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Guerra na Idade Média Ocidental
A Idade Média, período histórico que durou cerca de dez séculos, indo do século V ao século XV d.C., caracterizou-se, do ponto de vista político, pela deterioração do Império Romano do Ocidente e ascensão dos reinos cristãos. Esses reinos cristãos nasceram da força combativa dos povos bárbaros cristianizados, sobretudo de origem germânica, como os francos. A formação dos reinos cristãos implicou a incorporação de elementos romanos e germânicos em suas organizações.
Os exércitos desses reinos mesclaram táticas, técnicas e armamentos de combate herdados dessas duas culturas (para mais detalhes sobre as armas, consultar este texto: Armas Medievais). Ao mesmo tempo, para além do cenário europeu ocidental, outras grandes civilizações também ascenderam nesse período que corresponde à Idade Média, e todas elas com grande estrutura militar e capacidade de submeter e conquistar outros povos. Três merecem destaque.
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Islã: nascido na Península Arábica, conseguiu expandir-se em direção ao norte africano, ao Oriente Médio e ao sul europeu.
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Império Mongol: Nascido no Extremo Oriente, ao norte da China, conseguiu construir o império com a maior extensão territorial de toda a história, que abrangia quase toda a Ásia (incluindo a Rússia), a Indochina e o leste europeu.
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Império Bizantino: remanescente da Antiguidade, resistiu até o ano de 1453, quando seu centro, Constantinopla, foi invadido e submetido pelos muçulmanos.
Guerras travadas entre os reinos cristãos
Tanto nos domínios da Europa Ocidental quanto fora deles desenrolaram-se importantes batalhas durante os mil anos que durou a Idade Média. Essas batalhas aconteciam entre os próprios reinos cristãos ocidentais, que entravam em conflito em virtude de fatores como sucessão de tronos e disputas territoriais (citemos como exemplo disso a Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Rosas).
Outros tipos de campanhas militares
Também houve conflitos diretos entre os cristãos ocidentais e o Império Bizantino, como aconteceu na época das Cruzadas, e entre cristãos e muçulmanos, também na época das Cruzadas e, sobretudo, nas Guerras de Reconquista da Península Ibérica. Da parte Oriental, o grande imperador mongol do século XIII, Gêngis Khan, destacou-se por montar uma máquina de guerra que provocou durante décadas uma enorme tensão na Ásia Menor, no Oriente Médio e na Península Arábica, provocando confrontos sangrentos, principalmente com os muçulmanos.
Conflitos com os povos muçulmanos
De toda essa ambiência das guerras medievais, sobressaem-se muitas curiosidades. Uma delas diz respeito à origem da continência militar, que remonta ao gesto dos cavaleiros cristãos de levantarem a viseira de metal de seu elmo a fim de encarar, olho a olho, o seu adversário antes de um duelo. Outra curiosidade referente à atmosfera das guerras da Idade Média refere-se à postura dos combatentes árabes depois de terem sido islamizados, isto é, depois de terem sido convertidos ao islamismo por Maomé.
Os árabes, antes do islã, nunca haviam conseguido expandir-se e conquistar grandes territórios. Isso só veio a ocorrer com sua conversão. Saber os motivos disso é de suma importância para compreender a Idade Média. Por fim, mais um tema interessante referente às guerras do medievo é a história, a um só tempo real e lendária, de El Cid, um nobre combatente nascido no reino de Castella (Espanha), que lutou como mercenário tanto ao lado de cristãos quanto do lado de mouros (muçulmanos nascidos no sul da Espanha). El Cid constitui-se como uma figura complexa que nos ajuda a entender a própria complexidade da Península Ibérica durante a Idade Média.
Por Me. Cláudio Fernandes