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No dia 02 de setembro de 2018, o Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, foi consumido por chamas em um grande incêndio. O museu, que foi criado em 06 de junho de 1818 por D. João VI, contava com um acervo de 20 milhões de itens de valor inestimável.
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→ Acervo do Museu Nacional
O Museu Nacional, que havia completado 200 anos em 2018, contava com 20 milhões de itens em seu acervo. De acordo com dados disponíveis no site do Museu, estavam entre esses itens:
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Luzia, o mais antigo fóssil humano encontrado no Brasil: esse crânio de mulher foi datado de mais de 11 mil anos atrás e destacava-se por ser o fóssil mais antigo da América. A importância desse material está no fato de que, com sua descoberta, foi possível compreender melhor como ocorreu a ocupação do continente americano.
Sala dos dinossauros, no Museu Nacional. (Foto: Acervo pessoal da Dra. Elysiane de Barros Marinho)
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Dinossauro Maxakalisaurus topai, proveniente de Minas Gerais: conhecido como Dinoprata, esse animal herbívoro da família dos titanossauros foi o primeiro dinossauro de grande porte montado para exposição em nosso país. Todo o trabalho, desde a escavação até a montagem do fóssil, durou dez anos. Vale salientar que o museu contava ainda com uma série de fósseis de outros organismos, tais como insetos, aracnídeos, répteis e plantas.
Leia mais sobre: Dinossauros
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Cabeça mumificada produzida pelos Shuar (Jivaro): os Jivaro, povos da Amazônia Equatoriana, na mumificação, retiravam os ossos do crânio e faziam a pele encolher, permitindo que se mantivessem a fisionomia e os cabelos dos indivíduos mumificados.
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Acervo de mais de cinco milhões de exemplares de insetos: segundo o Museu Nacional, esse acervo era de inestimável e inigualável valor. O Museu Nacional era considerado um dos maiores centros de diversidade entomológica (diversidade de insetos) de toda a América do Sul.
Sala da exposição Conchas, Corais e Borboletas. (Foto: Acervo pessoal da Dra. Elysiane de Barros Marinho)
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Ampla coleção de mamíferos da nossa fauna: entre as espécies taxidermizadas (empalhadas) do museu, podemos citar o cachorro-do-mato, capivara, lobo-guará, lontra, onça-pintada, preguiça-de-bentinho, preguiça-de-três-dedos, tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, tatu-canastra e veado-mateiro.
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Coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina (Imperatriz Consorte do Império do Brasil de 1843-1889);
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Coleção do Egito Antigo: essa coleção contava com múmias, sarcófagos, estelas funerárias, estatuetas e outros artefatos, totalizando quase cerca de 700 objetos conseguidos graças a doações e compras.
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Meteorito Bendegó: esse meteorito, coletado na Bahia, é o maior meteorito brasileiro e está entre os maiores meteoritos de todo o mundo. Seu peso é de 5, 36 toneladas.
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Objetos da cultura indígena, cultura afro-brasileira e culturas do Pacífico.
O Museu Nacional contava com exposições sobre a riqueza da cultura indígena, afro-brasileira e do Pacífico. (Foto: Acervo pessoal da Dra. Elysiane de Barros Marinho)
→ Itens perdidos no incêndio do Museu Nacional
O grave incêndio no Museu Nacional iniciou-se por volta de 19h30 do dia 02 de setembro de 2018 (domingo), após o fechamento para visitantes. O incêndio tomou grandes proporções por causa de fatores como a grande quantidade de madeira no piso e a quantidade de material inflamável no interior do prédio.
Durante o incêndio, alguns funcionários, professores e técnicos entraram no prédio na tentativa de salvar alguns itens. Alguns espécimes de moluscos, por exemplo, foram salvos pelo professor Paulo Buckup e seus colegas.
Ainda não é possível identificar quais itens foram realmente perdidos com o incêndio e ainda há esperanças de que peças extremamente valiosas possam ser resgatadas. Algumas peças raras e valiosas estavam guardadas em cofres e armários e não estavam em exposição. Esse é o caso, por exemplo, do crânio de Luzia. Entretanto, não se sabe se esses compartimentos suportaram o fogo e o peso dos entulhos provenientes do desabamento dos dois andares do prédio.
Diversas conchas que estavam expostas no Museu Nacional. (Foto: Acervo pessoal da Dra. Elysiane de Barros Marinho).
Apesar de não saber ao certo quais itens se perderam, a estimativa é de que a perda seja de 90% de todo o acervo, de acordo com a vice-diretora do Museu, Cristiana Serejo. Entre os itens que fazem parte dos 10% preservados, podemos citar o meteorito Bendegó, que permaneceu intacto após o incêndio. Não podemos nos esquecer ainda das perdas de vários pesquisadores, que tiveram seus estudos interrompidos com essa tragédia.
*Crédito de atribuição editorial: A.PAES / Shutterstock.com
Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos