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Período Clássico foi o período histórico da Grécia Antiga que ocorreu entre os séculos V a.C. e IV a.C., e foi quando as cidades-estados gregas tiveram grande desenvolvimento econômico, artístico e político. Foi nesse período que a democracia atingiu seu auge, sobretudo na cidade de Atenas. O Período Clássico também foi marcado por duas guerras, as Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso.
Nas Guerras Médicas, as cidades-estados gregas lutaram com o Império Persa, que estava em expansão e pretendia conquistar o território continental grego. A guerra terminou com a vitória grega. Na Guerra do Peloponeso, lutaram as cidades da Liga de Delos, controlada por Atenas, contra as da Liga do Peloponeso, liderada por Esparta. A guerra terminou com a vitória espartana e sua hegemonia nos territórios gregos.
Anos depois, a Grécia foi conquistada pela Macedônia, em 338 a.C., com a vitória de Filipe II sobre os gregos na Batalha de Queroneia. Para alguns historiadores, foi nesse momento que o Período Clássico grego terminou. Para outros, o período só se encerrou em 323 a.C., com a morte de Alexandre, o Grande.
Leia também: Período Arcaico — o período histórico da Grécia Antiga que antecedeu o Período Clássico
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o Período Clássico
- 2 - Videoaula sobre o Período Clássico
- 3 - O que foi o Período Clássico?
- 4 - Contexto histórico do Período Clássico
- 5 - Principais conflitos do Período Clássico
- 6 - Quais são as características do Período Clássico?
- 7 - Filosofia clássica
- 8 - Exercícios resolvidos sobre o Período Clássico
Resumo sobre o Período Clássico
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Foi o período da Grécia Antiga (uma das principais civilizações da Idade Antiga) que ocorreu entre os séculos V a.C. e IV a.C.
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Foi marcado por um grande desenvolvimento artístico, político, econômico, cultural e científico nas cidades-estados gregas.
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No seu início, ocorreram as Guerras Médicas, entre as cidades-estados gregas e o Império Persa. Os gregos venceram a guerra, conseguindo manter a independência de suas cidades.
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A Guerra do Peloponeso foi outra guerra ocorrida no período. Nesse conflito se enfrentaram as cidades da Liga de Delos, comandada por Atenas, e as cidades da Liga do Peloponeso, comandada por Esparta. A guerra acabou com a vitória de Esparta.
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Durante esse período, diversas tecnologias foram desenvolvidas, como a roda d’água, o sistema de engrenagens e as treliças.
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A Acrópole de Atenas, considerada uma das maiores referências arquitetônicas da humanidade, foi construída nesse período, na época de Péricles.
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A democracia atingiu seu auge na Grécia Antiga durante esse período.
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Após a Guerra do Peloponeso, a Grécia foi conquistada pela Macedônia.
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Alexandre, o Grande construiu um vasto império, levando a cultura grega para diversas partes da Ásia, Europa e África.
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Existem duas datas apontadas pelos historiadores para o fim do período. Para alguns, ele terminou com a conquista macedônica, em 338 a.C., e, para outros, o fim se deu em 323 a.C., com a morte de Alexandre, o Grande.
Videoaula sobre o Período Clássico
O que foi o Período Clássico?
O Período Clássico da Grécia Antiga abrangeu dois séculos e é considerado o momento em que a civilização grega atingiu seu auge na economia, na política e nas artes. Alguns autores defendem que esse período se iniciou em 510 a.C., quando o último tirano foi derrubado em Atenas e a democracia foi adotada. Outros defendem que o marco inicial foram as Guerras Médicas. Grosso modo, podemos afirmar que o Período Clássico grego ocorreu nos séculos V a.C. e IV a.C.
As Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso são duas grandes guerras que marcaram essa época, conforme veremos mais adiante. Após a Guerra do Peloponeso, a Grécia foi conquistada pela Macedônia em 338 a.C., e, para alguns historiadores, foi nesse momento que o Período Clássico se encerrou. Alexandre, o Grande, filho de Filipe II, iniciou a construção de um vasto império durante o Período Clássico, conquistando o Egito, o Império Persa, a Mesopotâmia e a Índia, e levando a cultura grega para todas essas regiões. Para alguns historiadores, o Período Clássico grego se encerrou com a morte de Alexandre, em 323 a.C.
Contexto histórico do Período Clássico
O Período Clássico é considerado um momento de consolidação das pólis gregas, com grande desenvolvimento econômico, político, tecnológico, cultural e artístico. O período foi marcado por duas grandes guerras, as Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso. Na primeira, diversas cidades gregas lutaram contra o Império Persa, que tentava dominar a Grécia. Na segunda, Esparta e Atenas, antigas aliadas nas Guerras Médicas, entraram em confronto entre si, no que foi chamada de Guerra do Peloponeso.
