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A Primeira Guerra Árabe-Israelense ocorreu entre maio de 1948 e janeiro de 1949, opondo, de um lado, o recém-criado Estado de Israel e, de outro, alguns países da Liga Árabe, dentre eles Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, Síria e Arábia Saudita. A declaração de guerra por parte dos árabes aconteceu como resposta à decisão da ONU em criar o Estado de Israel, em 1948.
Porém, as disputas entre israelenses e árabes, principalmente os palestinos, já estavam ocorrendo há tempos. Eles eram resultado do sionismo, um movimento político surgido no século XIX e capitaneado principalmente por Theodor Herzl, um jornalista austríaco que defendia a criação de uma nação judaica em um território unificado. Eles conseguiram o apoio britânico, que ofereceu cerca de 15.000 km² de terras para assentamentos judaicos em Uganda, na África, oferta recusada pelos sionistas.
Com o passar das décadas, grupos de judeus instalaram-se na Palestina, principalmente depois da Primeira Guerra Mundial, quando o Império Turco-Otomano foi dissolvido e a Inglaterra ficou responsável pelo controle da Palestina. Um Ministro das Relações Exteriores britânico, lorde Arthur Balfour, apoiou a fundação de um Estado judeu na Palestina, resultando no aumento da migração para a região. O mesmo lorde havia prometido a independência aos árabes. Os judeus formaram núcleos agrícolas, principalmente nas melhores terras para o cultivo. Aos poucos, as hostilidades entre árabes-palestinos e judeus foram aumentando.
A perseguição nazista aos judeus na década de 1930 foi mais um estímulo para o deslocamento de contingentes judeus para a região. Entretanto, a Inglaterra proibiu a entrada de novos colonos judeus na região, fomentando a imigração ilegal. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o saldo de 6 milhões de judeus mortos no chamado holocausto, houve a ampliação da campanha sionista.
Em 1948, a ONU decidiu criar o Estado de Israel, dividindo a Palestina em duas partes: uma porção de terras de 11.500 Km² para os cerca de 1,3 milhão de palestinos; e outra de 14.500 para os cerca de 700 mil judeus que habitavam a região. Os árabes recusaram-se a reconhecer o Estado de Israel, e não houve a formação do Estado Palestino.
Dessa forma, a declaração de guerra de alguns dos países da Liga Árabe em maio de 1948 transformou-se na primeira guerra entre árabes e israelenses. Com o forte apoio dos Estados Unidos, Israel derrotou seus adversários, ocupando os territórios da Galileia, o Deserto de Neguev e a Cisjordânia, a oeste do rio Jordão. Jerusalém foi dividida em duas partes: a parte ocidental pertencente a Israel, e a oriental, a Jordânia. A Faixa de Gaza ficou sob o comando do Egito.
Mas o conflito não era apenas em virtude da religião distinta entre árabes e judeus, os motivos econômicos, principalmente os ligados ao petróleo, estavam na raiz das guerras árabe-israelenses.
A principal consequência da Primeira Guerra Árabe-Israelense, além do aumento territorial de Israel, foi a expulsão de quase um milhão de palestinos das terras conquistadas, dando origem à chamada Questão Palestina, uma luta pela recuperação territorial. Para se refazer de sua diáspora da Antiguidade, os sionistas geraram a diáspora palestina.
Por Tales Pinto
Mestre em História