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“Para mim, o ato de escrever é muito difícil e penoso, tenho sempre de corrigir e reescrever várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que escrevi 1.100 páginas datilografadas para fazer um romance, no qual aproveitei pouco mais de 300.”
A frase que você leu acima é de autoria de Fernando Sabino, um dos melhores cronistas da literatura brasileira. Nela, Sabino deixa explícita toda a sua dificuldade para escrever e, se foi difícil para ele, que se destacou como exímio escritor e jornalista, imagine para nós, meros mortais! As palavras do escritor soam quase como um alento para quem também sofre diante de uma folha em branco e mostram que é possível sim, com algum treino e dedicação, ter êxito no universo das palavras.
Falar é fácil, difícil mesmo é escrever, não é verdade? Se na oralidade conseguimos nos comunicar de maneira eficiente, por que será que quando o assunto é organizar as ideias no papel tudo fica mais difícil? Isso acontece porque escrever demanda habilidades linguísticas diferentes, isto é, conhecimento sobre sintaxe, organização textual, técnicas de redação, entre outros elementos que possibilitam que a mensagem seja emitida de maneira satisfatória. Conhecer esses elementos é indispensável para quem quer escrever mais e melhor, bem como livrar-se da influência da comunicação oral (muitas pessoas transferem para o papel vícios de linguagem próprios da oralidade) e da falta de familiaridade com a escrita.
Escrever é um desafio, e ficar longe de ambiguidades, redundâncias, clichês, erros de sintaxe e de pontuação (apenas para citar alguns) deve ser prioridade. Erros assim podem ser eliminados se você adquirir alguns hábitos simples, mas supereficientes. Quer saber quais são? Confira as dicas de redação que o Brasil Escola elaborou para você e boa leitura!
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Dicas para melhorar a redação
1. Eleja seu livro favorito: Pode ser qualquer um, desde que ele esteja sempre à mão. Já ouviu falar no livro de cabeceira, aquele que fica ali pertinho da cama para você folhear nos momentos de descanso? Pois é, nós queremos que você tenha esse hábito e que, pelo menos uma vez por dia, passeie por suas páginas. Parece simples, mas ler todos os dias, ainda que poucas páginas, pode melhorar o vocabulário e contribuir para uma melhor compreensão do funcionamento da língua;
2. Sempre que possível, escreva: Crie oportunidades para treinar a escrita, mesmo que seja por meio de e-mails, bilhetes, lembretes de geladeira, recadinhos etc. Claro que a comunicação oral é importante, mas sempre que houver a oportunidade, pegue um papel (pode ser no computador, no tablet, no smartphone...) e treine a escrita. Você vai observar que existem inúmeras situações em nosso cotidiano que permitem esse exercício. Dê preferência para a escrita à mão, pois já foi comprovado cientificamente que escrever à mão treina as redes neuronais do cérebro, facilita o aprendizado de novos idiomas, entre outros benefícios;
3. Quando for escrever, não se esqueça do leitor: Este é um erro que muitas pessoas cometem: escrever sem pensar na inteligibilidade da mensagem. Os textos escritos não dispõem dos mesmos recursos dos textos orais (entonação, pausas etc.), recursos esses que facilitam a compreensão da mensagem. Por isso, todo cuidado é pouco e, antes de enviar um e-mail, por exemplo, faça o exercício simples de revisá-lo, um pequeno hábito que poderá eliminar ambiguidades e erros ortográficos e sintáticos que geralmente comprometem a clareza textual. Lembre-se sempre: a pressa é inimiga da perfeição;
4. Sempre tenha um tempinho para aprender o que você não sabe: Enquanto escrevemos, é normal que surjam algumas dúvidas, e se você quer mesmo aprender a escrever melhor, é indispensável que vá atrás das respostas, seja consultando um dicionário, seja pesquisando na internet – o que não vale é fazer de conta que está tudo bem e assumir o risco de errar. Não há nada que não possa ser aprendido ou aperfeiçoado, basta um pouquinho de paciência e dedicação. Deixe a preguiça de lado e investigue, questione, não permita que uma dúvida linguística fique sem resposta, muito menos que um erro transforme-se em hábito;
5. Evite usar o corretor ortográfico: Algumas pessoas não conseguem mais escrever sem utilizar esse artifício. Nós sabemos que o corretor é muito útil, mas será que você confere as dicas sugeridas por ele ou apenas acata a correção? Outra coisa: quantas vezes o corretor ortográfico já o induziu ao erro? Você já percebeu que nem sempre ele apresenta sugestões adequadas para o seu texto? Isso acontece porque essa é uma ferramenta que nem sempre é capaz de compreender nossas ideias e estilo de escrita, e o que deveria ajudar pode transformar-se em um verdadeiro inimigo. Faça o teste, experimente, em vez de habilitar o corretor, habilite-se a consultar um dicionário ou uma gramática. Com o tempo, você perceberá que pode aprender muito mais assim.
Por Luana Castro
Graduada em Letras