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História do Halloween

A história do Halloween começou na Antiguidade e dura até hoje. De origem europeia, a comemoração desse dia alcançou vários lugares, entre eles, o continente americano.

Livro mágico aberto do qual sai luzes e o fantasma da lanterna de Jack, símbolo do Halloween
A história do Halloween começou na Antiguidade, entre os povos celtas.
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O Halloween, em declaração feita no ano de 2009 pelo Vaticano, foi condenado como uma festa perigosa carregada por vários elementos anticristãos. No Brasil, observamos que algumas pessoas torcem o nariz para a comemoração do evento por entendê-lo como uma manifestação distante da nossa cultura. No fim das contas, muito se diz a respeito, mas poucos são aqueles que examinam minuciosamente os significados e origens de tal festividade. Origens essas que remetem à Idade Antiga e aos celtas, povos que existiram entre 600 a.C. e 600 d.C.

Leia mais: Halloween no Brasil

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Surgimento do Halloween

Desde a Antiguidade, observamos que várias festividades populares eram cercadas pela valorização dos opostos que regem o mundo. Um dos mais claros exemplos disso ocorre com relação ao Carnaval, que antecede toda a resignação da Quaresma. No caso do Halloween, desde muito tempo, a festividade acontece um dia antes da Festa de Todos os Santos e, por isso, tem seu nome inspirado na expressão All hallow's eve, que significa a “véspera de todos os santos”.

Pelo 1° de novembro estar cercado de um valor sagrado e extremamente positivo, os celtas, antigo povo que habitava as ilhas Britânicas, acreditavam que o mundo seria ameaçado na véspera do evento pela ação de terríveis demônios e fantasmas. Dessa forma, o Halloween nasceu como uma preocupação simbólica manifestada pela festa repleta de figuras estranhas e bizarras, que teriam o objetivo de afastar a influência dos maus espíritos, que ameaçariam suas colheitas.

De fato, a celebração do Halloween remete a uma série de antigos valores da cultura bárbara cristã que se formou na Europa medieval. Nessa época, várias outras festas celebravam o processo de movimentação do mundo ao destacarem os opostos que o configuram. No jogo de oposições simbólicas, mais do que o valor de um simples embate, o ser humano visualiza a alternância e a transformação enquanto elementos centrais da vida.

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  • Influência da Igreja Católica sobre o Halloween

No processo de ocupação das terras europeias, os povos pagãos trouxeram essa influência cultural em pleno processo de disseminação do cristianismo. Inicialmente, os cristãos celebravam a todos os santos no mês de maio. Contudo, por volta do século IX, a Igreja promoveu a mudança da festa sagrada para o 1° de novembro. Dessa forma, os bárbaros convertidos se lembrariam da festa cristã que sucederia a antiga e já costumeira celebração do Halloween.

Por ter essa relação intrínseca ao mundo dos espíritos, o Halloween foi logo associado à figura das bruxas e feiticeiras. Na Idade Média, elas se tornaram ainda mais recorrentes à medida que a Inquisição perseguiu e acusou várias pessoas de exercerem a bruxaria. Da mesma forma, os mortos também se tornaram comuns nessa celebração por não mais pertencerem à realidade etérea cristã.

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História do Halloween nos Estados Unidos

Ao chegarem à América do Norte, os irlandeses trouxeram a festa do Halloween para as Américas e transformaram a lanterna de Jack em uma abóbora iluminada com feições humanas. Os disfarces e máscaras, tão usados pelos participantes da festa, seriam uma forma de evitar que fossem reconhecidos pelos espíritos que vagam nesse dia. Atualmente, as fantasias são utilizadas por crianças que batem às portas exigindo guloseimas no lugar de alguma travessura contra o proprietário da casa.

Lenda do Halloween: Stingy Jack

Entre todos os desalmados, destaca-se a antiga lenda de Stingy Jack. Segundo o mito irlandês, Jack teria convidado o Diabo para beber com ele no dia do Halloween. Após se fartarem em bebida, o astuto Jack convenceu o Diabo a se transformar em uma moeda para que a conta do bar fosse paga. Contudo, em vez de saldar a dívida, Jack pregou a moeda em um crucifixo.

Para se livrar da prisão, o Diabo aceitou um acordo em que prometia nunca importunar Jack. Dessa forma, ele foi libertado e nunca mais importunou o homem. Entretanto, Jack morreu e não foi aceito nas portas do céu por ter realizado um trato com o demônio. Ao descer para os infernos, também foi rejeitado pelo Diabo por conta do trato que tinham. Vendo que Jack estava solitário e perdido, o demônio lhe entregou um nabo com carvão que lhe serviu de lanterna. Essa lanterna, então, tornou-se um dos principais símbolos do Halloween, mas com o nabo sendo, com o tempo, substituído pela famosa abóbora.

 

Por Rainer Gonçalves Sousa
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "História do Halloween"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/halloween/historia-halloween.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

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