Principais conflitos do Período Clássico
→ Guerras Médicas (499 a.C.-449 a.C.)
Também chamadas de Guerras Greco-Pérsicas, as Guerras Médicas envolveram o Império Persa e as cidades-estados da Grécia Antiga entre 499 a.C. e 449 a.C.
Ciro iniciou uma política expansionista, conquistando territórios na Mesopotâmia e no Egito. Ele morreu em 530 a.C., e seus sucessores continuaram a expansão do império. Em 500 a.C., os persas dominavam territórios da Índia, o Egito, a Ásia Menor, a Trácia e a Macedônia, estas três últimas regiões eram formadas, em sua maioria, por cidades-estados gregas.
Em 499 a.C., as cidades-estados gregas da Ásia Menor iniciaram uma revolta contra o Império Persa motivada pelo autoritarismo do governo persa e pelos altos impostos cobrados. Atenas e outras cidades gregas enviaram trirremes e tropas para auxiliar os rebelados. A revolta durou até 493 a.C. e terminou com a vitória persa. O motim uniu as cidades-estados gregas, retardou o avanço persa sobre os territórios gregos e ensinou aos gregos as estratégias de guerra dos persas.
Em 490 a.C., os persas invadiram o litoral grego, na região de Maratona. Compostas, na sua maioria, por espartanos e atenienses, as tropas gregas derrotaram os persas na Batalha de Maratona, mesmo com a metade do número de soldados em relação ao exército persa. Parte deste fugiu da batalha, embarcado em navios que rumaram para Atenas. O objetivo persa era pegar a cidade sem defesas, uma vez que as tropas atenienses estavam em Maratona; mas as tropas gregas marcharam à noite para Atenas. Quando as tropas persas chegaram à Atenas, esta já contava com seu exército, o que fez os persas desistirem da guerra e retornarem para a Ásia.
Em 481 a.C., percebendo a iminência de um novo ataque persa, cidades gregas assinaram uma aliança militar na cidade de Corinto. Os líderes dessa aliança foram Esparta e Atenas. Em 480 a.C., Xerxes, filho de Dario, iniciou uma nova tentativa de invasão ao território grego. Persas e gregos se enfrentaram na Batalha das Termópilas, na qual tropas espartanas, lideradas pelo rei Leônidas e conhecidas como os 300 de Esparta, e tropas atenienses tiveram como principal objetivo retardar o avanço persa para Atenas. Os persas venceram a batalha e rumaram para Atenas, onde promoveram saques e incendiaram parte da cidade.
Após conquistar Atenas, Xerxes pretendia vencer os gregos em uma batalha naval para garantir o domínio do Mar Egeu. Em setembro de 480 a.C., persas e gregos se enfrentaram na batalha marítima de Salamina, que terminou com uma grande vitória da marinha grega, liderada por Atenas. Enfraquecida, as tropas persas tentaram ainda por dois anos conquistar a Grécia, retornando enfim para a Ásia novamente. Em 449 a.C., os persas assinaram o Tratado de Susa, reconhecendo a supremacia grega sobre as regiões da Ásia Menor e se comprometendo a não invadirem novamente a Grécia. Para saber mais a respeito das Guerras Médicas, clique aqui.
→ Guerra do Peloponeso (431 a.C.-405 a.C.)
Durante as Guerras Médicas, foi criada a Liga de Delos, uma aliança política e militar entre as cidades gregas lideradas por Atenas. Todas elas pagavam tributos que eram administrados por Atenas, e esses recursos deveriam ser destinados ao fortalecimento militar grego.
A Liga de Delos foi usada por Atenas para o seu próprio desenvolvimento. Os recursos arrecadados pela cidade foram investidos na construção de obras públicas na cidade, na construção de suas muralhas e na produção de obras de arte.
Esparta deixou a Liga de Delos e criou sua própria aliança militar, a Liga do Peloponeso, composta, em sua maioria, por cidades da Península do Peloponeso. O objetivo de Esparta era o de aumentar seu poder militar e se contrapor à Liga de Delos. Desde o início do século V a.C., diversas batalhas ocorreram entre Esparta e Atenas, o que levou as duas cidades a assinarem um acordo de paz, em 446 a.C., conhecido como Acordo de Paz dos Trinta anos.
