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A importância da vitamina D para a saúde dos ossos é bem conhecida por todos, mas você sabia que ela também atua em outras áreas do nosso organismo? Sim, esse nutriente está envolvido em várias funções, sendo essencial manter os seus níveis adequados no corpo.
Baixa exposição à radiação solar e má absorção podem desencadear deficiência de vitamina D. Esse problema pode ser resolvido com suplementação, que deve ser feita apenas com recomendação médica. Níveis exagerados podem causar problemas renais, por exemplo.
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Tópicos deste artigo
Qual é a importância da vitamina D?
A vitamina D apresenta uma série de funções importantes no nosso organismo, sendo a principal delas seu papel no metabolismo do cálcio e na formação óssea. Essa vitamina garante, por exemplo, que nosso intestino absorva uma maior quantidade de cálcio e que nossos rins aumentem a reabsorção desse mineral, proporcionando, dessa forma, ossos mais fortes.
Em situações de deficiência de vitamina D, podemos ter o acometimento do nosso sistema esquelético. A falta dessa vitamina pode provocar raquitismo em crianças, bem como osteomalacia em adultos, dois defeitos de mineralização óssea. No raquitismo, a criança apresenta retardo no crescimento e deformidades esqueléticas; na osteomalácia, o adulto possui uma baixa densidade mineral óssea.
As ações da vitamina D, no entanto, vão além do metabolismo do cálcio. Veja a seguir algumas das funções que podem ser atribuídas a essa vitamina:
- Atuação no sistema imunológico – essa vitamina parece atuar na regulação e diferenciação de células de defesa, como os linfócitos.
- Redução do risco do desenvolvimento de alguns tipos de neoplasias, uma vez que atua no processo de diferenciação celular e inibe a proliferação.
- Atuação no controle da pressão arterial e da função cardíaca.
- Estímulo à secreção de insulina, garantindo, desse modo, um controle da glicemia. Estudos sugerem que essa vitamina possa trazer benefícios no tratamento e prevenção da diabetes mellitus.
- Prevenção de doenças autoimunes, sendo também possível utilizá-la no tratamento desses problemas de saúde.
Recentemente a vitamina D foi apontada como um importante aliado na prevenção contra a COVID-19, entretanto nenhum estudo comprovou o benefício do uso dessa vitamina para prevenção ou tratamento.
De acordo com a nota de esclarecimento da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO), “não existe, até o presente momento, nenhuma indicação aprovada para prescrição de suplementação de vitamina D visando efeitos além da saúde óssea”. É importante destacar também que a suplementação incorreta pode causar danos ao organismo, como veremos mais adiante.
Fontes de vitamina D
Diferentemente das outras vitaminas conhecidas, a vitamina D não é adquirida principalmente pela alimentação. A principal fonte desse nutriente é a síntese na pele, a qual depende da radiação ultravioleta B. Essa radiação atinge nossa pele e transforma o 7-dehidrocolesterol (precursor cutâneo da vitamina D) em pré-vitamina D3 e, posteriormente, em vitamina D3. Esta entra na corrente sanguínea e segue em direção ao fígado e rim, onde sofre mudanças que a tornam ativa.
Quando falamos de alimentação, as fontes de vitamina D são limitadas. Ela pode ser encontrada em peixes gordurosos, ovos e produtos lácteos. Vale destacar que a dieta é responsável por apenas 20% das nossas necessidades dessa vitamina. Por ter grande parte da sua produção dependente da radiação solar, ela ficou conhecida como “vitamina do sol”.
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Níveis ideais de vitamina D
Muito se discute a respeito da quantidade ideal de vitamina D que deve estar presente em nosso corpo. Segundo a publicação “Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia”, o valor desejável para a população saudável até 60 anos é acima de 20 ng/mL.
Algumas pessoas enfrentam deficiência dessa vitamina, o que pode ser causado por diversos fatores. A exposição solar insuficiente é um deles, principalmente em idosos e pessoas com doenças que dificultam a sua locomoção, uma vez que se expõem menos ao sol. Além disso, problemas relacionados à má absorção, uso de determinados medicamentos, como anticonvulsionantes, obesidade e maior pigmentação da pele também são fatores que favorecem uma menor absorção de vitamina D.
Em caso de deficiência, o médico avaliará a real necessidade de suplementação. É importante frisar que suplementação feita de maneira inadequada pode provocar danos ao organismo. Apesar de ser benéfica, em excesso essa vitamina pode provocar intoxicação. Uma das consequências dos altos níveis de vitamina D é a chamada hipercalcemia, que pode provocar até mesmo perda da função renal. Além disso, também pode ocorrer perda óssea, pois essa vitamina favorece a atividade dos osteoclastos, que atuam na remodelação dos ossos.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia