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Triste fim de Policarpo Quaresma é o romance mais conhecido de Lima Barreto. Essa obra narra a história do major Quaresma, um homem cujo patriotismo exagerado só lhe causa problemas. Ele tem a ideia de tornar o tupi-guarani a língua oficial do Brasil e se dedica à agricultura nacional, mas é vencido pelas formigas saúvas.
O protagonista, um dos mais conhecidos personagens do Pré-Modernismo, encontra seu triste fim quando decide apoiar o ditador Floriano Peixoto durante a Revolta da Armada. Nesse seu último ato patriótico, ele se vê obrigado a encarar a realidade do país e abandonar a visão romântica que o acompanhou por tanto tempo.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo da obra Triste fim de Policarpo Quaresma
- 2 - Videoaula com a análise de Triste fim de Policarpo Quaresma
- 3 - Análise da obra Triste fim de Policarpo Quaresma
- 4 - Lima Barreto
- 5 - Filme sobre Triste fim de Policarpo Quaresma
- 6 - Contexto histórico de Triste fim de Policarpo Quaresma
Resumo da obra Triste fim de Policarpo Quaresma
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Triste fim de Policarpo Quaresma é um romance pré-modernista de Lima Barreto.
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A obra ironiza o Romantismo, representado pelo excêntrico protagonista do livro.
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A narrativa se passa no Rio de Janeiro, nos primeiros anos da República.
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O livro evidencia os costumes e os elementos políticos da época.
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Suas principais características são: nacionalismo crítico e antirromantismo.
Videoaula com a análise de Triste fim de Policarpo Quaresma
Análise da obra Triste fim de Policarpo Quaresma
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Personagens da obra Triste fim de Policarpo Quaresma
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Adelaide: irmã do major Quaresma.
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Albernaz: general.
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Anastácio: empregado/agregado de Policarpo.
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Antonino Dutra: tenente e escrivão.
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Armando Borges: noivo de Olga.
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Campos: presidente da Câmara.
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Cavalcanti: noivo de Ismênia.
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Doutor Rocha: bacharel em Direito.
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Felizardo: empregado de Quaresma.
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Floriano Peixoto: presidente da república.
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Genelício: escriturário e namorado de Quinota.
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Ismênia: filha de Albernaz.
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Lalá, Quinota e Zizi: irmãs de Ismênia.
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Maricota: esposa de Albernaz.
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Olga: afilhada de Quaresma.
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Policarpo Quaresma: protagonista.
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Ricardo Coração dos Outros: poeta cantador de modinhas.
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Vicente Coleoni: compadre de Policarpo.
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Tempo da obra Triste fim de Policarpo Quaresma
A narrativa se passa nos primeiros anos após a Proclamação da República, isto é, durante o governo do marechal Floriano Peixoto, entre 1891 e 1894.
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Espaço da obra Triste fim de Policarpo Quaresma
A ação ocorre no Rio de Janeiro. Quaresma mora em uma casa no bairro de São Cristóvão. Mais tarde, ele fica internado no hospício da Praia das Saudades. Em seguida, vai morar no sítio do Sossego, “a duas horas do Rio”, em Curuzu.
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Enredo da obra Triste fim de Policarpo Quaresma
O major Quaresma trabalha como subsecretário no Arsenal de Guerra. Extremamente patriota, ele defende a grandeza de sua terra em relação a terras estrangeiras. Seu patriotismo lhe rende o apelido de Ubirajara. O protagonista “estudou a pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política”.
Ricardo Coração dos Outros tenta ensinar Quaresma a tocar violão, já que o major “estivera muito tempo a meditar qual seria a expressão poético-musical característica da alma nacional” e “adquiriu certeza de que era a modinha acompanhada pelo violão”. Além disso, Policarpo vai em busca de um velho poeta, “teimoso cultivador dos contos e canções populares do Brasil”.
O personagem, então, passa a estudar os costumes tupinambás. Assim, ao receber o compadre e a filha em casa, “desandou a chorar, a berrar, a arrancar os cabelos, como se tivesse perdido a mulher ou um filho”. As visitas ficam estupefatas, até que Quaresma lhes explica que apertar a mão não é “nosso”.
Segundo ele, “nosso cumprimento é chorar quando encontramos os amigos, era assim que faziam os tupinambás”. Por isso, o compadre Vicente e a irmã de Quaresma, dona Adelaide, chegam até a duvidar da sanidade do homem. E, em outra ocasião, o major, que já é motivo de riso na repartição, vira alvo de chacota geral, inclusive de jornalistas, quando envia um requerimento à Câmara.
Nele, Policarpo, “usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro”. Ademais, fica tão dedicado ao estudo do tupi que acaba escrevendo um ofício nessa língua, o qual, ao chegar ao ministério, causa muita confusão.
O diretor do arsenal chama Quaresma a seu gabinete e, colérico, suspende o major. Mais tarde, considerado louco, Policarpo é internado em um hospício, onde fica durante seis meses. Aposentado, compra um sítio, que ele chama de Sossego. Ali, ele se entrega a uma nova paixão nacionalista, o sonho agrícola, “não por ambição de fazer fortuna, mas por haver nisso mais uma demonstração das excelências do Brasil”.