Apesar disso, as tensões continuaram entre a Liga de Delos e a do Peloponeso. Em 431 a.C., uma guerra entre as duas ligas se iniciou, a chamada Guerra do Peloponeso. No início, os combates, de Esparta levaram vantagem nas batalhas terrestres, e os de Atenas, nas navais. Em 421 a.C., atenienses e espartanos deram uma trégua no conflito assinando o Tratado de Paz de Nícias, que deveria durar meio século, mas, apenas seis anos depois, a guerra retornou entre as duas cidades e suas aliadas.
Esparta recebeu apoio do Império Persa e construiu uma poderosa marinha de guerra, vencendo os atenienses na Batalha de Egospótamos. Após a derrota, a cidade de Atenas se rendeu no ano de 405 a.C. Com a vitória, Esparta se tornou a cidade mais importante da Grécia. Para saber mais sobre a Guerra do Peloponeso, clique aqui.
Quais são as características do Período Clássico?
→ Sociedade do Período Clássico
Como no Período Clássico a Grécia estava organizada em cidades-estados, existiu uma grande diversidade de organizações sociais. A seguir, veremos como era a sociedade espartana e a sociedade ateniense.
Em Esparta, a sociedade era altamente hierarquizada e composta pelos esparciatas, periecos e hilotas. Os esparciatas estavam no topo da pirâmide social e controlavam militarmente os outros grupos sociais. Somente eles podiam ocupar cargos públicos e ser membros do exército. Na base da pirâmide social espartana, estavam os hilotas; descendentes dos povos originários da região, eram responsáveis principalmente pela agricultura. Os periecos compunham uma espécie de classe média, sendo responsáveis pelo comércio, pelo trabalho artesanal e por outras atividades urbanas.
Esparta era uma das cidades onde as mulheres tinham mais direitos na Grécia clássica, elas tinham direito à herança, à posse de terra e a manter relações comerciais. No mesmo período, esses direitos eram negados às mulheres de Atenas, por exemplo.
A sociedade ateniense pode ser dividida em três grupos: cidadãos, metecos e escravos. Os cidadãos eram aqueles que tinham o direito de participar da Assembleia e ocupar cargos públicos. Para ser cidadão, a pessoa deveria ser homem, livre e ateniense, ou seja, seu pai e sua mãe deveriam ter nascido em Atenas. Os metecos era os estrangeiros que viviam na cidade e, por esse motivo, não eram considerados cidadãos.
A maioria dos metecos era comerciante, alguns deles possuindo grande riqueza. Existem relatos de alguns metecos que participavam da Assembleia para expor suas opiniões e reivindicações, mas não tinham direito ao voto. Os escravos eram importantes na economia ateniense, desenvolvendo as mais variadas atividades, sendo pedreiros, marceneiros, advogados e professores, por exemplo. A maior parte dos escravos era de inimigos capturados em guerras.
→ Cultura e arte do Período Clássico
Algo que unificava as cidades gregas era a sua religião politeísta. Os deuses gregos sentiam afetos humanos, como o amor, o ódio, a inveja, a compaixão, entre diversos outros. Por meio de seus mitos, os gregos tentavam explicar os fenômenos naturais, o cosmos e a essência humana. Ainda hoje a mitologia grega está arraigada na cultura mundial, sendo tema recorrente em jogos de videogame, filmes, peças teatrais, entre muitas outras manifestações culturais.
Outra grande influência grega na atual cultura mundial é a língua. Na língua portuguesa, por exemplo, utilizamos centenas de palavras no nosso cotidiano que são de origem grega, como “política”, “democracia”, “oligarquia”, “termômetro”, “hidrografia”, “Biologia”, “Geografia”, “afrodisíaco”, “hermético”.
Durante o Período Clássico, diversas tecnologias foram desenvolvidas e aperfeiçoadas na Grécia. A roda d’água foi uma delas, utilizada principalmente para movimentar moinhos. No mundo contemporâneo, utilizamos rodas d’água nas hidrelétricas, que transformam a força da água em energia elétrica. O sistema de engrenagens foi outra invenção do período, diretamente associada aos moinhos movidos à água, e no nosso cotidiano usamos diversos mecanismos que contêm engrenagens, como relógios, automóveis e elevadores.
Outra área que se desenvolveu no Período Clássico foi a mineração. Novas técnicas de escavação e de escoramento das minas foram desenvolvidas no período, o que permitiu que as cidades-estados extraíssem mais minerais como ouro e prata, desenvolvendo suas economias.
