PUBLICIDADE
Orações coordenadas e orações subordinadas são os tipos de oração. As orações coordenadas são independentes de outras orações para terem sentido. Já as orações subordinadas dependem de outras orações para terem sentido completo no enunciado.
Leia também: Orações — detalhes sobre a estrutura das frases que possuem, pelo menos, um verbo
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre orações coordenadas e orações subordinadas
- 2 - O que são orações coordenadas?
- 3 - Quais são os tipos de orações coordenadas?
- 4 - O que são orações subordinadas?
- 5 - Quais são os tipos de orações subordinadas?
- 6 - Exercícios resolvidos sobre orações coordenadas e orações subordinadas
Resumo sobre orações coordenadas e orações subordinadas
-
Orações coordenadas e orações subordinadas são os tipos de oração.
-
As orações coordenadas têm sentido completo no enunciado e podem aparecer isoladas sem perder sentido.
-
As orações coordenadas podem ser assindéticas ou sindéticas.
-
As orações coordenadas sindéticas podem ser aditiva, adversativa, alternativa, conclusiva ou explicativa.
-
As orações subordinadas não têm sentido completo se aparecerem isoladas no enunciado. Elas aparecem ligadas a uma oração principal para fazerem sentido.
-
As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
-
As orações subordinadas substantivas podem ser subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, predicativa, completiva nominal ou apositiva.
-
As orações subordinadas adjetivas podem ser explicativa ou restritiva.
-
As orações subordinadas adverbiais podem ser causal, comparativa, concessiva, condicional, conformativa, consecutiva, final, proporcional ou temporal.
O que são orações coordenadas?
Orações coordenadas são as orações que têm sentido completo. Elas não dependem de outras orações para fazerem sentido no enunciado, podendo aparecer tanto isoladas quanto ligadas a outras orações. Veja:
Não me contaram da festa, mas eu resolvi ir de qualquer forma.
Nesse enunciado, há duas orações: “não me contaram da festa” e “mas eu resolvi ir de qualquer forma”. Perceba que as duas orações são independentes entre si, ou seja, poderiam aparecer isoladas uma da outra por um ponto e ainda teriam sentido completo.
Quais são os tipos de orações coordenadas?
Há dois tipos de orações coordenadas: as assindéticas e as sindéticas.
→ Orações coordenadas assindéticas
Orações coordenadas assindéticas são as orações que não têm uma conjunção que a conecte a outra oração. Veja a seguir:
Levantei cedo, preparei meu café da manhã, saí para trabalhar.
Nesse enunciado, há 3 orações, nenhuma delas contando com conjunção. São 3 orações assindéticas.
→ Orações coordenadas sindéticas
Orações coordenadas sindéticas são as orações que são introduzidas por uma conjunção que a conecta a outra oração. Veja novamente o enunciado, mas com uma pequena diferença:
Levantei cedo, preparei meu café da manhã e saí para trabalhar.
Agora, há apenas 2 orações assindéticas. A última oração tornou-se uma oração sindética, pois é introduzida pela conjunção “e”, que a liga à oração anterior.
As orações coordenadas sindéticas têm 5 classificações, de acordo com a relação que estabelecem com a oração à qual são ligadas.
Classificação |
Relação estabelecida |
Exemplo |
aditiva |
adição |
Malhei bastante e fiquei cansado. |
adversativa |
oposição |
Malhei bastante, mas não me cansei. |
alternativa |
alternância |
Ou malho cedo, ou descanso. |
conclusiva |
consequência |
Malhei bastante, então fiquei cansado. |
explicativa |
causa |
Fiquei cansado porque malhei bastante.” |
Veja também: Quais são as principais conjunções coordenativas?
O que são orações subordinadas?
As orações subordinadas substantivas são as orações que dependem de outra oração para terem sentido completo no enunciado. Essas orações não fazem sentido se aparecerem isoladamente em uma frase. Veja:
oração subordinada + oração principal
Apesar de não me contarem da festa, eu resolvi ir de qualquer forma.
Nesse enunciado, há duas orações: “eu resolvi ir de qualquer forma” é uma oração independente, ou seja, pode aparecer isolada no enunciado e continuará fazendo sentido. Já a oração “apesar de não me contarem da festa” é uma oração subordinada, pois não tem sentido completo se aparecer isolada. No caso dessas duas orações, não é possível haver um ponto entre elas, pois a oração subordinada ficaria sem sentido completo.
Quais são os tipos de orações subordinadas?
Há três tipos de orações subordinadas: as substantivas, as adjetivas e as adverbiais.
→ Orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas têm valor de substantivo, ligando-se às orações principais. Há seis tipos de orações subordinadas substantivas, de acordo com a relação estabelecida entre a subordinada e a principal.
