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O conhecimento que adquirimos mediante o estudo dos fatos gramaticais por vezes nos conduz à seguinte constatação: mais do que apreendê-los, torna-se necessário compreendermos acerca das razões que os concebem como tais. Assim, com base nessa premissa, cabe ressaltar que se trata de uma diversidade deles e que citá-los em sua totalidade seria por demais inviável, em se tratando desse nosso encontro. Dessa forma, elegemos como prioridade para nossa discussão a estreita relação que se estabelece entre o uso da crase e a regência verbal.
Dessa forma, a compreensão que se estabelece acerca dos aspectos conceituais, sobretudo os que se atém à junção do artigo “a” + a preposição “a” tornam-se insuficientes, concisos e um tanto quanto superficiais. Nesse sentido, emerge daí (ou ao menos precisa emergir) o seguinte questionamento: a presença da preposição se deve exatamente a quê? Ora, é simples, basta nos atermos aos exemplos seguintes:
Iremos À praia, caso não chova.
Entregamos as encomendas ÀQUELES clientes.
Analisando ambos os verbos, segundo a ótica da regência, constatamos que, de acordo com a predicação, classificam-se como transitivos indiretos, a saber:
Quem vai, vai a algum lugar, por isso “à praia”.
Quem entrega, entrega algo a alguém, por isso “àqueles clientes”.
Como pôde perceber, nada de excepcional norteia os preceitos atribuídos a essa ocorrência linguística, haja vista que apenas um pouco mais de análise acerca dos conhecimentos antes adquiridos (regência) para constatarmos as razões desta ou daquela classificação.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras