Aproximadamente após a década de 60, o ritmo de vida da mulher mudou de configuração por estabelecer prioridades além do casamento e da maternidade. Graduações e pós-graduações, introdução em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e o advento de métodos contraceptivos, como as pílulas, permitiram com que atualmente se tenha a opção de decidir o melhor momento de se gerar um filho, inclusive após os 35 anos.
Juntamente com todas essas mudanças, a medicina e as pesquisas progrediram bastante, permitindo que este desejo de ser mãe fosse viável para aquelas que, há algumas décadas, deveriam desistir do sonho: dados do IBGE revelam que o número de mães acima de 40 anos no país cresceu 27% entre 1991 e 2000.
Mas por que este risco, atribuído a gravidezes mais tardias?
Uma das dificuldades de se ter filhos na faixa dos 35 anos consiste, principalmente, na própria concepção, visto que nem todos os óvulos são viáveis e nem todo mês, necessariamente, há a ovulação. Geralmente nessa idade, a probabilidade de todos os óvulos terem certa qualidade diminui, podendo gerar malformações, como a síndrome de Down. Além disso, problemas ginecológicos como cistos, miomas, infecções e endometriose contribuem para essa maior dificuldade.
Entretanto, essas alterações também estão ligadas ao modo de vida da mulher e seu estado de saúde. Mulheres saudáveis são menos suscetíveis a esse tipo de complicação, independentemente da idade.
Uma dica é visitar um médico especializado competente antes da concepção para que se faça exames de rotina, como hemogramas e exames de urina. A suplementação com ácido fólico três meses antes desta é recomendada, visto que reduz o risco de má formação do sistema nervoso central da criança. Visitas ao ginecologista e ultrassom periódicos para acompanhar o progresso da gestação são bastante importantes, também.
Assim, mantendo um bom estado de saúde – tanto físico quanto emocional - e acompanhamento médico aumentam bastante a chance de se obter sucesso nesta empreitada.
Além dos métodos, digamos, naturais para concepção, tratamentos para infertilidade são bastante procurados graças a estes avanços na área.
Por último, vale lembrar que uma criança altera – e muito – a rotina. Mulheres que trabalham muito devem se reorganizar em prol de sua saúde e de seus bebês.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)