia também: Bandeirantismo — expedições que buscavam encontrar metais preciosos no interior do Brasil

Descoberta do ouro no Brasil colonial

Na sua famosa carta ao rei de Portugal, Pero Vaz de Caminha narra a cena em que dois indígenas convidados à caravela do capitão apontam para o seu colar de ouro e para a terra, dando a impressão para o escrivão de que eles queriam dizer que existia ouro na terra. A descrição mostra o interesse dos portugueses em encontrar ouro em suas “descobertas”. Contudo, logo Caminha percebeu que teve a impressão errada e que o indígena, na verdade, estava afirmando que gostaria de levar o colar para a terra.

Em carta enviada a Portugal em 1531, Francisco de Chaves afirmou ter ouvido que, na região de Cananeia, existiam veios de ouro. Em 1570, Heliodoro Heoboano encontrou ouro em Iguape, primeiro lugar onde o ouro foi explorado no Brasil. Entre 1630 e 1632, foi construída a primeira casa de fundição do Brasil, na cidade de Iguape.

Antiga casa de fundição de Iguape, a primeira do Brasil. Atualmente o prédio abriga o Museu Municipal de Iguape.[1]
Antiga casa de fundição de Iguape, a primeira do Brasil. Atualmente o prédio abriga o Museu Municipal de Iguape.[1]

No final do século XVI, ouro foi descoberto no planalto paulista. As principais minas se localizavam no pico do Jaraguá, ponto mais alto do município de São Paulo. Em 1604, Afonso Sardinha afirmou em testamento deixar grande quantidade de ouro “enterradas em botelhas de barro”.

Ainda hoje existem no pico do Jaraguá ruínas do sistema criado por Afonso Sardinha para extrair o minério. O ouro encontrado em São Paulo durou pouco, o que fez com que os paulistas continuassem a penetrar o interior do território em busca de novas minas.

No final do século XVII, os paulistas descobriram as primeiras minas de ouro em Minas Gerais, na região de Vila Rica e de Sabará. Essa foi a primeira vez que grandes quantidades do minério foram encontradas no país, o que fez com que uma intensa migração ocorresse para essas regiões. No início do século XVIII, os paulistas descobriram ouro no Mato Grosso e em Goiás.

Gráfico mostrando a produção aurífera durante o ciclo do ouro no Brasil, por quinquênios, em toneladas. (Créditos: FGV CPDOC)[2]
Gráfico mostrando a produção aurífera durante o ciclo do ouro no Brasil, por quinquênios, em toneladas. (Créditos: FGV CPDOC)[2]

Durante o ciclo do ouro, a Coroa portuguesa cobrou o imposto chamado de quinto — 20% do ouro extraído. Ao extrair o ouro, o proprietário deveria levá-lo até a casa de fundição, onde o imposto era cobrado e o ouro restante era fundido e transformado em barra, com o selo de Portugal e um número de registro.

O ouro só podia sair de Minas Gerais quintado. Outro imposto que perdurou por um breve período foi a capitação, em que cada senhor de escravo deveria pagar um valor em ouro por cada escravizado. Esse imposto era cobrado semestralmente.

Importância do ciclo do ouro para o Brasil

A primeira grande consequência do ciclo do ouro foi a interiorização da colonização portuguesa. A descoberta do ouro provocou grande migração interna para a região, principalmente de pessoas provenientes do Nordeste, que enfrentava crise na produção de cana. Também se transferiram para as regiões mineradoras milhares de portugueses, o que fez com que o reino decretasse a proibição temporária de emigração para o Brasil.

Em 1700, a população brasileira era de aproximadamente 300 mil habitantes; em 1800, a população era de mais de três milhões, um aumento de 10 vezes em apenas um século. Grande parte desse aumento se deveu à riqueza gerada pela mineração, responsável pela origem e pelo desenvolvimento de diversas atividades econômicas, como a pecuária, a agricultura, a prestação de serviços, a construção civil, entre diversas outras.

Diversas cidades foram construídas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso graças à mineração, e estradas foram construídas a fim de conectá-las entre si e com o litoral brasileiro.

A Estrada Real foi a principal rota de escoamento do ouro mineiro, primeiro para Paraty e depois para o Rio de Janeiro. Por essas vias eram transportados ouro, outras mercadorias e ideias, sobretudo ideias iluministas, que inspirariam os inconfidentes no final do ciclo do ouro.