Em sua nova casa, ele recebe a visita de Ricardo e da recém-casada Olga, que, durante um passeio pelas redondezas, fica impressionada com “a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre”, pois “tinha dos roceiros ideia de que eram felizes, saudáveis e alegres”.
O major, então, se vê em uma guerra inútil contra as saúvas. Para complicar, ele passa a sofrer perseguição política. Por fim, decide abandonar o Sossego e voltar à capital para apoiar o presidente Floriano Peixoto (1839–1895), durante a Revolta da Armada. Assim, o protagonista se voluntaria para lutar ao lado do marechal, mas Coração dos Outros é forçado a servir.
Em uma conversa com Floriano Peixoto, o presidente chama Quaresma de visionário. Entretanto, com o decorrer do conflito armado, o major percebe a incoerência de tudo aquilo. Seu triste fim então se aproxima, quando ele é preso por protestar contra o tratamento dado aos prisioneiros.
Antes de seu fim, porém, Quaresma se entrega à desilusão, percebendo que todo o seu patriotismo o levou à infelicidade, já que “sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções” e a “pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete”.
Ricardo Coração dos Outros se empenha para conseguir evitar o triste fim de Policarpo Quaresma. Olga também busca ajudar, ao tentar ser recebida pelo marechal Floriano Peixoto, mas só consegue falar com um “secretário ou ajudante de ordens”, que chama Quaresma de traidor.
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Narrador da obra Triste fim de Policarpo Quaresma
A narrativa conta com um narrador onisciente, capaz de conhecer os mais profundos sentimentos e pensamentos dos personagens. Além disso, ele é opinativo, pois analisa os fatos e faz julgamentos a respeito deles.
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Características da obra Triste fim de Policarpo Quaresma
O romance, publicado em 1915, é dividido em três partes. Cada uma delas possui cinco capítulos. Além de narrar a história do protagonista, ele também relata fatos da vida daqueles que o cercam (como sua afilhada Olga), mostra características do subúrbio e discute questões políticas da época.
Esse romance está inserido no Pré-Modernismo, período literário iniciado em 1902 e finalizado em 1922. Os livros dessa época apresentam nacionalismo crítico, ausência de idealização e crítica sociopolítica. De caráter realista, eles trazem uma visão antirromântica da realidade, como comprova a trajetória do major Quaresma.
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Lima Barreto
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881, na cidade do Rio de Janeiro. Ficou órfão de mãe aos seis anos de idade, quando passou a ser criado somente pelo pai, um tipógrafo. No entanto, devido à influência do padrinho rico, conseguiu estudar no Liceu Popular Niteroiense e no Colégio Pedro II.
Em 1897, começou a estudar engenharia, mas não concluiu o curso. Depois, em 1903, ingressou no serviço público. Mais tarde, em 1909, publicou seu primeiro romance — Recordações do escrivão Isaías Caminha —, que fala sobre preconceito racial. Porém, o escritor se tornou alcoólatra, foi internado em hospício por mais de uma vez e faleceu em 1º de novembro de 1922, no Rio de Janeiro. Para saber mais sobre o autor, leia: Lima Barreto.
Filme sobre Triste fim de Policarpo Quaresma
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Título: Policarpo Quaresma: herói do Brasil.
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Roteiro adaptado: Alcione Araújo (1945–2012).
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Direção: Paulo Thiago (1945–2021).
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Ator principal: Paulo José (1937–2021).
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Gênero: comédia.
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Ano: 1998.
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País: Brasil.
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Categoria: longa-metragem, 123 min.
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Prêmios:
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Prêmio Estação Botafogo de Cinema Brasileiro.
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Melhor filme, pelo júri popular, no Festival de Cinema e Vídeo.
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Melhor ator, para Paulo José, no Festival de Cinema e Vídeo.
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Melhor direção, para Paulo Thiago, no Festival de Cinema Latino-Americano.
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Contexto histórico de Triste fim de Policarpo Quaresma
Em 1889, a monarquia chegou ao fim para dar lugar ao regime republicano. A partir daí, iniciou-se um processo de reforma dos centros urbanos das grandes cidades, com o objetivo de substituir a arquitetura portuguesa por um espaço moderno. No Rio de Janeiro, tais reformas ficaram conhecidas como “bota-abaixo”, tendo início em 1902.
Em função disso, houve a extinção dos cortiços, de onde os pobres moradores se deslocaram para espaços que, mais tarde, foram chamados de favelas. Muitos de seus habitantes eram escravos libertos no ano de 1888 e seus descendentes. Mas a pobreza não estava restrita ao Sudeste. No Nordeste do país, a seca contribuía para o aumento da miséria.
Em contrapartida, o café fazia a riqueza dos fazendeiros de São Paulo, que detinham também poder político durante o período histórico conhecido como República Velha, que durou de 1889 a 1930. Desse modo, o Brasil apresentava evidentes problemas sociais e inevitáveis conflitos políticos.
Durante os primeiros anos de governo republicano, ocorreu, no Rio de Janeiro, a Revolta da Armada, entre 1891 e 1894. Esse movimento foi promovido por integrantes da Marinha que pretendiam depor o presidente Floriano Peixoto. Porém, eles não obtiveram apoio popular e nem do Exército, de forma que o movimento foi duramente contido.
Créditos da imagem
[1] Editora L&PM (reprodução)
Por Warley Souza
Professor de Literatura