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Batalha de Salado

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A chamada Batalha de Salado, travada em 30 de outubro de 1340, foi um dos mais importantes conflitos das Guerras de Reconquista da Península Ibérica. Sabemos que tais Guerras de Reconquista dizem respeito ao processo de retomada dos territórios ibéricos, por parte de hispânicos e lusitanos, de posse dos mouros, isto é, muçulmanos que haviam se estabelecido na referida península a partir do século VIII. Essas guerras atravessaram três séculos (séc. XIII a XV) e culminaram no triunfo dos reinos católicos e na formação das Monarquias Nacionais de Portugal e Espanha.

O conflito em questão leva esse nome porque foi travado na região da Ribeira do Salado, rio que corre em território espanhol, próximo às cidades de Cadiz e Tarifa. Da parte dos mouros, os principais envolvidos na batalha foram Abul-Hassan, poderoso rei do Norte da África que controlava as regiões de Fez e de Marrocos, e o rei de Granada (região da Espanha controlada por muçulmanos), Yusuf I. A aliança entre os norte-africanos e os granadinos tinha o propósito de barrar o avanço das reconquistas ibéricas. Seu principal alvo era o então rei de Castela, Afonso XI.

Afonso XI, quando soube do plano de ofensiva muçulmana, estava em desvantagem militar e precisava recorrer à ajuda de outros reinos. Um desses reinos era o de seu sogro, Afonso IV, de Portugal, herdeiro de Dom Diniz e pai de Maria de Portugal, esposa de Afonso XI, que sofria humilhação com a prática do adultério do marido e, por isso mesmo, não vivia com ele. Para conseguir a ajuda do sogro, Afonso XI escreveu para sua esposa, que estava em Sevilha, pedindo a ela que intercedesse ao pai em favor do Reino de Castela.

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O rei Afonso IV exigiu que o genro escrevesse a ele diretamente para pedir ajuda. O ato foi feito, e os reinos de Portugal e de Castela uniram-se contra norte-africanos e granadinos. Esse fato está gravado na memória e na história de Portugal e Espanha e pode ser visto no Canto III, de Os Lusíadas, de Camões. Veja a estrofe 109 do referido canto:

Juntos os dous Afonsos, finalmente
Nos campos de Tarifa estão defronte
Da grande multidão da cega gente,
Pera quem são pequenos campo e monte.
Não há peito tão alto e tão potente
Que de desconfiança não se afronte,
Enquanto não conheça e claro veja
Que co braço dos seus Cristo peleja.

Os “dous Afonsos” (dois Afonsos) conseguiram, juntos, mas não sem dificuldades, vencer as forças muçulmanas no fim de outubro de 1340. As forças de Afonso IV ficaram encarregadas dos exércitos de Granada, e as do africano Abull Hassan foram enfrentadas pelo genro Afonso XI, como bem deixou registrado o mesmo Camões:

Destarte o Mouro pérfido despreza
O poder dos Cristãos, e não entende
Que está ajudado da alta Fortaleza
A quem o Inferno horrífico se rende.
Co ela o Castelhano, e com destreza,
De Marrocos o Rei comete e ofende;
O Português, que tudo estima em nada,
Se faz temer ao Reino de Granada.


Por Me. Cláudio Fernandes

Escritor do artigo
Escrito por: Cláudio Fernandes Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FERNANDES, Cláudio. "Batalha de Salado"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/batalha-salado.htm. Acesso em 19 de novembro de 2024.

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