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Jerusalém, uma das mais antigas cidades do mundo, localiza-se no oeste do continente asiático, entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Morto, na extremidade de um planalto. Israelenses e palestinos disputam há décadas essa cidade, que é considerada sagrada para três grandes religiões: judaísmo, cristianismo e islamismo. Divide-se em uma porção oriental, que representa a parte leste, atualmente sob o domínio de Israel, mas reivindicada pelos palestinos como capital, e uma porção ocidental, que é a porção da cidade que permaneceu sob controle de Israel após a guerra árabe-israelense.
Leia também: História de Jerusalém
Tópicos deste artigo
- 1 - Dados Gerais de Jerusalém
- 2 - Onde fica Jerusalém?
- 3 - Mapa de Jerusalém
- 4 - Clima de Jerusalém
- 5 - Demografia de Jerusalém
- 6 - Governo de Jerusalém
- 7 - Economia de Jerusalém
- 8 - Educação de Jerusalém
- 9 - Cultura de Jerusalém
- 10 - Religião e o Muro das Lamentações
- 11 - Política de Jerusalém
- 12 - Confronto entre judeus e palestinos
- 13 - Jerusalém é a capital de Israel?
- 14 - Tel Aviv
- 15 - Jerusalém foi reconhecida pelos Estados Unidos como capital de Israel
Dados Gerais de Jerusalém
População |
857.752 habitantes |
Significado |
Em hebraico: Yerushaláyim / Cidade da Paz Em árabe: Al-Quds / A Sagrada |
Religião |
64% de judeus 32% de muçulmanos 2% de cristãos 2% de outras religiões |
Densidade populacional |
5.750,4 habitantes por km2 |
Onde fica Jerusalém?
A cidade de Jerusalém está situada na extremidade de um planalto, na parte montanhosa no sul de Israel conhecida como Judeia. Está a leste da cidade de Tel Aviv e do Mar Mediterrâneo e a oste do Mar Morto. A cidade está cercada por vales, como o Vale do Cédron, na porção sul, e o Vale do Tyropoen, a noroeste.
Mapa de Jerusalém
Clima de Jerusalém
O clima é o mediterrânico, caracterizado por uma estação de verão quente e seca e uma estação de inverno com temperaturas baixas e períodos chuvosos, com incidência de neve.
A temperatura média na cidade é de 17,5ºC. Janeiro é o mês mais frio, com temperatura média de 9ºC, e agosto é o mês mais quente, com temperatura média de 24,5ºC. Os índices pluviométricos alcançam anualmente 550 milímetros, e o período de chuva geralmente ocorre entre os meses de novembro e março.
Demografia de Jerusalém
Jerusalém é constituída principalmente por judeus, que representam cerca de 64% da população. Os árabes representam cerca de 32% da população, e os cristãos, 2%. A cidade costuma receber bastante imigrantes, mas o número de habitantes que a deixam ainda supera o número de pessoas que chegam.
O crescimento populacional na cidade é elevado, em razão das altas taxas de natalidade, principalmente entre a população árabe. Em 2007, Jerusalém tinha uma população de 732.100 habitantes. O número cresceu para 857.752 habitantes em 2015.
O número de judeus na cidade tem decrescido. Muitos têm saído à procura de outros lugares para viver, em razão do elevado custo de habitação em Jerusalém e da falta de oportunidades de trabalho. A taxa de natalidade entre os palestinos também supera a dos judeus.
Saiba também: Qual a diferença entre árabes e muçulmanos?
Governo de Jerusalém
Jerusalém é atualmente cidade de Israel e a sede do governo, fato não reconhecido pelas Nações Unidas e União Europeia. A cidade é disputada e reivindicada por israelenses e palestinos como sua respectiva capital, o que gera grandes tensões.
O governo local é formado por 31 membros eleitos a cada quatro anos. O prefeito é escolhido por meio do voto em eleição, estando no poder por 5 anos e escolhendo 6 deputados.
Economia de Jerusalém
Por muitos anos, a economia de Jerusalém foi baseada na sua significância religiosa. Por ser uma cidade sagrada para três religiões, atrai muitos visitantes. Um dos seus principais lugares sagrados é o Muro das Lamentações.
Jerusalém Ocidental tem apresentado melhor desenvolvimento econômico do que Jerusalém Oriental. A taxa de desemprego em Jerusalém (8,3%) é maior que a média nacional (9,0%), e as famílias árabes estão mais inseridas no mercado de trabalho que as famílias judaicas. A cidade de Tel Aviv constitui o centro financeiro de Israel, contudo, o número de empresas de alta tecnologia estão instalando-se em Jerusalém, gerando empregos e incentivos para novos negócios.
Educação de Jerusalém
A cidade de Jerusalém conta com diversas universidades, como a Universidade Hebraica de Jerusalém, a Universidade Al-Quds e o Instituto de Tecnologia de Jerusalém. Os cursos normalmente são oferecidos em hebraico, árabe e inglês. A cidade oferece diversos incentivos financeiros para que estudantes possam alugar apartamentos para morar e frequentar as universidades.
Cultura de Jerusalém
Apesar da atratividade religiosa, Jerusalém conta com muitos eventos artísticos. Podemos destacar o Museu de Israel, o Museu Rockefeller e o Museu Islâmico. Há também a presença da Orquestra Sinfônica de Jerusalém e o Centro Internacional de Convenções. A cidade também conta com o Festival de Israel, que apresenta peças de teatro, música e danças, e o Festival de Cinema de Jerusalém.