Leia também: Entradas e bandeiras — as diferenças entre essas expedições que buscavam metais preciosos

Conflitos no período do ciclo do ouro

  • Guerra dos Emboabas: após descobrirem as minas na região de Vila Rica, os paulistas se estabeleceram na região, extraindo seu ouro. A notícia de grandes jazidas de ouro chegou ao Nordeste e a Portugal, fazendo com que populações dessas regiões fossem para Vila Rica. Os paulistas chamaram esses forasteiros de “emboabas”, existindo duas versões para o significado do termo. A primeira, em tupi, traz o significado de “estrangeiro”. A segunda afirma que a palavra significa “aves de pernas emplumadas”. De qualquer forma, era um termo pejorativo pelo qual os paulistas chamavam seus adversários.

A partir de 1707, diversos conflitos passaram a ocorrer entre paulistas e emboabas. Esses embates duraram por dois anos e terminaram com a expulsão da maioria dos paulistas da região de minas. Os paulistas continuaram sua busca pelo ouro, chegando a Mato Grosso e Goiás. Para saber mais sobre o conflito, clique aqui.

  • Revolta de Filipe dos Santos ou Revolta de Vila Rica: em 1719, um decreto régio determinou a construção de uma casa de fundição em Vila Rica e o aumento da fiscalização sobre a cobrança do quinto. A notícia causou indignação em parte dos habitantes da região.

Em 1720, os colonos de Vila Rica, liderados por Filipe dos Santos, tomaram a cidade, fazendo diversas exigências ao ouvidor-mor, Martinho Vieira, e ao governador da região, Conde de Assumar. Os dois afirmaram aceitar as reivindicações dos rebeldes, desarticulando o movimento. Depois, com uma tropa de cerca de 1500 soldados, os portugueses prenderam diversos rebeldes, entre eles Filipe dos Santos, condenado à morte e executado. Para saber mais sobre o conflito, clique aqui.

  • Inconfidência Mineira: outro movimento revoltoso ocorrido na região mineradora foi a Inconfidência Mineira, primeiro movimento que tinha por principal objetivo emancipar de Portugal uma região do Brasil. Com o declínio da produção de ouro e a consequente diminuição da cobrança do quinto, a Coroa portuguesa criou a derrama, que seria cobrada sempre que a cobrança do quinto não atingisse 100 arrobas de ouro no ano, aproximadamente uma tonelada e meia.

Em 1789 a notícia de que a derrama seria decretada em Vila Rica levou os inconfidentes a planejarem a revolta. Inspirados nas ideais iluministas e na independência dos Estados Unidos, os inconfidentes planejavam proclamar a independência de Minas Gerais, transformando o território em uma república. Denunciados, os inconfidentes foram presos, diversos deles foram condenados à prisão ou ao degredo, e o alfares Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, foi condenado à morte. Para saber mais sobre essa revolta, clique aqui.

Quais as consequências do ciclo do ouro?

  • Mudança do centro econômico para o Sudeste: no ciclo da cana-de-açúcar, o centro dinâmico da economia brasileira estava no Nordeste, onde a maior parte da produção de açúcar ocorria. Nesse período, a capital da colônia era Salvador, na Bahia. Com a crise açucareira e ascensão da mineração em Minas Gerais e no Centro-Oeste, o eixo econômico mudou para o Sudeste, onde a maior parte do ouro era produzida e por onde a quase totalidade dela era escoada para a Europa. Durante o ciclo do ouro, a capital do Brasil foi transferida para o Rio de Janeiro, em 1763.
  • Aumento demográfico: também foi outra consequência da mineração, que estimulou diversas outras atividades econômicas na colônia. Durante o ciclo do ouro, a população brasileira aumentou 10 vezes.
  • Aumento do território nacional: os bandeirantes, em busca do ouro e de diamantes, adentraram o território que, pelo Tratado de Tordesilhas, pertencia à Espanha. Povoados portugueses foram construídos no Mato Grosso e em Goiás, áreas consideradas espanholas. Em 1750 foi assinado o Tratado de Madri, em que os espanhóis reconheceram essas regiões povoadas por portugueses como de Portugal. Após a Independência, em 1822, esse território passou a fazer parte do Brasil.
  • Capital de giro da Revolução Industrial: em 1703, ingleses e portugueses assinaram o Tratado de Methuen. Por esse documento, as taxas alfandegárias foram zeradas para os tecidos ingleses exportados para Portugal e para os vinhos portugueses que eram vendidos para a Inglaterra. Contudo, esse tratado foi desfavorável para Portugal, que sempre tinha balança comercial deficitária com a Inglaterra. Muitos historiadores afirmam que o ouro retirado do Brasil pelos portugueses foi parar na Inglaterra, sendo uma das fontes de recursos utilizados para o início da Revolução Industrial.

