Define-se mumificação como o fenômeno natural ou artificial de preservação de um corpo. Nesse processo, a putrefação ocorre vagarosamente, ao longo de muitos e muitos anos.
A ideia de manter um corpo em bom estado após a morte foi colocada em prática por diversas civilizações, como maias, incas e egípcios. Quimicamente falando, a mumificação é um procedimento realizado para tornar mais lento ou interromper o impiedoso processo de decomposição do corpo. Para alcançar esse objetivo, é fundamental eliminar a ação das enzimas (lípases, proteases e amilases) e micro-organismos responsáveis pelo processo, privando-os da presença de água e também do ambiente químico de que necessitam para atuar.
Mumificação natural
A mumificação de um corpo pode acontecer de forma natural, desde que o ambiente onde o corpo está apresente condições favoráveis para a diminuição da velocidade da decomposição. São exemplos de ambientes favoráveis:
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Condições extremas de frio (regiões muito geladas, como a Antártida);
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Condições extremas de calor (como os desertos);
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Alta temperatura do solo do local do sepultamento;
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Regiões de pântano (a presença do musgo Sphagnum, que produz uma substância denominada de glycuronoglycan15, desacelera o crescimento de bactérias).
Substâncias utilizadas na mumificação
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Natrão: uma mistura de diversos sais, como o cloreto de sódio, carbonato de sódio, bicarbonato de sódio e sulfato de sódio;
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Betume: líquido viscoso e escuro que é composto por tipos diferentes de hidrocarbonetos;
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Mirra: uma resina proveniente de pequenas árvores do gênero Commiphora;
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Bálsamo de cedro e cominho: líquido extraído dessas plantas, o qual apresenta odor agradável;
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Cera de abelha.
Etapas do processo de mumificação artificial egípcia
Representação da retirada do cérebro durante o processo de mumificação
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Representação da retirada dos órgãos durante o processo de mumificação
Obs.: Durante algum tempo, os órgãos também eram submetidos ao processo de mumificação, com exceção do cérebro.
Métodos de conservação dos corpos utilizados atualmente
Há muito tempo as sociedades não apresentam mais a preocupação em preservar o corpo de pessoas falecidas. Porém, muitas vez, é necessária a preservação do corpo em virtude da distância entre o local do falecimento e o local onde o corpo será velado e enterrado.
Umas das formas mais utilizadas de preservação é o embalsamamento. Hoje em dia, utiliza-se o formaldeído (formol) misturado com o fenol comum para conservar o corpo para o funeral. Essa mistura é injetada no organismo após a retirada de fluidos corporais, como o sangue. Após a evaporação do formaldeído, começa a ocorrer a ação microbiana, que causa a degradação do corpo.
Ao longo da história, algumas técnicas de preservação a longo prazo foram testadas e utilizadas, a saber:
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Para a preservação do corpo do líder soviético Vladimir Lenin (morto em 1924), o corpo dele foi eviscerado (retiradas as vísceras), limpo com água destilada e ácido acético, findando-se a lavagem com formalina para secar. Por fim, mergulharam o corpo em um tanque com glicerina, acetato de potássio, água e cloreto de quinina;
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Plastinação: é um processo que substitui fluidos de cadáveres por materiais plásticos (silicone, resina de epóxi e poliéster) para que as partes do corpo adquiram plasticidade. Esse método tem sido empregado para preservar corpos para estudos.
Por Me. Diogo Lopes Dias