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Germinação é o nome dado ao início ou retomada do crescimento de estruturas como um esporo, semente ou gema. Neste texto, nosso enfoque será a germinação das sementes, com ênfase nas angiospermas. Quando falamos em germinação de sementes, nos referimos à retomada no crescimento do embrião, que leva ao desenvolvimento de uma nova planta.
Para que a germinação aconteça, no entanto, a semente dependerá de alguns fatores ambientais, como temperatura e água. Vale salientar que algumas sementes, mesmo em condições adequadas, não germinam, um processo conhecido como dormência.
Leia também: Dispersores de sementes — organismos que ajudam na distribuição espacial de uma espécie vegetal
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre germinação
- 2 - O que é semente?
- 3 - Germinação da semente
- 4 - Fatores que influenciam a germinação da semente
- 5 - É possível que a germinação não aconteça?
Resumo sobre germinação
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Uma semente é formada pelo embrião, uma substância de reserva e o envoltório.
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A germinação de uma semente consiste na retomada do crescimento do eixo embrionário.
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A raiz é a primeira estrutura a emergir no processo de germinação.
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A germinação da semente pode ser epígea ou hipógea.
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Fatores como presença de água, oxigênio e temperatura são importantes para a germinação de uma semente.
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A dormência é um processo que garante que as plantas germinem apenas em períodos apropriados para o seu desenvolvimento.
O que é semente?
Antes de entendermos como ocorre a germinação da semente, precisamos compreender melhor essa estrutura. As sementes são formadas em gimnospermas e em angiospermas e são essenciais para o sucesso reprodutivo desses grupos vegetais.
Uma semente é formada pela maturação do óvulo após sua fecundação e é constituída basicamente pelo embrião, uma substância de reserva e o envoltório, o qual se desenvolve a partir do tegumento do óvulo e provê proteção ao embrião.
Para entender a estrutura de uma semente, consideraremos a semente do feijão, uma angiosperma do grupo das eudicotiledôneas. Nesse tipo de semente, o embrião é constituído por uma estrutura alongada ligada a cotilédones (primeiras folhas da planta) evidentes. Denomina-se hipocótilo a região abaixo do local de inserção dos cotilédones.
O hipocótilo termina na região da raiz embrionária, também conhecida como radícula. A região acima do local de inserção dos cotilédones é denominada epicótilo. No sistema caulinar embrionário, denomina-se plúmula a primeira gema.
Quando analisamos a semente de uma monocotiledônea, como o milho, verificamos a presença de apenas um cotilédone. Em gramíneas, o cotilédone é chamado de escutelo. O embrião dessas plantas é envolto por duas bainhas protetoras.
Uma bainha recobre o caule jovem e é denominada coleóptilo, enquanto a outra recobre a raiz e é chamada de coleorriza. Tanto a coleorriza quanto o coleóptilo apresentam papel fundamental na penetração da planta no solo durante o processo de germinação.
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Videoaula sobre semente
Germinação da semente
A germinação de uma semente consiste na retomada do crescimento do eixo embrionário. Quando uma semente germina, a primeira estrutura que emerge, geralmente, é a raiz. A raiz é fundamental para fixar a planta no substrato e garantir a absorção de água. Raízes são classificadas em:
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raiz primária ou pivotante, a primeira que emerge da semente;
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raízes laterais ou ramificações, aquelas que surgem à medida que a raiz primária se desenvolve.
Esse processo leva à formação de um sistema ramificado de raízes. Em espécies monocotiledôneas, comumente, a raiz principal apresenta vida curta, sendo o sistema de raízes da planta adulta formado por raízes advetícias.
No que se refere às angiospermas, a germinação da semente pode ser epígea ou hipógea, uma classificação que leva em conta a forma como o sistema caulinar emergirá da semente durante o processo de germinação.
Em plantas como o feijão, o hipocótilo se alonga e se torna encurvado, formado uma espécie de gancho. Quando o gancho alcança a superfície do solo, ele se estica, puxando os cotilédones e a plúmula para cima do solo. Esse tipo de germinação é chamada de epígea.
Em plantas como a ervilha, o gancho não é formado pelo hipocótilo. Nessa situação, o epicótilo é responsável pelo alongamento e formação do gancho. Quando ele se desdobra, a plúmula se projeta para a superfície, e os cotilédones permanecem no solo. Esse tipo de germinação é chamada de hipógea.
Em algumas monocotiledôneas, como o milho, que apresentam um embrião muito diferenciado, a estratégia difere-se das anteriormente descritas. Nesse caso, o coleóptilo abre o caminho pelo solo até atingir a superfície, e as primeiras folhas da plúmula emergem por uma abertura em sua extremidade.
Veja também: Flor — uma estrutura exclusiva das angiospermas
Fatores que influenciam a germinação da semente
Para que a germinação de uma semente aconteça, alguns fatores externos deverão ser favoráveis.
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Água
Durante o estágio de maturação da semente, ocorre um processo de desidratação. O conteúdo de água em sementes pode chegar a cerca de 5 % a 15 % de sua massa. Devido a isso, a maioria das sementes maduras é extremamente seca e necessita de água para que a germinação aconteça.
Absorver água (embebição) é fundamental para que atividades metabólicas ocorram no interior da semente. A ativação das enzimas é essencial para que as reservas nutritivas presentes na semente possam ser utilizadas. Vale salientar que à medida que a semente absorve água, ela aumenta de tamanho, e ocorre uma grande pressão em seu interior, sendo esse processo importante para a ruptura da casca.
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Oxigênio
Outro fator importante para a germinação trata-se do oxigênio. Ele é importante para processos de quebra de glicose. Em solos pantanosos, por exemplo, a baixa oxigenação pode impedir a germinação da semente.
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Temperatura
No que diz respeito à temperatura, cada planta possui sua média ideal, não germinando em temperaturas abaixo ou acima da faixa ótima que possuem (normalmente entre 20 °C e 30 °C).
Saiba mais: Tecidos vegetais — os tecidos que formam o corpo das plantas
É possível que a germinação não aconteça?
Algumas sementes, mesmo na presença de condições ambientais adequadas, não germinam. Essas sementes são chamadas de dormentes, por estarem um processo de latência, e esse mecanismo é essencial para a sobrevivência da planta, evitando a germinação em uma época ou em um local desvantajoso.
Para que a latência seja interrompida, essas sementes necessitam de estímulos específicos. Algumas, por exemplo, só quebram sua dormência após passaram pelo trato digestório de algum animal. Isso garante que elas se desenvolvam longe da planta-mãe.
As sementes de plantas do deserto germinam apenas em meio a grande quantidade de chuva, a qual é necessária para que inibidores presentes em seu derredor sejam removidos. Isso evita que a semente germine após uma quantidade pequena de chuva, a qual poderia não ser suficiente para garantir o desenvolvimento da nova planta.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia