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Crase e regência

Crase e regência são conceitos relacionados. A crase ocorre quando a regência de alguns verbos e nomes exige o uso da preposição “a” antes de um complemento feminino.

Relação entre crase e regência verbal e nominal e exemplos.
A preposição “a” se combina com o artigo feminino “a” no complemento de alguns verbos e nomes.
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O uso da crase na regência ocorre quando o verbo ou o nome exige a preposição “a” antes de um complemento feminino. Na gramática, a regência é o estudo das relações entre as palavras, em que verbos e nomes exigem certos complementos, podendo requerer uma preposição específica. A crase ocorre quando a preposição “a” se combina com o artigo feminino “a” ou com pronomes que aceitam essa preposição. Este artigo aborda a crase no contexto da regência nominal e verbal, explicando quando é obrigatória, proibida ou facultativa, além de trazer exemplos e exercícios práticos.

Leia também: Quando não se deve usar a crase?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre crase na regência

  • A crase na regência é usada quando o verbo ou o nome exige a preposição “a” antes de um complemento feminino.
  • Verbos como “assistir” (no sentido de “ver”) e “referir-se” bem como nomes (substantivos e adjetivos) como “favorável” e “aversão” pedem crase quando acompanham palavras femininas.
  • A crase é proibida antes de pronomes pessoais, verbos e palavras masculinas.
  • O uso correto da crase facilita a clareza e precisão no texto.

Quando usar crase na regência?

A regência se refere ao uso de preposições específicas exigidas por determinados verbos (regência verbal) ou nomes (regência nominal) para ligarem-se corretamente com seus complementos.

  • Crase na regência verbal: é utilizada quando um verbo pede a preposição “a” e o complemento é um substantivo feminino.

Exemplos:

O aluno obedeceu à norma escolar.
A advogada se referiu à cláusula do contrato.

Esses exemplos demonstram a crase obrigatória devido à regência verbal, pois os verbos “obedecer” e “referir-se” pedem a preposição “a” diante de seus complementos, a qual se funde com o artigo feminino “a” e provoca a crase.

  • Crase na regência nominal: nomes (substantivos e adjetivos) que pedem a preposição “a” antes de um artigo feminino também exigem a crase.

Exemplos:

Ele se mostrou sensível à questão do meio ambiente.
Ela tem aversão à violência.

Esses exemplos demonstram a crase é obrigatória devido à regência nominal, pois o adjetivo sensível e o substantivo “aversão” pedem a preposição “a” diante de seus complementos, a qual se funde com o artigo feminino “a” e provoca a crase.

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Verbos que pedem crase

Alguns verbos específicos exigem a preposição “a” antes de complementos femininos, o que torna a crase obrigatória nesses casos. Entre os verbos mais comuns, estão:

  • Verbo “assistir” (no sentido de “ver”):

Assisti à palestra sobre sustentabilidade.

  • Verbo “referir-se”:

Ele se referiu à mudança recente.

  • Verbo “obedecer”:

Obedecemos à norma da empresa.

Esses verbos requerem um complemento com a preposição “a”, provocando a crase quando esses complementos são palavras femininas precedidas pelo artigo “a”.

Veja também: Crase — usos obrigatórios e facultativos, macetes para não errar mais

Nomes que pedem crase

Devido à regência nominal, alguns substantivos e adjetivos pedem complementos com a preposição “a”, provocando a crase quando esses complementos são palavras femininas precedidas pelo artigo “a”. Vejamos abaixo alguns nomes que exigem a crase na presença de complementos femininos:

→ Substantivos que pedem crase

  • Obediência a (sentimento direcionado a algo ou alguém)

A obediência à Constituição é essencial para uma sociedade mais justa e democrática.

  • Aversão a (repulsa por algo ou alguém)

Ela tem aversão à hipocrisia.

→ Adjetivos que pedem crase

  • Acessível a (que pode ser alcançado ou compreendido)

O conteúdo é acessível à comunidade surda.

  • Favorável a (que se mostra benéfico ou vantajoso)

O clima estava favorável à colheita.

Esses nomes (substantivos e adjetivos) requerem um complemento com a preposição “a”, provocando a crase quando esses complementos são palavras femininas precedidas pelo artigo “a”.

Quando o uso da crase é proibido?

A crase não deve ser usada em alguns casos específicos, pois a regência verbal ou nominal não exige um complemento que possa ser introduzido por um artigo feminino. Vejamos esses casos a seguir:

  • Antes de palavras masculinas

Entregamos o documento a todos os alunos.

  • Antes de verbos

O evento começará a partir das 10h.

  • Antes de pronomes pessoais, de tratamento e indefinidos

A oferta foi apresentada a alguém do grupo. A vaga foi ofertada a nós ou a você?