No período ainda foram desenvolvidos os primeiros telhados com uso de treliças, sistema que faz com que as cargas se distribuam para os pilares da edificação, aumentando as distâncias entre um pilar e outro, possibilitando a construção com áreas úteis maiores, sem a necessidade de tantos pilares. São consideradas uma das técnicas mais econômicas para a construção de estruturas ainda hoje. Na atualidade, as treliças são muito utilizadas na construção de torres, telhados, pontes e prédios, por exemplo.
A arquitetura foi outra área muito desenvolvida no Período Clássico. A Acrópole de Atenas foi destruída durante a invasão persa e foi reedificada durante a época em que Péricles era o principal líder político da cidade. Parte dos recursos utilizados na reconstrução era proveniente dos cofres da Liga de Delos.
O Partenon é uma das construções mais conhecidas na atualidade. Em seu projeto foi utilizada a chamada proporção áurea. A fachada do edifício, composta por colunas e um frontão triangular, foi feita com base na arquitetura grega. Atualmente a Casa Branca, o prédio da Suprema Corte dos Estados Unidos, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e muitas outras edificações são do estilo clássico, também chamado de neoclássico. A arquitetura grega tinha três estilos principais, o dórico, o jônico e o coríntio.
A maior parte das estátuas gregas que conhecemos atualmente foi produzida no Período Clássico. Fídias foi um dos principais escultores do período, sendo responsável pela produção do friso do Partenon. Também é dele a estátua Atena Partenos, que ficava dentro do Partenon, possuía cerca de 13 metros de altura e era feita em ouro e marfim. Também é de Fídias a escultura Atena de Lêmnia.
O teatro foi outra manifestação artística muito valorizada no Período Clássico. No período eram apresentados dois tipos de peças, as tragédias e as comédias. Ésquilo e Sófocles foram os dois dramaturgos mais conhecidos do período, com suas peças sendo encenadas ainda hoje.
→ Política do Período Clássico
Foi na Atenas clássica que a democracia ateniense chegou ao seu auge. A fonte mais antiga onde a palavra “democracia” aparece é da década de 470 a.C., na obra Os suplicantes, escrita por Ésquilo. Atenas não foi a primeira e não foi a única cidade-estado a desenvolver e adotar a democracia como forma de governo, mas é dessa cidade que temos mais fontes históricas e estudos realizados a respeito. Em 510 a.C., o último tirano de Atenas, Hípias, foi derrubado, e a democracia passou a ser a forma de governo adotada pela cidade.
A Assembleia de Atenas, chamada de Eclésia, era a instituição máxima de tomada de decisões na cidade. Para participar dela, era necessário ser homem, livre e ateniense. Dessa forma, para os padrões atuais, a democracia ateniense era extremamente excludente, deixando fora dela mulheres, estrangeiros e escravos, cerca de 90% da população da cidade.
A Assembleia acontecia no Monte Pnyx. Em cada decisão a ser tomada, oradores se inscreviam para defender seu ponto de vista, e o tempo de fala de cada um era medido por uma clepsidra (espécie de relógio de água). Após as falas dos oradores, a Assembleia tomava sua decisão. Essa era a forma de democracia tida como direta, em que cada cidadão votava diretamente nas decisões sobre a cidade. Atualmente, no Brasil, temos uma democracia indireta, em que os brasileiros escolhem seus representantes, que votam em nome de seus eleitores.
Além da Assembleia, existia a Bulé, também chamada de Conselho dos 400 e, posteriormente, Conselho dos 500. A Bulé era a instituição que decidia o que seria votado nas assembleias. Seus membros deveriam ser cidadãos e eram sorteados por um mecanismo chamado kleroterion. Os atenienses escolheram o sorteio ao voto por acreditarem que uma eleição favorecia os mais ricos e os demagogos.
Filosofia clássica
Durante o Período Clássico, três importantes filósofos mudaram a Filosofia ocidental:
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Sócrates: foi o filósofo que levou a Filosofia para a população em geral, pois seu principal local de debates era a Ágora, a praça que todas as pessoas, inclusive mulheres, estrangeiros e escravos, frequentavam. Sócrates desenvolveu um método de diálogo chamado de maiêutica, no qual, ao questionar seu opositor, mostrava como seus argumentos e pensamentos eram errados ou superficiais. Sócrates ganhou discípulos, alguns deles jovens da elite, e questionou o governo e a religião do período. Acusado de heresia e de corromper a juventude, foi condenado à morte por isso.
