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O uso da crase na indicação de horas é feito quando há preposição “a” acompanhada do artigo “as”, indicando horário exato, mas há alguns casos de indicação de horas exatas em que não se usa a crase, principalmente quando for outra preposição utilizada para acompanhar o artigo. Vale lembrar que a crase (`) é um acento gráfico usado para indicar a fusão na escrita entre a preposição “a” e o artigo definido “a” ou “as”, gerando as formas “à” e “às”.
Leia também: 5 dicas importantes sobre o uso da crase
Tópicos deste artigo
- 1 - Quando usar crase na indicação de horas?
- 2 - Quando não usar crase na indicação de horas?
- 3 - Dicas para saber quando usar crase na indicação de horas
- 4 - Outras regras de uso da crase
- 5 - Exercícios resolvidos sobre o uso da crase na indicação de horas
Quando usar crase na indicação de horas?
Na indicação de horas, a crase geralmente é usada em expressões que indicam horário exato. Vale lembrar que a crase é usada quando há o encontro entre a preposição “a” e o artigo definido “a” ou “as”.
preposição + artigo definido
a + a = à
a + as = às
Nesse sentido, expressões que indicam horário definido, em geral, costumam levar preposição. Observe nos exemplos a seguir:
A que horas você vai sair de casa?
A preposição “a” é usada para acompanhar a expressão “que horas”. Assim, quando o horário é definido, ele é acompanhado de artigo definido:
A que horas você vai sair de casa?
Vou sair de casa ao meio-dia.
Como “meio-dia” é um termo masculino, a preposição une-se ao artigo masculino “o”; porém, quando se trata do feminino, usamos crase. Veja:
A que horas você vai sair de casa?
Vou sair de casa à uma hora./Vou sair de casa às duas horas.
Isso continua ocorrendo mesmo que a palavra “horas” esteja omitida na frase:
Vou sair de casa às quatro [horas].
Quando não usar crase na indicação de horas?
Apesar de a crase geralmente ser utilizada em expressões que indicam horas exatas, nem sempre há crase em expressões que indicam horas. Há dois principais casos em que não se usa crase para indicar horário: preposição diferente de “a” ou ausência do artigo definido “a” ou “as”.
→ Preposição diferente de “a” na indicação das horas
Muitas vezes, outra preposição que não seja “a” pode anteceder a expressão que indica horas, como a preposição “de” ou a preposição “para”.
Eu costumo sair para almoçar por volta das 13 horas.
A expressão “por volta de” faz com que a preposição “de” assuma o lugar da preposição “a”; logo, não é possível usar crase.
Veja o próximo exemplo:
Eu almoço das 13 às 14 horas.
Já nesse outro caso, a indicação de um intervalo de tempo obedece a uma regra de uso de preposições: “de” um período “a” outro período. Como o artigo “as” se junta a essas preposições em cada caso, a crase só aparece na segunda ocorrência, para indicar a preposição: das 13 às 14 horas.
Veja, a seguir, outro exemplo:
A reunião está marcada para as 15 horas.
Nesse outro caso, a preposição usada é “para”, e não “a”. Portanto, o artigo “as” já está acompanhado da preposição “para”, não havendo crase.
→ Ausência do artigo definido “a” ou “as” na indicação de tempo
Outro caso pode fazer com que não se use crase: quando não houver artigo definido acompanhando a preposição “a”. Geralmente, são casos não de indicação de horário, e sim de indicação de quantidade de tempo. Veja:
Elas voltarão às duas horas.
Elas voltarão daqui a duas horas.
A diferença nesses exemplos é que, no primeiro enunciado, há uma indicação de horário e que, portanto, envolve o uso da preposição “a” acompanhada do artigo “as”, acarretando uso de crase. Já no segundo caso, “duas horas” não é um horário, e sim uma quantidade de tempo levada para realizar-se a ação. Assim, não é necessário o uso de artigo definido. Se a preposição “a” aparece sozinha, não há crase, já que ela não está acompanhada de nenhum artigo.
Dicas para saber quando usar crase na indicação de horas
Além das dicas acima sobre quando usar e não usar a crase, outra maneira de entender se a crase é necessária é tentar construir a frase usando “meio-dia”. Se a expressão que surgir for “ao meio-dia”, então há crase quando se usa outro horário. Se não for possível usar “ao meio-dia”, então provavelmente não se trata de uma expressão cuja forma no feminino seja “às”.
Eu marquei com ela às 18 horas.
Eu marquei com ela ao meio-dia.
Meu encontro ficou para as 18 horas.
Meu encontro ficou para o meio-dia.
Outras regras de uso da crase
A crase aparece no encontro entre a preposição “a” e o artigo definido “a” ou “as”. Assim, é preciso que o verbo ou o nome sejam regidos pela preposição “a”, seguidos do artigo definido no feminino. Veja:
ir a + a praia = ir à praia
sensível a + a mudança de temperatura = sensível à mudança de temperatura.
A crase também pode aparecer em algumas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas que tenham elementos no gênero feminino. Exemplos: “às vezes”, “às pressas”, “à tarde”, “à noite”.
Acesse também: Quando não deve ser feito o uso da crase?
Exercícios resolvidos sobre o uso da crase na indicação de horas
Questão 1
Leia o enunciado a seguir.
Quando eu voltar para casa, só poderei conversar após ____ sete horas.
Qual alternativa preenche corretamente a lacuna?
A) a
B) à
C) as
D) às
Resolução:
Alternativa C
A preposição “após” já indica a relação com o horário; portanto, só será necessário o artigo antes do numeral: “após as sete horas”.
Questão 2
Leia o enunciado a seguir.
Vocês precisam estar aqui ____ uma hora para finalizarmos o projeto.
Qual alternativa preenche corretamente a lacuna?
A) a
B) à
C) as
D) às
Resolução:
Alternativa B
É necessário usar a preposição “a” para indicar o período, e ela acaba se contraindo com o artigo “a”, por se tratar de um numeral no singular: “estar à uma hora”.
Fontes
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.