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A esclerose múltipla foi descrita, em 1868, pelo neurologista francês Jean Charcot. Trata-se de uma doença autoimune, ou seja, uma doença em que o sistema imunológico ataca as células saudáveis do organismo. Na esclerose múltipla, o sistema atacado pelas células de defesa é o nervoso central, sendo a reação autoimune direcionada à mielina. Por lesar a mielina, é considerada uma doença desmielinizante.
A esclerose múltipla não possui cura e pode provocar sintomas como fraqueza muscular, fadiga, dores articulares e disfunção intestinal e da bexiga. Vale salientar que a doença não é contagiosa e que não há formas de prevenir o problema.
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Tópicos deste artigo
- 1 - O que é esclerose múltipla?
- 2 - Sintomas da esclerose múltipla
- 3 - Classificação da esclerose múltipla
- 4 - Diagnóstico da esclerose múltipla
- 5 - Tratamento da esclerose múltipla
- 6 - Agosto Laranja
O que é esclerose múltipla?
A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso e causa a inflamação e a desmielinização (destruição da mielina) da substância branca. A mielina é essencial no processo de transmissão do impulso nervoso, portanto, essa doença prejudica a passagem desse impulso. Com o tempo, os pontos de inflamação e desmielinização evoluem para a formação de uma espécie de cicatriz, em que há a perda da função do tecido original. Esclerose significa “cicatriz”, daí o nome da doença.
Essa enfermidade pode atingir pessoas de diferentes raças e de ambos os sexos, entretanto, é mais comum em brancos e nas mulheres. Além disso, ocorre mais em adultos jovens, sendo rara em crianças e após os 60 anos. No Brasil, a prevalência da doença é de cerca de 18 casos por 100 mil habitantes. Estima-se que cerca de 2,3 milhões de pessoas vivam com essa condição em todo o mundo.
Sintomas da esclerose múltipla
A esclerose múltipla pode afetar qualquer parte do sistema nervoso central, causando, assim, sintomas variados, dependendo da área lesionada. Alguns sintomas podem ser destacados, como fadiga, dormências e formigamentos, fraqueza dos membros, falta de coordenação, perda ou dificuldade visual, vertigens, náuseas, tremores, problemas de memória, dificuldade de reter urina e fezes, e depressão. Os sintomas da doença não aparecem de maneira súbita.
Inicialmente os sintomas vão surgindo, porém o corpo consegue contornar o problema, reduzindo a inflamação e garantindo a produção de mielina no local. Isso faz com que os sintomas desapareçam, o que dificulta o diagnóstico do paciente. Caso o indivíduo não trate o problema, a doença começa a deixar sequelas e cicatrizes permanentes. Na maioria dos pacientes, a doença evolui com episódios de surto e remissão de duração variável.
Classificação da esclerose múltipla
Podemos classificar a doença, de acordo com a sua forma de manifestação, em quatro tipos: surto-remissiva, progressiva primária, progressiva secundária e surto-progressiva.
Na forma surto-remissiva, o indivíduo apresenta surtos com sintomas que podem durar mais de uma semana. Nesses casos, ocorre a recuperação parcial ou total após o surto. É a forma mais comum de esclerose múltipla e evolui, em 50% dos casos, para a forma progressiva secundária.
Na forma progressiva primária, ocorre uma piora gradual da doença, não havendo surtos como na surto-remissiva. Sua incidência é relativamente baixa.
A forma progressiva secundária é aquela que evolui a partir de vários anos de surto-remissão. Normalmente aparece após 10 anos do início da doença na forma surto-remissiva.
Já na forma surto-progressiva, temos uma combinação de evolução gradual com surtos. É a forma mais difícil de ser definida.
Diagnóstico da esclerose múltipla
O diagnóstico é complicado, pois existem diversas doenças inflamatórias que se assemelham à esclerose múltipla. Para a efetiva confirmação do diagnóstico, são necessários exames físicos, laboratoriais e neurológicos, principalmente o exame de ressonância magnética e o exame do líquor.
Na ressonância magnética, torna-se possível observar as lesões causadas pela desmielinização. Já o exame de líquor espera obter informações a respeito da presença de bandas oligoclonais, que indicam um aumento na produção de anticorpos no sistema nervoso. O diagnóstico é feito, geralmente, por um médico neurologista.
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Tratamento da esclerose múltipla
A esclerose múltipla é uma doença ainda sem cura, cujo tratamento se baseia na administração de medicamentos que ajudam a retardar seu avanço e aliviar os sintomas, garantindo, assim, uma melhor qualidade de vida ao portador. Durante o tratamento, é importante que o paciente tenha acompanhamento de uma equipe multiprofissional. O acompanhamento com fisioterapeuta, por exemplo, pode garantir o retardo da deterioração motora. Além disso, a realização de fisioterapia respiratória pode ajudar a evitar complicações da doença.
O acompanhamento psicológico também é essencial, uma vez que muitos pacientes sofrem com depressão, além de ser bastante difícil enfrentar os desafios que a doença impõe, o que pode causar medos e anseios. Outros profissionais que podem estar envolvidos são terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.
Além do tratamento com medicamentos, pesquisas com células-tronco estão sendo realizadas em várias partes do mundo a fim de se conseguir uma nova abordagem para a doença. Até o momento, os resultados são animadores, sendo esse novo tratamento considerado até mais eficiente que a medicação disponível no mercado. Atualmente o transplante com células-tronco não é oferecido no Brasil pelo SUS e está em fase experimental.
Agosto Laranja
O Agosto Laranja é uma campanha de conscientização a respeito da esclerose múltipla. A campanha ocorre desde o ano de 2006, quando a Lei n. 11.303 entrou em vigor. Essa lei instituiu o dia 30 de agosto como o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla.