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A mielite transversa é uma inflamação da medula espinhal que desencadeia o comprometimento da motricidade e também das funções sensitivas e autônomas do indivíduo acometido pelo problema. O paciente com mielite transversa pode apresentar quadro de fraqueza ou paralisia parcial nos membros inferiores, além de disfunções evacuatórias e miccionais.
A doença pode decorrer de infecções virais ou bacterianas ou ainda associada a outros problemas de saúde, como alterações vasculares e doenças autoimunes. Pode ser também idiopática, ou seja, sem causa definida.
Recentemente a doença foi apontada como a possível causa da interrupção de testes com uma vacina contra COVID-19, sendo considerada como uma possível reação ao imunizante. Pode afetar pessoas de qualquer faixa etária e é uma doença considerada rara, sendo observados de 1 a 4 novos casos por milhão de pessoas a cada ano.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Medula espinhal
- 2 - O que é a mielite transversa?
- 3 - Quais os sintomas da mielite transversa?
- 4 - Diagnóstico e tratamento da mielite transversa
Medula espinhal
Antes de compreendermos melhor o que é a mielite transversa, devemos saber o que é a medula espinhal. A medula espinhal é um cordão formado por tecido nervoso que está localizado no interior da nossa coluna vertebral.
É uma estrutura extremamente importante para o nosso organismo, estando relacionada, entre outras funções, com a transmissão de informações do corpo em direção ao encéfalo e também garantindo o transporte no sentido contrário. A movimentação do nosso corpo apresenta também relação direta com a medula, sendo lesões nessa área responsáveis, por exemplo, pela perda do movimento nos membros inferiores. Para saber mais sobre essa parte fundamental do nosso corpo, leia: Medula espinhal.
O que é a mielite transversa?
A mielite transversa é um termo utilizado para referir-se a uma inflamação que atinge a medula espinhal. Suas causas podem ser variadas, sendo possível destacar neoplasias, doenças autoimunes e alterações vasculares. A mielite transversa também é frequentemente associada a infecções virais ou bacterianas e à vacinação. Vale salientar, no entanto, que ainda não está bem determinada a relação causa-efeito entre a doença e vacinação.
Dentre as doenças infecciosas que se relacionam com a mielite transversa, podemos citar a rubéola, o sarampo e o vírus HIV. A mielite transversa pode ser considerada ainda como a primeira manifestação de doenças desmielinizantes, como é o caso da esclerose múltipla. A mielite transversa pode ser também idiopática, ou seja, ter causa desconhecida.
A evolução da doença bem como a recuperação do indivíduo variam muito de uma pessoa para outra, sendo possível observar pacientes que apresentam resolução completa do quadro rapidamente e outros que apresentam sequelas permanentes. Estima-se que, em 50% dos casos, a recuperação é completa. Vale destacar ainda que a recuperação espontânea da doença pode ocorrer dentro de semanas a meses.
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Quais os sintomas da mielite transversa?
Essa doença inflamatória destaca-se por provocar sintomas de disfunção neurológica motora, sensitiva e/ou autonômica. Em alguns pacientes, a doença desenvolve-se rapidamente dentro de minutos ou horas, em outros, no entanto, a progressão pode ser mais lenta, ocorrendo dentro de dias ou semanas. Dentre os sintomas mais comuns da mielite transversa, podemos citar:
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Dores na região das costas.
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Dores musculares.
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Formigamento nos pés.
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Paraparesia (fraqueza ou paralisia parcial) dos membros inferiores.
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Distúrbios sensoriais.
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Disfunções evacuatórias e/ou miccionais, como incontinência urinária e intestinal.
Diagnóstico e tratamento da mielite transversa
Para o diagnóstico de mielite transversa, o médico deverá avaliar os sinais e sintomas do paciente bem como o histórico familiar e descartar outras alterações que podem provocar as mesmas manifestações clínicas. A utilização da ressonância magnética é importante para descartar causas como compressão medular ou edema.
Não há um consenso quando o assunto é o tratamento da mielite transversa, entretanto, alguns estudos indicam o uso de metilprednisolona endovenosa nas formas graves, a fim de reduzir-se o tempo da doença e também os déficits que podem ocorrer. Medicamentos para dor também podem ser usados para aliviar os sintomas. Outros métodos não medicamentosos são recomendados no tratamento da doença, sendo um deles a fisioterapia.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia