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O período composto por coordenação é um período que apresenta apenas orações coordenadas nele, que podem estar ou não ligadas entre si por conjunção coordenativa.
Leia também: Afinal, o que é uma oração?
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre período composto por coordenação
- 2 - O que é um período composto por coordenação?
- 3 - Como identificar um período composto por coordenação?
- 4 - Classificação das orações coordenadas
- 5 - Diferenças entre período composto por coordenação e período composto por subordinação
- 6 - Exercícios resolvidos sobre o período composto por coordenação
Resumo sobre período composto por coordenação
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O período composto por coordenação é aquele formado apenas por orações coordenadas.
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Essas orações coordenadas podem estar ligadas ou não por conjunções coordenativas.
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Já o período composto por subordinação apresenta, necessariamente, uma oração principal e outra subordinada.
O que é um período composto por coordenação?
O período composto por coordenação é um período formado por duas ou mais orações coordenadas, que podem ser ou não ligadas por conjunções. Veja:
Fui ao mercado, comprei algumas frutas, mas esqueci um item importante.
Nesse caso, há mais de uma oração: “Fui ao mercado”, “comprei algumas frutas” e “mas esqueci um item importante”. Cada uma delas, se aparecesse isolada, continuaria fazendo sentido. Portanto, são orações coordenadas. Mas como todas foram colocadas juntas, em um mesmo período, esse período é composto por coordenação.
Como identificar um período composto por coordenação?
Para identificar esse tipo de período, basta organizar a estrutura, separando as orações e verificando se, ao serem lidas isoladamente, elas continuam tendo sentido completo. Além disso, observe se há conjunções coordenativas conectando as orações.
Veja o período a seguir:
Sou uma pessoa distraída, então faltou um item na lista de compras.
Nele, as orações “Sou uma pessoa distraída” e “faltou um item na lista de compras” poderiam aparecer sozinhas, separadas por ponto, e ainda assim teriam sentido completo. Porém, aparecem ligadas por uma conjunção coordenativa (“então”), que estabelece, entre elas, relação de conclusão.
Leia também: Uso da vírgula nas orações coordenadas
Classificação das orações coordenadas
As orações coordenadas podem ser classificadas como assindéticas ou sindéticas. Para entender melhor, veja o período composto por coordenação a seguir:
Oração coordenada assindética + oração coordenada sindética
Fiquei feliz no mercado, porque encontrei um item na promoção.
Agora, entenda como cada uma dessas orações é classificada.
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Oração coordenada assindética
Não é introduzida por nenhuma conjunção. No exemplo anterior, a oração “Fiquei feliz no mercado” é assindética. As duas orações poderiam ser assindéticas se não houvesse nenhuma conjunção para introduzir nenhuma delas:
Fiquei feliz no mercado, encontrei um item na promoção.
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Oração coordenada sindética
É uma oração coordenada introduzida por uma conjunção coordenativa, que une uma oração coordenada à outra. No exemplo anterior, a oração coordenada sindética é “porque encontrei um item na promoção”, iniciada pela conjunção “porque”.
As orações coordenadas sindéticas podem ser classificadas de acordo com a relação estabelecida pela conjunção que as introduz:
- Oração coordenada sindética aditiva: estabelece relação de adição. Ex.: “Andei até o mercado e fiz minhas compras.”
- Oração coordenada sindética adversativa: estabelece relação de oposição. Ex.: “Fui ao mercado, mas esqueci um item.”
- Oração coordenada sindética alternativa: estabelece relação de alternância. Ex.: “Gastar todo o meu dinheiro ou esperar uma boa promoção?”
- Oração coordenada sindética conclusiva: estabelece relação de conclusão. Ex.: “Sou uma pessoa distraída; logo, não levei um item das compras.”
- Oração coordenada sindética explicativa: estabelece relação de explicação. Ex.: “Faltou um item na lista de compras porque eu sou distraído.”