Religião e o Muro das Lamentações
Jerusalém é considerada uma cidade sagrada por três grandes religiões: judaísmo, cristianismo e islamismo. Para os judeus, a cidade é sagrada por ter sido capital do Reino de Davi. Foi também o local em que o Rei Salomão ergueu o templo para guardar a Arca da Aliança, objeto que continha as tábuas sagradas em que foram escritos os “Dez Mandamentos”. Esse templo foi destruído pelos romanos, restando apenas uma de suas paredes, que hoje é conhecida como o Muro das Lamentações.
Para os muçulmanos, Jerusalém é considerada a cidade onde Maomé ascendeu ao céu. Para os cristãos, a cidade de Jerusalém representa o local onde Jesus realizou muitos milagres e, no local em que Jesus foi sepultado e ressuscitou, foi construída a Igreja do Santo Sepulcro.
Política de Jerusalém
No ano de 1949, o primeiro-ministro de Israel proclamou Jerusalém como capital de Israel, tornando-se então sede do governo. Nesse momento, Jerusalém foi repartida entre Israel e Jordânia, e apenas a parte oeste da cidade foi considerada capital de Israel. Ocorreu então um fato marcante na história de Israel, a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Nessa disputa entre árabes e judeus, Israel derrotou o Egito, Jordânia e Síria, anexando então para si diversos territórios, como a Faixa de Gaza (ocupada por palestinos), e as Colinas de Golã, pertencentes à Síria.
A partir dessa guerra, os judeus assumiram o controle de Jerusalém, anexando a parte leste da cidade. Com isso, consideraram a parte oeste e leste de Jerusalém como sua capital, assumindo o status de “completa e unificada”. Esse status tornou-se um problema, visto que a comunidade internacional não reconhece a área anexada como território de Israel.
Em 1980, Israel criou uma lei para anexar oficialmente Jerusalém Oriental ao seu território. A ONU e diversos países consideraram a ação ilegal e, portanto, transferiram suas embaixadas para a cidade de Tel Aviv com a justificativa de que, se mantivessem suas missões diplomáticas em Jerusalém, estariam atestando que de fato a cidade era a capital de Israel, pertencendo então aos judeus. No ano de 2017, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, transferindo a embaixada estadunidense para a cidade.
Leia também: O que é uma embaixada? E missão diplomática?
Confronto entre judeus e palestinos
Desde o século XX, judeus e árabes disputam para reconhecer Jerusalém como capital de Israel ou como capital da Palestina, respectivamente. No início dos anos 20, a região da Palestina estava sob controle do Reino Unido. Apoiados pelos britânicos, os judeus começaram a migrar para Israel. Até 1948, Jerusalém era a capital do Mandato Britânico da Palestina.
Nesse mesmo ano, Israel tornou-se independente, fato que resultou na Primeira Guerra Árabe-Israelense. Com a guerra, houve a divisão de Jerusalém em uma parte ocidental, que estava sob controle de Israel, e uma parte oriental, sob controle da Jordânia.
Em 1967, com a Guerra dos Seis Dias, Israel anexou a parte oriental de Jerusalém ao seu domínio. Esse fato foi considerado ilegal pela comunidade internacional e pela Organização das Nações Unidas, que não reconhecem Jerusalém como a capital de Israel. Desde então os palestinos reivindicam a parte oriental de Jerusalém como sua capital. É válido ressaltar que cerca de um terço da população de Jerusalém é composta por palestinos. Desde então, essa região tem sido palco de conflitos e tensões por disputas territoriais.
Leia mais: Conflitos entre Israel e Palestina
Jerusalém é a capital de Israel?
No que tange ao status de Jerusalém como capital, não há um consenso. Por muitas décadas, essa região tem sido disputada e reivindicada por israelenses e palestinos. A comunidade internacional, inclusive os países-membros da ONU, não reconhecem o status de “completa e unificada”, declarado por Israel em 1980, portanto, não há aceitação de que Jerusalém seja a capital de Israel.
Para a comunidade, a cidade deveria ser partilhada, ficando a porção ocidental para os israelenses e a porção oriental para os palestinos. Todas as embaixadas, exceto a estadunidense, situam-se na cidade de Tel Aviv.
Tel Aviv
Tel Aviv é a segunda maior cidade de Israel e é reconhecida por muito como a capital de fato do país, visto que compreende a região em que se encontram as embaixadas dos países, exceto a dos Estados Unidos. É considerada um importante centro econômico de Israel, sendo a capital financeira do país. Foi em Tel Aviv que Israel declarou sua independência no ano de 1948 e passou a organizar o seu governo. Portanto, enquanto não for reconhecido o status de Jerusalém como capital, Tel Aviv é a capital por ser sede provisória do governo de Israel.
Jerusalém foi reconhecida pelos Estados Unidos como capital de Israel
Transferir a embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém estava previsto em uma lei aprovada pelo Congresso Estadunidense em 1995. Essa lei incluía adiamento do prazo para transferência a fim de proteger os interesses de Segurança Nacional. Presidentes como Bill Clinton e Barack Obama prorrogaram o máximo que puderam esse prazo. O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia também prorrogado o prazo, visto que mudar a embaixada para Jerusalém poderia gerar conflitos e polêmica. Contudo, o prazo da última prorrogação expirou, e Trump decidiu por finalmente fazer a transferência.
Donald Trump afirma que “Israel é uma nação soberana e que tem direito de determinar sua capital”. A transferência foi concluída em 2018 para Jerusalém Ocidental. Países como Guatemala, Paraguai, Brasil, Romênia e República Tcheca propõem fazer o mesmo. Essa transferência é, portanto, um posicionamento desses países a respeito do reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel. Esse fato pode gerar conflitos com os árabes, estremecendo relações.