A ausência de crase nesses casos ocorre porque o contexto não exige a combinação da preposição “a” com o artigo feminino “a”, levando à inexistência da crase.

Saiba mais: Como usar a crase na indicação de horas?

Exercícios resolvidos sobre crase e regência

Questão 1

Na frase: “Ela assistiu à palestra sobre os impactos ambientais”, o uso da crase está correto porque:

a) a palavra “palestra” exige crase em qualquer contexto.
b) o verbo “assistir”, no sentido de “ver”, exige a preposição “a”, e temos, nesse caso, um complemento feminino precedido pelo artigo feminino “a”.
c) a crase é obrigatória diante de substantivos femininos.
d) o verbo “assistir” exige crase quando é verbo transitivo direto.

Gabarito: Letra B

Resolução: O uso da crase está correto, pois o verbo “assistir” (no sentido de “ver”) exige a preposição “a” antes de complementos, e temos, nesse caso, um complemento feminino precedido pelo artigo feminino “a”.
As alternativas A e C estão incorretas, pois não explicam a necessidade de regência. A alternativa D confunde a transitividade do verbo (“assistir”, nesse caso, tem o sentido de “auxiliar“ ou “prestar assistência”).

Questão 2

Assinale a alternativa em que o uso da crase é proibido:

a) A solução é acessível a todos.
b) Ele se referiu à proposta com entusiasmo.
c) Obedeceram à ordem do juiz.
d) Ela se dedicou à causa com afinco.

Gabarito: Letra A

Resolução: A crase não é usada antes de pronomes indefinidos, como “todos”. Nas demais alternativas, a crase é necessária por conta da regência dos verbos e substantivos.

Questão 3

Complete a frase: “A professora referiu-se ____ questão da ética e dedicou o prêmio ____ mãe”.

a) à / à
b) a / a
c) à / a
d) a / à

Gabarito: Letra D

Resolução: “Referiu-se à questão” exige crase por conta da regência do verbo: “referir-se a algo ou alguém”, no caso, à questão. Já “dedicou o prêmio à mãe” exige crase por conta da regência do verbo: “dedicar algo a alguém”, no caso, à mãe.

Questão 4

Em qual alternativa o uso da crase está incorreto?

a) A proposta foi enviada a todos.
b) Ele se referiu à matéria com entusiasmo.
c) A empresa respondeu à solicitação do cliente.
d) Assisti à reunião pela manhã.

Gabarito: Letra A

Resolução: A crase não é usada antes de pronomes indefinidos, como “todos”. As outras alternativas apresentam crase corretamente, pois a regência verbal ou nominal pede a preposição “a” e provoca a crase devido ao complemento formado por um substantivo feminino.

Questão 5

Leia a frase: “Ele dedicou-se à causa da proteção ambiental”. A crase é necessária porque:

a) O verbo “dedicar-se” provoca a ocorrência de crase diante de um substantivo feminino.
b) “Causa” é um substantivo feminino que exige a preposição “a”.
c) A crase é facultativa em complementos femininos.
d) O artigo feminino está ausente.

Gabarito: Letra A

Resolução: Como o verbo “dedicar-se” exige a preposição “a”, ele provoca a ocorrência de crase quando o complemento é feminino, justificando a crase. A alternativa B é incorreta, pois a regência nominal de causa exige um complemento depois do substantivo, não antes, e com outra preposição (“causa de algo”).

A alternativa C é incorreta, pois a crase nesse caso não é opcional. A alternativa D também é incorreta, pois o artigo feminino está presente.

Fontes

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

CEREJA, William; VIANNA, Carolina Dias. Gramática: texto, reflexão e uso. Volume único. São Paulo: Atual, 2020.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.

KURY, Adriano da Gama. Português Básico e Essencial. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013.

PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos: um guia completo e prático. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2019.

Escritor do artigo
Escrito por: Walter Mendes Walter Mendes é jornalista formado pela UFG, licenciado em Letras Português pela UFG e em Letras Inglês pela Estácio de Sá, com Mestrado em Literatura pela UnB e Doutorado em Letras Francês pela Usp. Trabalha há 20 anos como professor de português e como revisor, redator e tradutor de textos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

MENDES, Walter. "Crase e regência"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/uso-crase-regencia-verbal-estreitando-relacoes.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

Indique a alternativa em que a crase não foi usada corretamente.

  1. Assisti à última sessão de cinema.

  2. Assisti à um ótimo filme.

  3. Não assisto à novela.

  4. Você assistiu à corrida.

Exercício 2

Assinale a única alternativa em que a crase foi corretamente utilizada:

  1. Só um projeto que vise à eliminação da corrupção pode ajudar o Brasil.

  2. O caçador visou à galinha.

  3. O ensino deve visar à progresso.

  4. Não visou à melhorar.

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