Classificação |
Relação estabelecida |
Exemplo |
subjetiva |
tem função de sujeito em relação à oração principal |
É essencial que o diálogo se estabeleça. |
objetiva direta |
tem função de objeto direto em relação à oração principal |
Eu espero que você passe no exame |
objetiva indireta |
tem função de objeto indireto em relação à oração principal |
O professor duvida de que os alunos tenham estudado para a prova. |
predicativa |
tem função de predicativo do sujeito em relação à oração principal |
A verdade é que ele está muito doente. |
completiva nominal |
tem função de complemento nominal em relação à oração principal |
Tenho a certeza de que ele virá. |
apositiva |
tem função de aposto em relação à oração principal |
Minha esperança era uma só: que terminássemos o projeto a tempo. |
→ Orações subordinadas adjetivas
As orações subordinadas adjetivas têm valor de adjetivo, ligando-se às orações principais. Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas, de acordo com a relação estabelecida entre a subordinada e a principal.
Classificação |
Relação estabelecida |
Exemplo |
explicativa |
explica o termo antecedente, servindo como informação a mais. Aparece entre vírgulas. |
Minha amiga, que mora na Itália, veio me visitar. |
objetiva direta |
restringe o termo antecedente, especificando-os àquele grupo. Não aparece entre vírgulas. |
O carro que eu comprei é vermelho. |
→ Orações subordinadas adverbiais
As orações subordinadas adverbiais têm valor de advérbio, ligando-se às orações principais. Há nove tipos de orações subordinadas adverbiais, de acordo com a relação estabelecida entre a subordinada e a principal.
Classificação |
Relação estabelecida |
Exemplo |
causal |
exprime a causa da oração principal |
Como ele estava doente, faltou ao trabalho. |
comparativa |
faz uma comparação com a oração principal |
Ele corre rápido como seu irmão corre. |
concessiva |
indica uma concessão |
Embora chovesse, elas decidiram ir ao parque. |
condicional |
traz uma condição |
Caso chova amanhã, o jogo será cancelado. |
conformativa |
indica concordância |
Eles cantaram em uníssono conforme o maestro indicava. |
consecutiva |
estabelece uma consequência de ação da oração principal |
Ele estava tão cansado que adormeceu imediatamente. |
final |
indica a finalidade da ação na oração principal |
Ela trabalha muito para que sua família tenha uma vida melhor. |
proporcional |
indica a proporção entre uma e outra oração |
À medida que ela estudava, seu conhecimento aumentava. |
temporal |
exprime circunstância de tempo |
Assim que o trem partiu, ela percebeu que esquecera sua bolsa. |
Acesse também: Quais são as principais conjunções subordinativas?
Exercícios resolvidos sobre orações coordenadas e orações subordinadas
Questão 1
(FGV - Adaptado) Leia o texto e responda à questão.
Cobrar responsabilidade
No início do mês, um assaltante matou um jovem em São Paulo com um tiro na cabeça, mesmo depois de a vítima ter lhe passado o celular. Identificado por câmeras do sistema de segurança do prédio do rapaz, o criminoso foi localizado pela polícia, mas - apesar de todos os registros que não deixam dúvidas sobre a autoria do assassinato - não ficará um dia preso. Menor de idade, foi "apreendido" e levado a um centro de recolhimento. O máximo de punição a que está sujeito é submeter-se, por três anos, à aplicação de medidas "socioeducativas".
Não é um caso isolado na crônica de crimes cometidos por menores de idade no país. Mas houve, nesse episódio de São Paulo, uma circunstância que o transformou em mais um exemplo emblemático do equivocado abrigo legal que o Estatuto da Criança e do Adolescente confere a criminosos que estão longe de poderem justificar suas ações com o argumento da imaturidade: ao disparar friamente contra o estudante paulista, a assaltante estava a três dias de completar 18 anos. Pela selvageria do assassinato, o caso remete à barbárie de que foi vítima, no Rio, o menino João Hélio, em 2007. Também nesse episódio, um dos bandidos que participaram do martírio do garoto estava a pouco tempo de atingir a maioridade.
Nos dois casos, convencionou-se, ao anteparo do ECA, que a diferença de alguns dias - ou, ainda que o fosse, de alguns meses -teria modificado os padrões de discernimento dos assassinos. Eles não saberiam o que estavam fazendo. É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, como o emprego de menores em ações - inclusive armadas - de quadrilhas organizadas, ou serve de salvo-conduto a jovens criminosos para afrontar a lei.
O raciocínio, nesses casos, é tão cristalino quanto perverso: colocam-se jovens, muitos dos quais mal entraram na adolescência, na linha de frente de ações criminosas porque, protegidos pelo ECA, e diante da generalizada ruína administrativa dos órgãos encarregados de aplicar as medidas socioeducativas, na prática eles são inimputáveis. Tornam-se, assim, personagens de vestibulares para a entrada em definitivo, sem chances de recuperação, numa vida de crimes.
