PUBLICIDADE
Os primórdios da civilização grega estão relacionados ao processo de ocupação dos povos arianos que chegaram à Hélade, por volta de 2000 a.C.. Os aqueus foram os primeiros a alcançarem essa região após se deslocarem sucessivamente atrás de pastagens que suprissem seus rebanhos. Chegando à Grécia, se integraram às populações nativas e, com o passar do tempo, deram origem aos primeiros centros urbanos gregos, como Argos, Tirinto e Micenas.
Quando atingimos os anos 1700 a.C., outras populações chegaram à Antiga Grécia, realizando a ocupação de outras terras. Eólios e jônios se estabeleceram pacificamente e, com isso, novos polos de ocupação humana fixaram-se no espaço original da civilização grega. Nesse período, podemos destacar o intenso contato entre as cidades de Micenas e Creta. Os cretenses conceberam uma sociedade complexa reconhecida pelo intenso comércio marítimo propagado ao longo do Mar Egeu.
Com o passar do tempo, os aqueus fortaleceram sua economia a ponto de estabelecer uma rivalidade contra os cretenses. Em 1400 a.C., os aqueus invadiram a cidade cretense de Cnossos e desarticularam uma parcela considerável dos costumes e tradições dessa civilização. A vitória dos aqueus abriu portas para a hegemonia na porção oriental do Mar Mediterrâneo. Tal domínio se ampliou em 1150 a.C., quando a cidade de Troia foi conquistada, dando acesso às terras do litoral do Mar Negro.
No momento em que os aqueus desenvolviam a ampliação de seus terrenos, uma última invasão seria responsável pela etapa final do chamado período pré-Homérico. Durante o século XII a. C., os dórios empreenderam uma violenta invasão que destruiu vários centros urbanos da Hélade. Graças à sua tradição militar e o manuseio de armamentos de metal, esse agrupamento de origem indo-europeia forçou a fuga de vários habitantes da Grécia Continental.
Dessa forma, parte das tradições, costumes e saberes anteriormente estabelecidos nessa região foram desarticulados pela maneira violenta que os dórios conquistaram a Grécia. Vários grupos humanos fugiram dessa situação desoladora ao buscar novas terras nas ilhas do Mar Egeu e nas porções litorâneas da Ásia Menor. Usualmente, esse deslocamento populacional ficou reconhecido como a Primeira Diáspora Grega.
O fim de várias cidades e da ampla atividade comercial marítima pavimentou uma nova configuração do mundo grego. Pequenos grupos familiares passaram a viver da agricultura de subsistência e o sofisticado artesanato perdeu espaço para a concepção de peças mais simples e funcionais. As estruturas políticas centralizadas deram lugar ao poder exercido localmente pelos chefes familiares, e os ritos funerários se simplificaram. Assim, chegamos ao fim da chamada Grécia Pré-Homérica.
Por Rainer Sousa
Graduado em História