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O figado é um dos maiores órgãos do corpo humano e pesa cerca de 1,5 kg. Ele exerce diversas funções, destacando-se a produção da bile e a eliminação de substâncias, tais como álcool e medicamentos. Em razão da grande importância desse órgão, algumas modificações na sua estrutura podem gerar problemas graves. Esse é o caso da cirrose.
A cirrose hepática é uma doença crônico-degenerativa em que o fígado passa a apresentar um tecido fibroso em substituição ao tecido normal e funcional. Essa fibrose, que se assemelha a cicatrizes, leva à diminuição das funções hepáticas, o que acaba colocando em risco a vida do paciente. Ao observar um fígado com essa doença, não se percebe mais uma superfície lisa, mas sim irregular. Além disso, observa-se uma mudança em sua consistência, que fica bastante dura.
A cirrose hepática possui variadas causas, sendo a mais conhecida o consumo excessivo de álcool. Entretanto, nem sempre pessoas que bebem desenvolvem a doença, sendo importante outros fatores, como sexo, quantidade de bebida ingerida diariamente e infecções, tais como hepatites e AIDS. Em nosso país, o alcoolismo é responsável por 50% dos casos de cirrose. Vale destacar que hepatite B, C e D, tumores, hepatite autoimune, hemocromatose, toxidade medicamentosa e alguns parasitas também podem desencadear a doença.
Normalmente o paciente com cirrose hepática é assintomático. Dessa forma, quando os primeiros sintomas da doença surgem, o caso já está avançado. Como sintomas e sinais principais da cirrose hepática, podemos citar a icterícia, em que pele e mucosas tornam-se amareladas, acúmulo de líquidos na região do abdômen (ascite), hemorragias digestivas, deficiência nutricional e emagrecimento, anorexia, vômitos, distúrbios do sono, entre outros. Em casos graves, o câncer de fígado pode surgir.
Observe a diferença entre um fígado normal e com cirrose
O diagnóstico é realizado através da análise dos sintomas e exames como ultrassonografia e cintilografia do fígado. Além disso, alguns exames laboratoriais também podem ser usados. Na maioria dos casos, pacientes com cirrose hepática apresentam níveis séricos das transaminases hepáticas e da bilirrubina elevados e níveis baixos de albumina.
Não existe um tratamento efetivo para cirrose hepática, normalmente o que se faz é evitar a progressão rápida da doença e tentar melhorar a qualidade de vida do paciente. O principal ponto para a melhoria do quadro é a mudança dos hábitos alimentares e o fim do consumo de álcool. Nos casos mais graves, é necessária a realização de transplante de fígado, que tem sucesso em aproximadamente 80% dos casos.
Apesar de o fígado possuir uma grande capacidade de regeneração, a cirrose hepática é geralmente irreversível e pode levar à morte por insuficiência hepática. Sendo assim, é importante ficar atento ao consumo de álcool, prevenir-se contra as hepatites virais e tratar adequadamente qualquer doença que afete esse órgão.
Por Ma. Vanessa dos Santos