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A ocupação da Península Ibérica pelos povos que professavam a religião islâmica se deu inicialmente com a Batalha de Guadalete, ocorrida em 711. Esta batalha opôs as tropas islâmicas comandadas por Tarik às tropas visigodas comandadas pelo rei Rodrigo (ou Roderick). A ocupação iniciada com a Batalha de Guadalete duraria sete séculos, tendo fim apenas em 1492, com a conquista de Granada pelos reis católicos Fernando e Isabel.
O reino Visigodo da Hispânia iniciou sua formação no século V, em decorrência dos deslocamentos bárbaros em direção ao oeste, nos séculos finais de existência do Império Romano. O rei Rodrigo foi provavelmente o último rei do reino. O período de seu reinado foi caracterizado por um período de divisão entre a nobreza, o que levou a uma polarização entre Rodrigo e o rei Wytisa. Provavelmente os islâmicos se aproveitaram dessa divisão para a conquista da região.
A Batalha de Guadalete travou-se provavelmente entre os dias 19 e 26 de julho de 711, em um local próximo à lagoa de Janda, no sul da Península Ibérica, na foz do rio Guadalete. Estima-se que Rodrigo tenha conseguido reunir quase 100 mil homens contra as tropas islâmicas de Tarik, mas não há certeza sobre estes números e poucas fontes existem sobre o desenrolar da batalha. O que se sabe é que após a travessia do estreito de Gibraltar pelos islâmicos, a Batalha de Guadalete foi a última tentativa de conter o avanço islâmico.
A vitória sobre as tropas de Rodrigo foi esmagadora. A divisão interna do Reino Visigodo favoreceu os islâmicos, que em cinco anos conseguiram conquistar quase toda a Península Ibérica. Não há certeza se Rodrigo foi morto na Batalha ou conseguiu fugir, refugiando-se na região da Lusitânia, provavelmente próxima a Viseu. Os grupos que não aceitaram a subjugação aos islâmicos conseguiram se refugiar no norte da península, na região das Astúrias, onde iria se iniciar um lento processo de reconquista dos territórios administrados pelos islâmicos.
Provavelmente a vitória islâmica também foi facilitada pelo fato dos visigodos impedirem os antigos habitantes da região, os romanos-hispânicos, de se armarem. Um possível exército formado por escravos teria sido comandado por Rodrigo, o que poderia explicar a falta de estímulo para a batalha. Os islâmicos conseguiram após a vitória manter um convívio, em muitos momentos pacíficos, com os habitantes da Península, cobrando impostos e desenvolvendo um reino culturalmente rico, o de Al Andaluz.
Por Tales Pinto
Graduado em História