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Síndrome respiratória aguda grave ou Sars é uma doença causada por um vírus da família dos coronavírus, que inclui vírus causadores de resfriados, da síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers) e da Covid-19. A Sars é considerada a primeira doença transmissível grave do século XXI. Foi considerada uma ameaça global em março de 2003, porém surgiu inicialmente na China, em 2002. A doença foi controlada rapidamente graças a medidas eficientes de identificação e isolamento dos casos.
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Tópicos deste artigo
- 1 - O que é a síndrome respiratória aguda grave?
- 2 - Agente causador da Sars
- 3 - Transmissão da Sars
- 4 - Sintomas da Sars
- 5 - Tratamento da Sars
- 6 - Prevenção da Sars
- 7 - Relação entre Sars e Covid-19
- 8 - Infecções respiratórias que podem se tornar uma síndrome respiratória aguda grave
O que é a síndrome respiratória aguda grave?
A síndrome respiratória aguda grave (Sars) é uma síndrome respiratória grave provocada por um coronavírus. O alerta global da Organização Mundial da Saúde (OMS) ocorreu no dia 12 de março de 2003 e descrevia-a como uma pneumonia atípica grave, transmitida de uma pessoa para outra, sem causa conhecida. Os primeiros casos ocorreram em novembro de 2002 na China, e a OMS foi notificada em fevereiro de 2003. A doença se espalhou por vários países, provocando a morte de cerca de 800 pessoas.
Como a doença não tem vacina ou tratamento eficiente, a forma encontrada para frear sua transmissão foi identificar os casos, realizar isolamento ou quarentena e identificar os contatos próximos estabelecidos entre os doentes. A epidemia foi controlada ainda em 2003, com a OMS declarando que todos os surtos de Sars foram contidos no mundo no dia 5 de julho desse ano. O vírus responsável pela doença não causou novos casos desde 2004 e, durante a epidemia, atingiu 26 países em cerca de seis meses.
Agente causador da Sars
A Sars é causada pelo vírus Sars-CoV (coronavírus associado à Sars), um vírus da família dos coronavírus, que inclui vírus que circulam entre pessoas e outros animais e se destacam por, ao serem visualizados em microscopia eletrônica, lembrarem uma coroa (a palavra corona, em latim, significa “coroa”). O Sars-CoV teve seu genoma sequenciado em 2003 e mostrou não ter relação com outros coronavírus previamente conhecidos.
Antes da epidemia provocada pelo Sars-CoV, os vírus da família dos coronavírus eram considerados causadores apenas de infecções leves. Após o Sars-CoV, outras cepas de coronavírus surgiram e estão associadas a quadros graves de insuficiência respiratória: o Mers-CoV e o Sars-CoV-2.
Transmissão da Sars
A Sars é transmitida por meio do contato direto de gotículas respiratórias, expelidas pelo doente ao tossir, espirrar e falar, com as membranas mucosas, como boca, nariz e olhos. O vírus pode ser transmitido também pelo ar e, indiretamente, por meio do contato com superfícies contaminadas. Um indivíduo saudável pode se contaminar ao tocar os objetos contaminados e, posteriormente, levar a mão à boca, ao nariz ou aos olhos.
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Sintomas da Sars
O Sars-CoV, após o contágio, pode permanecer incubado de dois a sete dias. Após esse período, surgem os sintomas da doença, os quais incluem febre alta (acima de 38 ºC), calafrios, dor de cabeça, dor muscular e mal-estar.
Os sintomas respiratórios, inicialmente, são leves. Após cerca de uma semana, iniciam-se tosse seca e falta de ar, a qual pode ser acompanhada ou progredir para níveis baixos de oxigênio no sangue. A pior evolução da doença cursa com ventilação mecânica. A maioria dos pacientes com Sars desenvolve pneumonia. A doença apresenta letalidade de 9,5%.
Tratamento da Sars
A Sars é uma doença viral que não apresenta tratamento específico, havendo apenas medidas de suporte, como hidratação e uso de próteses respiratórias. O tratamento do paciente é feito de maneira isolada de outros para evitar a propagação da doença.
Prevenção da Sars
A Sars, por ser transmitida, principalmente, pelo contato com partículas emitidas pelo doente ao falar, tossir ou espirrar, tem como forma de prevenção evitar o contato direto com o doente e sempre incentivar as pessoas doentes a cobrirem o nariz e a boca ao tossir ou espirrar. Além disso, é fundamental a lavagem frequente das mãos com álcool e sabão ou utilizar álcool 70% para a higienização. Os profissionais da saúde, ao tratar os doentes com Sars, devem se proteger utilizando adequadamente os equipamentos de proteção individual.
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Relação entre Sars e Covid-19
Os vírus Sars-CoV e Sars-CoV-2 são da família dos coronavírus e são responsáveis por provocar síndrome respiratória aguda grave. Enquanto o Sars-CoV provoca a Sars, o Sars-CoV-2 (coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2) desencadeia a Covid-19. O Sars-CoV-2 apresenta menor taxa de mortalidade que o Sars-CoV, entretanto, uma diferença marcante entre eles é o fato de o primeiro ser mais transmissível.
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Infecções respiratórias que podem se tornar uma síndrome respiratória aguda grave
Algumas infecções respiratórias podem se agravar e se tornar uma síndrome respiratória aguda grave, sendo esse o caso de infecções pelo H1N1 e Sars-CoV-2. De acordo com o Ministério da Saúde, é considerado como síndrome respiratória aguda grave o “indivíduo com síndrome gripal que apresente: dispneia/desconforto respiratório ou pressão persistente no tórax ou saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios ou rosto”.
Por síndrome gripal, o Ministério da Saúde entende que a possui o indivíduo com “quadro respiratório agudo, caracterizado por, pelo menos, dois (2) dos seguintes sinais e sintomas: febre (mesmo que referida), calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos”.
Após o início da pandemia de Covid-19 em 2020, os casos de síndrome respiratória aguda aumentaram de maneira abrupta. Vale salientar, no entanto, que nem todos os casos da síndrome são explicados pela infecção por Sars-CoV-2, pois, como mencionado, outras infecções respiratórias podem desencadear o problema. O aumento do número de casos sem explicação, no entanto, pode indicar subnotificação de vítimas fatais em decorrência da Covid-19.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia