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Estalactites e estalagmites são depósitos minerais formados por meio da precipitação de carbonato de cálcio em cavernas. Juntas, pertencem à classe dos espeleotemas. As estalactites surgem no teto das cavernas, podendo variar de centímentros a metros, enquanto as estalagmites são formadas no chão, como consequência do gotejamento das próprias estalactites.
Essas estruturas são importantes para entender a evolução climática do nosso planeta, visto que seu processo de formação demora milhares de anos. Assim, é comum que armazenem informações climáticas e hidrológicas em sua estrutura, fornecendo dados científicos importantes. A formação desses espeleotemas ocorre com a dissolução de rochas calcáreas por águas ricas em dióxido de carbono.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre estalactites e estalagmites
- 2 - O que são estalactites?
- 3 - O que são estalagmites?
- 4 - Como se formam as estalactites e estalagmites?
Resumo sobre estalactites e estalagmites
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Estalactites e estalagmites são depósitos minerais formados pela precipitação de carbonato de cálcio em cavernas.
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Ambas pertencem à classe dos espeleotemas.
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As estalactites ocorrem no teto das cavernas.
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As estalagmites ocorrem no chão das cavernas.
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Em geral, as estalagmites são formadas pelas gotas oriundas das estalactites.
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Por conta de seu processo de formação longo, essas estruturas armazenam informações importantes acerca do clima.
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São formadas depois da dissolução da rocha calcárea por corpos hídricos ricos em dióxido de carbono.
O que são estalactites?
As estalactites são depósitos minerais originados por gotejamento através de fendas ou furos no teto da caverna. Ao descer por essa fenda, a tensão superficial do líquido forma uma gota. Ocorre que essa gota é rica em carbonato de cálcio, pouco solúvel em água, o qual acaba precipitando no entorno dessa gota.
Com o tempo, a gota se torna grande o suficiente para cair. Contudo, o depósito de carbonato de cálcio permanece aderido à rocha. O processo então se repete, surgindo a estalactite. A palavra estalactite deriva do grego stalassein, que pode ser traduzida como “pingar”.
A forma mais comum de estalactite é a tubular, popularmente conhecida como “canudo de refrigerante” ou “canudo de soda”, que consiste em um tubo translúcido e central envolto por carbonato de cálcio. Nessa variação, o diâmetro é constante ao longo do eixo, sendo de 5 a 10 mm na parte externa e de 2 a 6 mm no tubo interno.
![Formação de estalactite tubular, conhecida como “canudo de refrigerante”.](https://s4.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/06/estalactite-tubular.jpg)
Já a estalactite cônica comumente se afunila para baixo, podendo ter dezenas de centímetros de largura e um comprimento que pode chegar na escala de metros. O crescimento desse tipo de estalactite ocorre tanto na vertical quanto na lateral.
![Estalactites na forma de cone.](https://s5.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/06/estalactites-cone.jpg)
O que são estalagmites?
As gotas que caem do teto da caverna podem ainda conter uma parte de sal. Com a evaporação da água, o sal se mantém e forma uma estrutura semelhante à da estalactite, porém que cresce de baixo para cima. Aliás, é comum que as estalagmites sejam alimentadas por uma estalactite que está logo acima. Em geral, apresentam um topo chato, esférico ou levemente oco, mas sem um canal central.
![Estalagmite](https://s3.static.brasilescola.uol.com.br/be/2022/06/estalagmite.jpg)
Pode ocorrer de a estalagmite encontrar a estalactite logo acima, havendo uma coalescência. Nesse caso, há a formação de uma coluna.
As estalagmites, mais do que as estalactites, ajudam a entender o nosso clima ao longo dos anos de nosso planeta. Isso porque, como se formam por meio da água e durante milhares de anos, essas formações armazenam, em suas camadas, informações sobre as chuvas que as formaram. Dessa forma, é possível haver diferença em sua morfologia, mineralogia (de acordo com a disponibilidade de água), temperatura, concentração de CO2 no solo, entre outros aspectos, fazendo com que estalactites e estalagmites sejam bons indicadores hidrológicos e climáticos.
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Como se formam as estalactites e estalagmites?
Estalactites e estalagmites pertencem a um grupo de formação rochosa chamada de espeleotema, verbete que deriva das palavras gregas spelaion (caverna) e thema (depósito). Ambas as formações são compostas de calcita, a forma mineral do carbonato de cálcio (CaCO3) mais estável em temperatura e pressão ambientes.
Há também a possibilidade de que esses espeleotemas sejam formados a partir da aragonita, a forma menos estável de CaCO3 nas condições ambientes. Estima-se que a formação de aragonita em cavernas seja mais propensa quando há maior proporção Mg/Ca na água, bem como maior pH.
É esperado que tanto a estalactite quanto a estalagmite possuam a mesma composição mineralógica. Porém, não é raro ver estalactites de calcita alimentando estalagmites de aragonita.
O processo de formação se inicia quando volumes de água ricos em dióxido de carbono (CO2) se infiltram em rochas calcáreas, havendo dissolução do minério CaCO3 e, assim, a formação dos íons Ca2+ e HCO3-.
Para haver precipitação de carbonato de cálcio nas cavernas, se faz necessário que a solução alcance a supersaturação (quando a quantidade de soluto dissolvido é maior do que o permitido termodinamicamente). Para que tal supersaturação seja alcançada, ocorre o mecanismo de desgaseificação de dióxido de carbono, caracterizado pela perda desse gás para a atmosfera da caverna. Assim, a precipitação da calcita (ou aragonita) pode ser descrita pela seguinte reação:
Ca2+ + 2 HCO3- ⇌ CaCO3 + CO2 + H2O
Ao se avaliar o equilíbrio, percebe-se que a desgaseificação (diminuição de CO2) desloca o equilíbrio para a direita, aumentando a formação do CaCO3.
Por Stéfano Araújo Novais
Professor de Química