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Platão: foi aluno de Sócrates e é considerado o sucessor da Filosofia socrática. Platão desenvolveu estudos matemáticos e escreveu sobre política, justiça, amor, entre diversos outros temas. Suas obras mais famosas são Apologia a Sócrates, em que ele narra os últimos dias de seu mestre, além de suas principais ideias, e A República, na qual ele discorre sobre como as cidades deveriam ser governadas. É nela que ele escreveu sobre a Alegoria da Caverna.
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Aristóteles: discípulo de Platão, foi o filósofo que mais influenciou a Filosofia ocidental. Ele discorreu sobre política, ética, lógica e foi um dos desenvolvedores do empirismo, teoria filosófica que defende que o conhecimento do mundo se dá por meio dos sentidos. Aristóteles foi professor de Alexandre, o Grande, marcando profundamente a forma de pensar de seu aluno. Entre suas principais obras, estão Metafísica, Physica e Ética a Nicômaco.
Confira nosso podcast: Como seria se os gregos nunca tivessem existido?
Exercícios resolvidos sobre o Período Clássico
Questão 1
(UFPR)
“Xerxes não enviou arautos a Atenas e a Esparta para exigir a submissão dessas cidades. Dario os tinha enviado anteriormente com esse fim, mas os atenienses os haviam lançado no Báratro enquanto que os lacedemônios atiraram-se nos num poço, dizendo-lhes que dali tirassem terra e água para levarem ao rei. Espértias e Bulis, ambos espartanos de alta linhagem, ofereceram-se para sofrer castigo que Xerxes, filho de Dario, quisesse impor-lhe pela morte dos arautos enviados a Esparta. […] Partindo para Susa, foram ter à casa de Hidames, persa de nascimento e governador da costa marítima da Ásia. […] Depois de convidá-los a participar da sua mesa, assim lhes falou: ‘Lacedemônios, por que recusais de tal forma a amizade que o nosso soberano vos oferece? Podeis ver, pela situação privilegiada que desfruto, que ele sabe premiar o mérito; e como tem em alta conta vossa coragem, estou certo que daria também, a cada um de vós, um governo na Grécia, se quisésseis reconhecê-lo como soberano’. ‘Senhor – responderam os jovens – sabeis ser escravo, mas nunca experimentastes da liberdade, ignorando, por conseguinte, as suas doçuras. Se já a tivésseis algum dia conhecido, estimular-nos-ei a lutar por ela, não somente com lanças, mas até com machados’.”
(“HERÓDOTO”. História. São Paulo: Tecnoprint, s/d, p. 340)
Com base no texto de Heródoto e nos conhecimentos sobre o conflito entre gregos e persas na Antiguidade, considere as afirmativas a seguir:
1. A narrativa de Heródoto concebe o tempo como cíclico, uma vez que, para ele, o conhecimento da história permite a correção dos erros do passado.
2. Em seu texto, Heródoto atribui às Guerras Greco-Pérsicas o significado de um conflito entre homens livres e escravos.
3. Heródoto demonstra, por meio da sua narrativa, que a inviolabilidade dos arautos, fundada no direito das gentes, era um costume político compartilhado por gregos e persas.
4. As atitudes dos atenienses e espartanos, narradas no texto de Heródoto, revelam por que os persas chamavam os gregos de “os bárbaros da Antiguidade Clássica”.
Assinale a alternativa correta.
A) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
B) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
C) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
D) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
E) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Resolução:
Alternativa C
No trecho, Heródoto defende que a guerra é uma disputa entre homens livres e cativos; também deixa claro que os mensageiros, chamados de arautos, faziam parte da diplomacia de gregos e persas.
Questão 2
(UFPE) As artes foram um ponto de destaque na Grécia, sobretudo a Arquitetura, em Atenas, em que se destacaram estilos arquitetônicos gregos. Em qual das alternativas estão indicados os três estilos?
A) O dório, o jônio e o coríntio.
B) O sofista, o platônico e o socrático.
C) O alexandrino, o maneirista e o barroco.
D) O dório, o gótico e o alexandrino.
E) O helênico, o romântico e o helenístico.
Resolução:
Alternativa A
Os três principais estilos arquitetônicos gregos eram o dórico, o jônico e o coríntio. Esses estilos se diferenciavam principalmente pelo formato das colunas e de seus capitéis.
Crédito de imagem
[1] Zde / Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
CARTLEDGE, Paul. Grécia Antiga. Editora Ediouro, São Paulo, 2009.
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. Editora Contexto, São Paulo, 2011.
SILVA, Lorena Pantaleão da. Grécia e Roma e seus reflexos nos dias atuais. Editora InterSaberes, Paraná, 2017.
Por Jair Messias Ferreira Junior
Professor de História