É dever do Estado (em atendimento a um direito inalienável) prover crianças e adolescentes com cuidados, segurança, oportunidades, inclusive de recuperação diante de deslizes sociais. Neste sentido, o ECA mantém dispositivos importantes, que asseguram proteção a uma parcela da população em geral incapaz de discernir entre o certo e o errado à luz das regras sociais. Mas, se estes são aspectos consideráveis, por outro lado é condenável o viés paternalista de uma lei orgânica que mais contempla direitos do que cobra obrigações daqueles a quem pretende proteger.
O país precisa rever o ECA, principalmente no que tange ao limite de idade para efeitos de responsabilidade criminal. É uma atitude que implica coragem (de enfrentar tabus que não se sustentam no confronto com a realidade) e o abandono da hipocrisia (que tem cercado esse imprescindível debate).
(O Globo, 22/04/2013)
Assinale a alternativa cuja oração sublinhada exemplifica o processo de coordenação.
A) "É dever do Estado (em atendimento a um direito inalienável) prover crianças e adolescentes com cuidados, segurança, oportunidades, inclusive de recuperação diante de deslizes sociais".
B) "Neste sentido, o ECA mantém dispositivos importantes, que asseguram proteção a uma parcela da população em geral incapaz de discernir entre o certo e o errado à luz das regras sociais".
C) "Mas, se estes são aspectos consideráveis, por outro lado é condenável o viés paternalista de uma lei orgânica que mais contempla direitos do que cobra obrigações daqueles a quem pretende proteger".
D) "É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, como o emprego de menores em ações - inclusive armadas - de quadrilhas organizadas, ou serve de salvo-conduto a jovens criminosos para afrontar a lei".
E) "É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, como o emprego de menores em ações - inclusive armadas - de quadrilhas organizadas, ou serve de salvo-conduto a jovens criminosos para afrontar a lei".
Resolução:
Alternativa E.
A oração sublinhada é uma oração coordenada sindética alternativa.
Questão 2
(FCC) Considere o texto abaixo para responder à questão.
1. Fernando Pessoa é não apenas um dos maiores poetas modernos, mas um dos maiores poetas da modernidade, ou seja, um dos poetas que mais longe levaram a experiência tanto das possibilidades quanto do desencanto do mundo moderno. Não que ele esteja próximo das veleidades contemporâneas. A modernidade a que me refiro não se confunde com a mera contemporaneidade. Deixemos de lado nosso provincianismo temporal. A modernidade consiste em primeiro lugar na época da desprovincianização do mundo: aquela que, do ponto de vista temporal, abre-se com o humanismo que, voltando os olhos para o mundo clássico, relativiza o mundo contemporâneo; e que, do ponto de vista espacial, abre-se com as descobertas geográficas, celebradas pelo próprio Pessoa, quando diz, por exemplo, no altíssimo poema “O infante”, inspirado em d. Henrique, o Navegador:
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até o fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
2. O processo de cosmopolitização que produziu o mundo moderno não se restringiu às descobertas dos humanistas e dos navegadores, pois também incluiu explorações científicas, artísticas etc. Ora, a abertura de novos horizontes tornou possível a compreensão do caráter limitado dos antigos horizontes. As ideias e as crenças tradicionais puderam ser postas em questão.
3. A filosofia moderna se formou a partir do ceticismo mais radical que se pode imaginar: a dúvida hiperbólica de Descartes, segundo a qual é possível que tudo o que pensamos saber não tenha consistência maior que a de sonhos, alucinações, ataques de loucura etc. Com razão, Alexandre Koyré afirmou que essa dúvida foi “a mais tremenda máquina de guerra contra a autoridade e a tradição que o homem jamais possuiu”.
4. Pode-se dizer então que o homem moderno é aquele que viu desabarem, ao sopro da razão, os castelos de cartas das crenças tradicionais: o homem que caiu em si. Em última análise, é isso que o obriga a instaurar, por exemplo, os procedimentos jurídicos modernos como processos abertos à razão crítica, públicos, e cujos resultados estão sempre, em princípio, sujeitos a ser revistos ou refutados.
(Adaptado de: CÍCERO, Antonio. A poesia e a crítica: Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, edição digital)
No poema de Fernando Pessoa transcrito no texto, as vírgulas separam orações assindéticas independentes, ou seja, aquelas entre as quais não há conectivo, no seguinte verso:
A) Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
B) Senhor, falta cumprir-se Portugal!
C) Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
D) Surgir, redonda, do azul profundo.
E) E viu-se a terra inteira, de repente,
Resolução:
Alternativa A.
A alternativa A é a única em que as vírgulas separam orações, que, por sua vez, são assindéticas.
Fontes
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.