PUBLICIDADE
A retocolite ulcerativa, também chamada frequentemente de colite ulcerativa, é uma inflamação da mucosa do intestino grosso que acomete o cólon e o reto. Quando acomete apenas a região retal, denomina-se proctite. Quando a inflamação atinge o cólon esquerdo, é chamada de colite esquerda, e quando atinge ou ultrapassa o cólon transverso, recebe a denominação colite extensa ou pancolite.
A inflamação pode, eventualmente, acometer a porção do íleo terminal. Geralmente, a retocolite ulcerativa atinge com maior frequência adolescentes e adultos jovens, desencadeando sintomas como diarreia e fezes com sangue. O tratamento da doença não é curativo, mas evita crises. Em alguns pacientes, no entanto, a cirurgia pode ser recomendada.
Leia também: Sistema digestório – responsável pelo processamento do alimento que ingerimos
Tópicos deste artigo
- 1 - O que é a retocolite ulcerativa?
- 2 - Diferenças entre a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn
- 3 - Sinais e sintomas da retocolite ulcerativa
- 4 - Diagnóstico da retocolite ulcerativa
- 5 - Tratamento da retocolite ulcerativa
O que é a retocolite ulcerativa?
A retocolite ulcerativa é uma doença crônica que atinge a região do cólon e do reto e caracteriza-se por ser uma inflamação da mucosa do intestino sem causa específica. Apesar disso, componentes hereditários e imunológicos são uma base importante para o desenvolvimento da doença.
Especialistas acreditam que um indivíduo herda genes que o tornam suscetível a doença, e fatores ambientais (até então desconhecidos) fazem com que o sistema imune responda de modo a desencadear a inflamação. A inflamação na retocolite ulcerativa inicia-se na região do reto e pode estender-se até o cólon de maneira contínua.
Diferenças entre a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn
A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa são conhecidas como doenças inflamatórias intestinais. Apesar de, algumas vezes, os sintomas serem semelhantes, algumas diferenças podem ser observadas entre elas. A retocolite ulcerativa, por exemplo, apresenta uma inflamação que se inicia no reto e segue por todo o cólon de maneira contínua, diferentemente da doença de Crohn, em que se pode ter regiões poupadas.
Além disso, a retocolite está restrita ao intestino grosso, enquanto a doença de Crohn pode afetar outras porções do trato gastrointestinal, ocorrendo predominantemente na parte inferior do intestino delgado e no intestino grosso. Outra diferença observada entre essas duas doenças inflamatórias está no local da inflamação. Enquanto a doença de Crohn afeta toda a parede intestinal, a retocolite ulcerativa provoca inflamação apenas na mucosa.
Sinais e sintomas da retocolite ulcerativa
A retocolite ulcerativa desencadeia sintomas como diarreia com sangue vivo nas fezes, urgência evacuatória, dor abdominal e cólicas. A diarreia é ocasionada, pois a inflamação da parede do intestino grosso faz com que uma de suas funções primordiais não seja realizada: a absorção de água. O sangramento ocorre devido a ulcerações que ocorrem na parede do intestino. Vale salientar que a perda de sangue pode ser responsável por desencadear anemia no indivíduo.
A doença pode cursar com manifestações em outras partes do corpo, como articulações, vias biliares e a pele. A retocolite ulcerativa pode, em alguns pacientes, estar associada à espondilite anquilosante, um problema que afeta as articulações da coluna, promovendo rigidez com imobilidade e dor na região.
Diagnóstico da retocolite ulcerativa
Para diagnosticar o problema, o médico deverá avaliar os sintomas e o histórico familiar do paciente. O médico poderá solicitar exames de fezes, de sangue, retossigmoidoscopia, e colonoscopia.
O diagnóstico diferencial da retocolite ulcerativa é feito por meio de biópsia. Isso se deve ao fato de que bactérias, vírus e parasitas também podem ser responsáveis por desencadear inflamação da mucosa intestinal, sendo fundamental excluir essas causas.
Após confirmado o diagnóstico da doença, o médico analisará a extensão e a severidade do caso, para que, desse modo, seja capaz de indicar um tratamento eficiente para o paciente.
Leia também: Apendicite – inflamação do apêndice que desencadeia dor abdominal
Tratamento da retocolite ulcerativa
A retocolite ulcerativa é uma doença que não apresenta cura, porém os tratamentos hoje disponíveis podem garantir que a inflamação fique sob controle. O tratamento varia de um paciente para outro, sendo totalmente individualizado. Em alguns pacientes, ele pode garantir longos períodos de remissão. Vale salientar que as crises podem ocorrer e podem ser uma indicação da necessidade de trocar-se a medicação ou então a forma como ela está sendo administrada.
Em alguns casos, a cirurgia pode ser indicada para o tratamento. Ela pode ser recomendada, por exemplo, quando o paciente não responde bem aos medicamentos, quando o paciente desenvolve câncer no cólon, quando apresenta hemorragia maciça ou perfuração, e em pacientes com cirrose biliar desencadeada pela colangite esclerosante e que vão submeter-se ao transplante. Vale deixar claro, no entanto, que somente um médico poderá averiguar se se trata ou não de um caso de cirurgia.
A cirurgia nesses casos consiste na retirada de todo o cólon e reto, um procedimento conhecido como proctocolectomia total. Após a retirada, é feita uma abertura artificial do íleo na parede abdominal, e as fezes são esvaziadas em uma bolsa sintética que fica aderida à pele. Existe, ainda, uma técnica em que a bolsa externa não é colocada, sendo criada uma bolsa internada denominada anastomose íleo-anal, que permite que o paciente consiga eliminar suas fezes pelo ânus.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia