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Todos os seres vivos são formados por células, estruturas consideradas as menores unidades morfológicas e funcionais dos organismos. Alguns seres apresentam apenas uma célula, sendo chamados de unicelulares; outros, no entanto, apresentam vários conjuntos dessas estruturas, sendo considerados multicelulares. Nos organismos multicelulares, as células com características semelhantes e que exercem a mesma função geral formam os tecidos. A parte da Biologia que estuda a função dos tecidos e suas interações recebe o nome de Histologia.
O termo histologia começou a ser utilizado em 1819 por Mayer, que o criou baseando-se na palavra tecido, do grego histos, proposta anos antes pelo francês Xavier Bichat. Esse último pesquisador denominou de tecido as estruturas macroscópicas encontradas no corpo que apresentavam diferentes texturas. Segundo Bichat, tínhamos no corpo 21 tipos diferentes de tecidos.
Para que o estudo da histologia fosse possível, foi necessário o uso de equipamentos que possibilitassem a visualização das estruturas microscópicas. Assim sendo, a histologia desenvolveu-se juntamente à evolução dos microscópicos. A cada melhoria nesses equipamentos, mais descobertas eram feitas.
Entre as descobertas que os histologistas realizaram graças ao desenvolvimento do microscópio podemos citar os princípios que compõem a teoria celular: as células constituem todas as formas de vida; são as unidades morfológicas e funcionais dos organismos; e originam-se de outras preexistentes.
Além do uso de microscópio, o desenvolvimento da histologia esteve diretamente relacionado com o desenvolvimento de técnicas que permitiram o preparo de tecidos mortos e in vivo. Atualmente, o método mais utilizado é a preparação de lâminas histológicas permanentes, que são utilizadas para a análise em microscópios ópticos.
Para a preparação de lâminas histológicas, o histologista deve seguir os seguintes passos: coleta, fixação, processamento, desidratação, diafanização, impregnação, microtomia, colagem do corte à lâmina, coloração e montagem. Para a coleta de amostra, o histologista poderá realizar uma biópsia, uma cirurgia ampla ou a necrópsia. Feita a coleta, deve-se fixar o material utilizando-se calor, frio ou produtos químicos chamados de fixadores, tais como o formol e o aldeído glutárico.
Após a fixação, o material é processado, ou seja, passa por técnicas que permitem que ele fique coeso o suficiente para garantir cortes. Para isso, são utilizados materiais de inclusão, como a parafina. Dependendo do produto a ser utilizado para a inclusão, o tecido deve ser desidratado, ou seja, a água deve ser retirada. Após essa etapa, faz-se necessária a realização do processo de diafanização, que clarifica o material, tornando-o translúcido. No processo de impregnação, o material deve ser submetido a técnicas que garantam a total inclusão dos agentes de impregnação, tais como a parafina e o polietileno glicol. No final da impregnação, obtém-se um bloco com tecido no seu interior, que é cortado com o uso do micrótomo em um processo chamado de microtomia.
O material cortado é então colocado na lâmina para a colagem e passa por técnicas de coloração, que variam de acordo com o tecido a ser verificado e com a estrutura que se pretende observar. Por fim, temos a montagem da lâmina, que consiste na retirada da água e na colocação do meio de montagem e da lamínula para selar o corte.
Com a preparação dessas lâminas, garantiu-se uma grande evolução no estudo da histologia, além de permitir que o material ficasse em perfeito estado por muito mais tempo. A vantagem do maior prazo de conservação é que estruturas podem ser analisadas por vários pesquisadores em diferentes momentos sem que haja perda do material.
Atualmente, pode-se classificar os tecidos dos seres humanos em quatro diferentes grupos utilizando como critério suas diferenças morfológicas e suas funções no organismo. Esses tecidos são: tecido epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.
O tecido epitelial possui células justapostas com pouco material intercelular. O tecido conjuntivo, por sua vez, apresenta grande quantidade de substância intercelular. Já o tecido muscular caracteriza-se pelo sua capacidade de contração. O tecido nervoso, por sua vez, possui a capacidade de transmitir impulsos nervosos.
Além da divisão desses quatro grupos, podemos classificá-los em outros subtipos, tais como:
Tecido epitelial de revestimento;
Tecido epitelial glandular.
Tecido conjuntivo propriamente dito;
Tecido hematopoético.
Tecido muscular estriado esquelético;
Tecido muscular estriado cardíaco;
Tecido muscular não estriado.
Confira os textos dispostos mais abaixo para conhecer mais a respeito dos tecidos humanos e de sua importância para o funcionamento do nosso corpo. Além disso, aproveite para ficar informado sobre as principais novidades na área da Histologia Animal.
Bons estudos!!!
Por Ma. Vanessa dos Santos