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Primavera dos Povos é como ficou conhecido o período de 1848 em que diversas pessoas, em variados países e por distintos motivos, se revoltaram na Europa. Por serem numerosos e simultâneos, os movimentos foram chamados de “primavera”, porque foi como se muitas flores desabrochassem ao mesmo tempo, tal qual a estação.
Tudo isso se deu logo após as Guerras Napoleônicas e o Congresso de Viena, que tentou impedir novas revoluções, como a Francesa, contra as monarquias. Esse objetivo não foi alcançado, pois as pessoas se rebelaram justamente contra o Antigo Regime. O período foi também o mesmo da publicação do Manifesto Comunista, de Marx e Engels. Como consequência, apesar de derrotada, a Primavera dos Povos garantiu uma série de direitos em vários países.
Leia também: Comuna de Paris — a primeira experiência de governo popular na história
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a Primavera dos Povos
- 2 - Videoaula sobre a Primavera dos Povos
- 3 - O que foi a Primavera dos Povos?
- 4 - Contexto histórico da Primavera dos Povos
- 5 - Quais os objetivos da Primavera dos Povos?
- 6 - Regiões mais importantes da Primavera dos Povos
- 7 - Quais as consequências da Primavera dos Povos?
- 8 - Exercícios resolvidos sobre a Primavera dos Povos
Resumo sobre a Primavera dos Povos
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Primavera dos Povos é como ficou conhecido o período marcado por grandes levantes em vários países da Europa.
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Aconteceu após as Guerras Napoleônicas e não tinha uma única ideologia.
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O objetivo principal era acabar de vez com o Antigo Regime.
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Após essa onda de rebeliões, foram estabelecidas novas instituições jurídicas.
Videoaula sobre a Primavera dos Povos
O que foi a Primavera dos Povos?
A Primavera dos Povos aconteceu no período em que a Europa toda vivia no absolutismo, ou seja, era governada por reis que tinham privilégios e poderes ilimitados. Percebendo que esse regime não era bom, várias pessoas, em múltiplos países do continente, despertaram (ou “desabrocharam”) para a possibilidade de que ele podia acabar. Assim, começaram a se manifestar contra o Antigo Regime.
Contexto histórico da Primavera dos Povos
Essas insurreições aconteceram logo depois das Guerras Napoleônicas e do Congresso de Viena, que reuniu as monarquias para se autoprotegerem contra qualquer tentativa de revolução, mas tais acordos não foram suficientes.
A memória da Revolução Francesa ainda estava muito recente. Assim, ideais liberais borbulhavam em algumas regiões. O Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, foi lançado justamente naquele ano (1848) e influenciou a muitos.
Somam-se a esse “caldeirão” revolucionário anos seguidos de crise econômica, fome, péssimas colheitas no campo e demissões nas cidades. Esses fatores combinados foram decisivos para um estopim. O povo, faminto, vislumbrava reis e rainhas com toda a sua pompa e privilégios e resolveu, então, se levantar contra eles.
Confira no nosso podcast: O que eu não posso deixar de saber sobre a Revolução Francesa?
Quais os objetivos da Primavera dos Povos?
Os objetivos principais das manifestações eram o fim do Antigo Regime (absolutismo) e melhores condições de vida para a população. Porém, lembremos que alguns países foram influenciados pelos comunistas, já outros, pelos liberais. Havia também nacionalistas. Entretanto, todos eles, comunistas, liberais ou nacionalistas, sonhavam com a derrubada das monarquias e, consequentemente, a tomada de poder aos seus moldes.
Regiões mais importantes da Primavera dos Povos
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França, onde chegaram a depor Luís Filipe.
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Áustria.
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Hungria, que, influenciada pelo nacionalismo, tornou-se independente por um breve período antes da invasão austríaca.
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Itália e Alemanha, que buscavam unificações, mas não conseguiram.
Quais as consequências da Primavera dos Povos?
As manifestações populares da Primavera dos Povos acabaram servindo à burguesia, pois consolidaram um novo regime jurídico, com o acesso a cargos públicos e o fim dos privilégios dos nobres.
A partir de então, com as ideias comunistas, também foi consolidada a luta de classes, ou seja, o conflito explícito entre burguesia e proletariado.
A França depôs um rei e instaurou uma república, mas logo sofreu um golpe de Napoleão III. As lutas pela unificação na Itália e na Alemanha continuaram. A Itália, depois de passar pelo domínio francês e austríaco, conseguiu tal feito em 1861, no chamado Risorgimento. Já a unificação alemã ocorreu em 1871, com Bismark.
Leia também: Guerra Franco-Prussiana e a unificação alemã
Exercícios resolvidos sobre a Primavera dos Povos
Questão 1
(UFRGS) O ciclo das revoluções europeias de 1848 deu origem a vários acontecimentos. Analise os itens a seguir:
I. Fim do reinado de Luís Filipe na França e início da II República.
II. Destruição do sistema conservador da restauração imposto sob a liderança de Metternich no Congresso de Viena.
III. Revoltas nas províncias brasileiras durante a época da Regência.
Quais deles contêm acontecimentos históricos que tiveram origem no citado ciclo?
a) Apenas III
b) Apenas I e II
c) Apenas I e III
d) Apenas II e III
e) I, II e III
Resolução:
Letra B
A proposição III está errada, pois as insurreições da Primavera dos Povos aconteceram na Europa, não no Brasil.
Questão 2
(UFRGS) A onda revolucionária que abalou a Europa em 1848, também conhecida como “Primavera dos Povos”, significou
a) o avanço das ideias liberais e nacionalistas, a consolidação da burguesia no poder e a entrada do proletariado industrial no cenário político.
b) a vitória das diversas correntes socialistas que fundaram, a seguir, a Comuna de Paris.
c) a expansão dos setores conservadores que restauraram o Antigo Regime na Áustria, Prússia e Rússia, afastados do poder desde o Congresso de Viena.
d) a conquista do Estado pela aliança constituída pela burguesia financeira e pelo proletariado industrial em detrimento dos setores conservadores do Antigo Regime.
e) um retrocesso que retardou, na Europa Ocidental, a ascensão do liberalismo político e do nacionalismo, ideologias características das burguesias nacionais.
Resolução:
Letra A
Como vimos, um dos saldos da Primavera dos Povos foi justamente o expresso na letra A, ou seja, em relação à burguesia, ao nacionalismo e aos proletários.
Por Mariana de Oliveira Lopes Barbosa
Professora de História