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Friedrich Engels foi um escritor, jornalista, economista, filósofo e teórico político alemão. Engels escreveu, em parceria com Marx, o Manifesto comunista, e desenvolveu o materialismo histórico dialético, também com a parceria de Karl Marx. Foi um dos grandes teóricos do comunismo do século XIX, e teve como grande motivação para o estudo e contribuição a essa área a observação da condição dos operários em uma fábrica de sua família, em Manchester.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Biografia de Friedrich Engels
- 2 - Teoria de Friedrich Engels
- 3 - Principais obras de Friedrich Engels
- 4 - Frases de Friedrich Engels
Biografia de Friedrich Engels
Engels nasceu em 1820, na cidade de Barmen, na Alemanha, filho de um rico industrial alemão. Engels iniciou o chamado curso secundário, desenvolvendo seus interesses particulares pelo estudo da filosofia, do direito e da economia, mas não o concluiu.
Ainda em Barmen, Engels começou a participar do grupo Jovens Hegelianos. O grupo havia sido fundado após a morte do célebre professor de filosofia Georg Wilhelm Friedrich Hegel, e visava produzir uma interpretação mais liberal e socialista dos escritos hegelianos.
Em 1842, aos 22 anos de idade, Engels vai para Manchester, na Inglaterra, para assumir um posto de chefia em uma das fábricas do pai. Ao entrar em contato com os trabalhadores industriais ingleses, o filósofo fica tocado pela vida extremamente precária que eles levavam. Aí se inicia o seu trabalho intelectual de oposição ao capitalismo que resultou, mais tarde, em uma profícua parceria com Karl Marx.
Em 1844, Engels retorna à Alemanha e, passando por Paris, conhece pessoalmente Marx. No fim de 1844, Marx e Engels escreveram o livro A sagrada família. Em 1845, Engels publicou A situação dos trabalhadores da Inglaterra.
Em sua ida a Manchester, Engels conhece Mary Burns, com quem teve um relacionamento estável até a morte da mulher, em 1863. Ambos eram contra o casamento, pois consideravam-no uma instituição burguesa. Após a morte de Mary, Engels iniciou um relacionamento com a irmã dela, Lydia “Lizzie” Burns, também sem um casamento civil ou religioso e que durou até 1878, ano em que ela faleceu, aos 51 anos de idade.
Teoria de Friedrich Engels
Engels era um socialista convicto. Desde seu ingresso no grupo dos Jovens Hegelianos, o filósofo estava em contato com os ideais socialistas. A sua estada em Manchester e seu trabalho nas fábricas do pai fê-lo perceber o quão grave era a situação dos trabalhadores industriais ingleses. Esse choque de realidade abriu os olhos de Engels para a necessidade de pensar-se em uma teoria social e aplicá-la a fim de reduzir as desigualdades sociais.
Junto a Marx, Engels é considerado um teórico do socialismo científico, que estabelece uma distinção de classes sociais que deve ser superada para que haja justiça social.
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Socialismo de Friedrich Engels
O socialismo criado por Marx e Engels era diferente de todas as ideias socialistas pensadas antes. A teoria desses filósofos visava transformar os ideais socialistas em uma teoria científica capaz de ser aplicada numa realidade prática. Para tanto, os pensadores criaram um método de análise social chamado de materialismo histórico dialético e estabeleceram a necessidade de uma revolução para que houvesse uma mudança efetiva na sociedade.
Marx e Engels enxergaram no sistema capitalista uma injusta apropriação do trabalho dos operários por parte dos burgueses, sendo que apenas estes enriqueciam enquanto aqueles viviam na miséria. A saída apontada pelos filósofos era uma revolução que uniria a força de todos os trabalhadores a fim de derrubar o sistema capitalista e tomar o controle dos meios de produção (as fábricas).
Após a revolta, um Estado forte e ditador seria criado e gerido pelos trabalhadores, esse Estado deveria controlar toda a antiga propriedade privada como propriedade pública, além de inviabilizar a criação da primeira. Esse Estado ditador era chamado de Estado socialista. A tendência, na visão dos autores, é que ele evoluiria para um Estado comunista perfeito, já sem a propriedade privada e sem a divisão de classes sociais.
Veja também: Anarquismo – teoria política que também tinha objetivo de eliminar o capitalismo
Principais obras de Friedrich Engels
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A sagrada família: Referindo-se aos irmãos Bauer, filósofos e teólogos que faziam parte dos Jovens Hegelianos, Marx e Engels atacaram as ideias do grupo que, na visão deles, eram antissemitas e de uma restrita visão do que era o socialismo.
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A situação dos trabalhadores na Inglaterra: O tempo que Engels passou em Manchester rendeu-lhe a escrita e publicação desse livro, dedicado a expor a precária situação dos trabalhadores industriais da Inglaterra no século XIX.
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Manifesto comunista: Escrito em parceria com Marx, esse livro é mais um panfleto político do que uma obra filosófica. O Manifesto comunista é a primeira obra dos autores e convoca a união dos trabalhadores para a derrubada do sistema capitalista por meio de uma forte revolução.
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Socialismo – utópico e científico: Essa obra foi escrita para criticar e apontar os defeitos do socialismo utópico e para promover o socialismo científico como uma evolução necessária das teorias socialistas.
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A origem da família, da propriedade privada e do Estado: Trata-se de uma obra que denuncia a hipocrisia da instituição familiar e as suas mudanças ao longo da história para satisfazer as necessidades do capitalismo. Engels vê nos valores da família tradicional uma subserviência da figura feminina e um paternalismo que servem apenas para a perpetuação do capitalismo no século XIX.
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Frases de Friedrich Engels
“O movimento proletário é o movimento autônomo da imensa maioria para o interesse da imensa maioria.”
“Segundo a concepção materialista da história, o fator determinante na história é, em última instância, a produção e a reprodução da vida real.”
“Os que no regime burguês trabalham não lucram, e os que lucram, não trabalham.”
“O desenvolvimento político, jurídico, filosófico, religioso, literário, artístico etc. repousa sobre o desenvolvimento econômico. No entanto, todos esses desenvolvimentos reagem igualmente uns sobre os outros, assim como sobre a base econômica.”
Por Francisco Porfírio
Professor de Filosofia