Curiosidades sobre o ciclo do ouro

  • Santo pau oco: expressão muito comum em diversas regiões do Brasil, é utilizada para designar uma pessoa que fala uma coisa, mas faz outra. A versão mais aceita é que a expressão surgiu durante o ciclo do ouro, quando contrabandistas de ouro escondiam o mineral dentro de estátuas de santos, feitas de madeira, para tentar enganar os guardas que faziam revistas na Estrada Real, caminho que levava ao Rio de Janeiro.
  • Quinto dos infernos: o quinto foi o principal imposto cobrado pela Coroa portuguesa durante o ciclo do ouro. Muitos colonos passaram a utilizar a expressão “quinto dos infernos”, comum até hoje em diversas regiões do país. Outra versão afirma que a expressão surgiu em Portugal. De lá partia regularmente um navio, chamado de Nau dos Quintos, que vinha para o Brasil recolher o imposto, além de trazer degredados para o nosso país. Alguns portugueses passaram a usar em discussões a expressão “Vá para o quinto dos infernos”.
  • Mãe do Ouro: nas regiões mineradoras do Brasil, existe a Mãe do Ouro, personagem do folclore brasileiro. Ela pode aparecer na sua forma humana, com cabelos dourados e de vestido branco, ou como uma bola de fogo, indicando aos mineradores onde estão os veios de ouro. Acredita-se que a lenda surgiu por causa do fogo fátuo. Em algumas versões, a Mãe do Ouro defende as mulheres que são agredidas por seus maridos, atraindo-os para minas e fazendo estas desabarem sobre eles. Para saber mais sobre a lenda, clique aqui.
  • Chico Rei: é outro personagem lendário da época do ciclo do ouro. Segundo a tradição oral, Chico era um rei de um povo africano que foi sequestrado na África e enviado a Minas Gerais para trabalhar como escravo. Chico Rei, ao sair da mina, escondia no cabelo uma quantidade de pó de ouro que era recolhida e guardada por um padre. Quando juntou ouro suficiente, Chico Rei comprou sua liberdade e a mina, extraindo mais ouro e comprado a liberdade de todos os membros do seu povo.
  • Quantidade de ouro produzida no Brasil: entre 1750 e 1754, auge da mineração do Brasil Colonial, o Brasil produziu um total de 15,8 toneladas de ouro, aproximadamente quatro toneladas por ano. O Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG aponta que, entre janeiro de 2021 e junho de 2022, o Brasil produziu 158 toneladas de ouro, aproximadamente 105 toneladas por ano.

Leia também: Ciclo do café — o ciclo econômico subsequente ao ciclo do ouro no Brasil

Exercícios resolvidos sobre o ciclo do ouro

1 - (Fuvest) No século XVIII a produção do ouro provocou muitas transformações na colônia. Entre elas podemos destacar:

a) a urbanização da Amazônia, o início da produção do tabaco, a introdução do trabalho livre com os imigrantes.

b) a introdução do tráfico africano, a integração do índio, a desarticulação das relações com a Inglaterra.

c) a industrialização de São Paulo, a produção de café no Vale do Paraíba, a expansão da criação de ovinos em Minas Gerais.

d) a preservação da população indígena, a decadência da produção algodoeira, a introdução de operários europeus.

e) o aumento da produção de alimentos, a integração de novas áreas por meio da pecuária e do comércio, a mudança do eixo econômico para o Sudeste.