→ Videoaula sobre orações coordenadas
Diferenças entre período composto por coordenação e período composto por subordinação
Se no período composto por coordenação todas as orações são independentes entre si e podem ser entendidas isoladamente, o mesmo não acontece no período composto por subordinação. Nele, há uma oração principal (esta, sim, é uma oração coordenada, por ser independente) e outra oração subordinada à principal, ou seja, que não pode ser entendida isoladamente, sendo dependente de outra oração para fazer sentido.
Veja a diferente a seguir.
Faltou um item na lista de compras porque eu sou distraído.
Nesse caso, tanto a oração "Faltou um item na lista de compras" quanto a oração "eu sou distraído" são independentes; portanto, trata-se de um período composto por coordenação.
Oração subordinada + oração principal
Por eu ser distraído, esqueci um item da lista de compras.
Já nesse outro caso, a oração subordinada "Por eu ser distraído" depende da oração principal para fazer sentido, já que não faz sentido sozinha; desse modo, trata-se de um período composto por subordinação. Para saber mais sobre o período composto por subordinação, clique aqui.
Exercícios resolvidos sobre o período composto por coordenação
Questão 1
(Vunesp)
Texto para a questão.
O casamento infeliz da corrupção com cumplicidade e a resultante crise de autoridade na vida pública (com reflexos em toda sociedade, inclusive na família) trazem à tona a questão da moralidade. (Não estou usando, de propósito, a palavra ética: a pobre anda humilhada demais.) Não se confunda moralidade com moralismo, que é filho da hipocrisia. Moralidade faz parte da decência humana fundamental. Dispensa teorias, mas é a base de qualquer convívio e ordem social. Embora não necessariamente escrita, está contida também nas leis tão mal cumpridas do país. Todos a conhecem em seus traços mais largos, alguns a praticam. Moralidade é compostura. É exercer autoridade externa fundamentada em autoridade moral. É fiscalizar rigorosamente o cumprimento das leis sem ser policialesco. É respeitar as regras sem ser uma alma subalterna.
Moralidade pode ser difícil num país onde o desregramento impera. Exige grande coragem dizer não quando a tentação (de roubar, de enganar, ou de compactuar com tudo isso) nos assedia de todos os lados, também de cima. Num governo, é o oposto de assistencialismo, que dá alguns trocados aos despossuídos, em lugar de emprego e educação, que lhes devolveriam a dignidade. É lutar pelo bem comum, perseguindo e escancarando a verdade mesmo que contrarie grandes e vários interesses.
(Lya Luft, Veja, 20.09.2006)
Assinale a alternativa correta sobre o período — Dispensa teorias, mas é a base de qualquer convívio e ordem social.
A) É um período composto por coordenação, e a segunda oração é aditiva.
B) É um período composto por subordinação, e a segunda oração é concessiva.
C) É um período composto por coordenação, e a segunda oração é adversativa.
D) É um período composto por subordinação, e a segunda oração é causal.
E) É um período composto por coordenação, e a segunda oração é alternativa.
Resposta
Alternativa C. Como as duas orações (“Dispensa teorias” e “mas é a base de qualquer convívio e ordem social”) podem ser entendidas isoladamente, trata-se de um período composto por coordenação. A conjunção “mas” estabelece relação de oposição entre as duas orações, então a segunda oração é adversativa.
Questão 2
(FCC – adaptado)
“A procura de alimentos de origem animal cresceu em alguns países e criou um desafio para os produtores e também para os plantadores de soja e de cereais usados na fabricação de rações.”
Leia as afirmações a seguir:
I) Trata-se de um período composto por três orações coordenadas entre si.
II) Há um só sujeito comum para os verbos cresceu e criou.
III) A oração “usados na fabricação de rações” tem sentido equivalente a "que se usam na fabricação de rações".
Está INCORRETO o que se afirma em:
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.
Resposta
Alternativa A. Não é um período composto por três orações coordenadas. As demais afirmações estão corretas.
Fontes:
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.