PUBLICIDADE
Sempre existiram perguntas como: Estamos sozinhos no universo? Nosso planeta é o único com vida? Carl Sagan, importante astrônomo do século XX, disse que “se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço”. Se existe vida ou não fora da Terra, não é nosso objetivo entrar nesse embate. Todavia, será que outros planetas têm pelo menos condição de abrigar vida? Para responder a essa e a outras muitas perguntas, a NASA, agência espacial norte-americana, executa desde 2014 a missão Kepler.
A missão que leva o nome do astrônomo Johannes Kepler, importante estudioso do século XVII e que deu muitas contribuições para a Astronomia, tem por objetivo encontrar exoplanetas, isto é, planetas que estão fora de nosso Sistema Solar. Para isso, a sonda de observação de nome Kepler foi lançada no espaço pelo foguete Delta II e, seguindo o “rastro” da órbita da Terra ao redor do Sol, procurará outros mundos.
Tópicos deste artigo
- 1 - Objetivos da missão Kepler
- 2 - Método de observação
- 3 - Características da sonda Kepler
- 4 - Resultados da missão Kepler
Objetivos da missão Kepler
Segundo a NASA, os objetivos da missão Kepler são:
→ Determinar a quantidade de planetas com características semelhantes às da Terra, que sejam menores ou maiores que nosso planeta e que estejam em uma zona habitável, região onde o planeta mantém uma distância tal que a existência de água no estado líquido seja possível;
→ Determinar as características das órbitas desses planetas;
→ Determinar características básicas dos planetas;
→ Estimar quantos planetas existem em sistemas múltiplos de estrelas;
→ Determinar as características das estrelas que abrigam sistemas planetários;
→ Identificar outros corpos presentes nos diversos sistemas solares.
Método de observação
A sonda Kepler detectará os exoplanetas por meio do fenômeno do trânsito planetário, isto é, quando um planeta passa na frente de sua estrela e deixa uma pequena mancha no disco estelar. Fenômeno semelhante ocorre com os planetas Mercúrio e Vênus, quando estes passam na frente do Sol e formam momentaneamente uma pequena mancha negra.
Ao ocorrer o fenômeno do trânsito planetário, a intensidade do brilho da estrela sobre a qual o planeta orbita diminui, mesmo que infinitesimalmente. Assim, o fotômetro acoplado à sonda pode captar a diminuição da intensidade da luz e detectar o planeta.
Características da sonda Kepler
Os elementos básicos mais importantes da sonda Kepler são o fotômetro (equipamento capaz de captar a intensidade da luz), de 95 cm de abertura; os espelhos refletores, com capacidade de reflexão de 85%, e o detector de 2200 x 1024 pixel.
A sonda foi lançada no espaço no Cabo Canaveral, Flórida – EUA, pelo foguete Delta II, no dia 7 de março de 2009. A sua massa é de aproximadamente uma tonelada e a previsão de duração da missão é de quatro anos.
Resultados da missão Kepler
Até agora, 4.302 possíveis planetas foram descobertos, mas destes apenas 1.284 têm chances claras de ganhar o status de planeta. Um total de 550 novos planetas encontrados são semelhantes à Terra, mas apenas nove estão em uma zona habitável, mantendo uma distância em relação às suas estrelas que possibilita a existência de água no estado líquido.
Uma das descobertas mais significativas ocorreu em 2015, quando o planeta nomeado Kepler-452b foi encontrado. Esse planeta é rochoso, está a 1400 anos-luz, é cerca de 60% maior que a Terra e está em uma zona considerada habitável.
Em 2014, o planeta HIP 116454b foi encontrado. Ele possui mais que o dobro do diâmetro da Terra, está a 180 anos-luz, mas não está em uma região habitável, mantendo-se muito próximo da estrela a qual orbita.