Gabarito: Alternativa E

A atividade mineradora em Minas Gerais, no Mato Grosso e em Goiás fez com que novas redes de estradas fossem construídas, aumentando a interdependência entre as diversas províncias. Outra consequência do ciclo do ouro foi o deslocamento do eixo econômico do Nordeste para o Sudeste brasileiro, com o Rio de Janeiro se tornando a capital da colônia em 1763.

2 - (Enem) É preciso ressaltar que, de todas as capitanias brasileiras, Minas era a mais urbanizada. Não havia ali hegemonia de um ou dois grandes centros. A região era repleta de vilas e arraiais, grandes e pequenos, em cujas ruas muita gente circulava.

PAIVA, E. F. O ouro e as transformações na sociedade colonial. São Paulo: Atual, 1998.

As regiões da América portuguesa tiveram distintas lógicas de ocupação. Uma explicação para a especificidade da região descrita no texto está identificada na:

a) apropriação cultural diante das influências externas.

b) produção manufatureira diante do exclusivo comercial.

c) insubordinação religiosa diante da hierarquia eclesiástica.

d) fiscalização estatal diante das particularidades econômicas.

e) autonomia administrativa diante das instituições metropolitanas.

Gabarito. Alternativa D

Nas regiões mineradoras, houve grande fiscalização da Coroa portuguesa, com o objetivo de aumentar a arrecadação e evitar o contrabando de ouro. Houve nessas regiões grande número de autoridades portuguesas, de militares e diversos mecanismos para evitar o contrabando, como a permissão de uma única estrada para o transporte do ouro.

Créditos da imagem

[1]Luciano Faustino / Wikimedia Commons

[2]FGV CPDOC (reprodução)

Fontes

FERRAZ, Eugênio. A origem do Centro de Estudos do Ciclo do Ouro. Editora C/ Arte, João Pessoa, 2006.

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. Companhia das Letras, São Paulo, 2007.

MACHADO, Iran F; FIGUERÔA, Silvia. História da mineração brasileira. Editora CRV, Curitiba, 2021.

Escritor do artigo
Escrito por: Jair Messias Ferreira Junior Pós-graduado em História pela Unicamp e professor da Educação Básica há mais de 20 anos. Também é formador de professores e produtor de materiais didáticos há mais de 10 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

JUNIOR, Jair Messias Ferreira. "Ciclo do ouro"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/mineracao-no-brasil-colonial.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

(PUC – SP) “Assim confabulam, os profetas, numa reunião fantástica, batida pelos ares de Minas. Onde mais poderíamos conceber reunião igual, senão em terra mineira, que é o paradoxo mesmo, tão mística que transforma em alfaias e púlpitos e genuflexórios a febre grosseira do diamante, do ouro e das pedras de cor?” (ANDRADE, Carlos Drummond de. Colóquio das Estátuas. In: MELLO, S. Barroco mineiro. São Paulo: Brasiliense, 1985.)

A origem desse traço contraditório que o poeta afirma caracterizar a sociedade mineira remete a um contexto no qual houve:

a) a reafirmação bilateral do Tratado de Tordesilhas entra Portugal e Espanha e o crescimento da miscigenação racial no ambiente colonial.

b) o rebaixamento na política de distribuição de terras na colônia e a vigência de uma concepção racionalista de planejamento das cidades.

c) a diversificação das atividades produtivas na colônia e a construção de um conjunto artístico e arquitetônico que singularizou a principal região da mineração.

d) o deslocamento do eixo produtivo do nordeste para as regiões centrais da colônia e o desenvolvimento de uma estética que procurava reproduzir as construções românicas europeias.

e) a expansão do território colonial brasileiro e a introdução, em Minas, da arte conhecida como gótica, especialmente na decoração dos interiores das igrejas.

Exercício 2

Com a descoberta das minas de metais e pedras preciosas nos séculos XVII e XVIII, muitos colonos aventureiros de outras capitanias do Brasil dirigiram-se à Capitania de São Paulo, onde, à época, encontravam-se centros da mineração. A relação entre mineradores paulistas e aqueles que lá chegavam passou a ficar tensa na primeira década do século XVIII, fato que deu origem a um confronto sangrento conhecido como:

a) Guerra dos Emboabas

b) Guerra de Canudos

c) Revolta do Contestado

d) Guerra dos Tropeiros

e) Guerra do Distrito Diamantino