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Ilíada é um poema épico da Antiguidade clássica. Ele é atribuído ao poeta grego Homero. E mostra os conflitos finais da Guerra de Troia, causada pelo rapto de Helena pelo troiano Páris. Helena é esposa do grego Menelau. Durante esse conflito, o destaque é o herói Aquiles, cuja ira é despertada pela atitude do comandante grego Agamêmnon.
A obra de Homero apresenta elementos mitológicos e caráter heroico. A epopeia Ilíada é uma narrativa escrita em versos de 15 e 16 sílabas, em sua versão original. Ela apresenta caráter ficcional, já que não há documentos históricos que comprovem a existência da Guerra de Troia.
Leia também: Odisseia — detalhes sobre a sequência de Ilíada
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Ilíada
- 2 - Análise da obra Ilíada
- 3 - O que significa “Ilíada”?
- 4 - Narrador de Ilíada
- 5 - Características de Ilíada
- 6 - Contexto histórico de Ilíada
- 7 - Homero, autor de Ilíada
- 8 - Diferenças entre Ilíada e Odisseia
Resumo sobre Ilíada
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Ilíada é um poema grego que pertence à Antiguidade clássica, e seu possível autor é Homero.
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Supostamente, Homero nasceu em Esmirna, no ano de 928 a.C., e morreu, em Ios, no ano de 898 a.C.
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O livro narra a mítica Guerra de Troia, com batalhas entre gregos e troianos.
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A obra de Homero é um poema épico, ou seja, uma narrativa heroica escrita em versos.
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A epopeia de Homero apresenta elementos mitológicos e personagens heroicos, como Aquiles.
Análise da obra Ilíada
→ Personagens de Ilíada
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Afrodite: deusa.
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Agamêmnon: comandante grego, irmão de Menelau.
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Ájax: filho de Oileu e chefe dos lócrios.
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Ájax: filho de Télamon.
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Andrômaca: esposa de Heitor.
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Antenor: chefe troiano.
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Antíloco: guerreiro filho de Nestor.
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Apolo: deus.
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Aquiles: filho do mortal Peleu e da ninfa Tétis.
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Ares: deus.
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Ártemis: deusa.
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Astíanax: filho de Heitor e Andrômaca.
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Atena: deusa.
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Atreu: pai de Agamêmnon e Menelau.
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Automedonte: servo de Aquiles.
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Briseida: filha de Briseu de Lirnesso.
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Calcas: profeta filho de Testor.
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Cassandra: filha de Príamo e Hécuba.
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Criseida: filha de Crises.
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Crono: deus.
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Deífobo: filho de Príamo e Hécuba.
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Desvario: deusa.
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Diomedes: guerreiro filho de Tideu.
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Discórdia: deusa.
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Dólon: troiano, filho de Eumelo.
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Eécion: pai de Andrômaca.
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Eneias: filho de Afrodite com o mortal Anquises.
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Estênelo: escudeiro de Diomedes.
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Eurípilo: filho de Evémon.
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Fênix: rei dos dólopes e tutor de Aquiles.
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Glauco: filho de Hipóloco.
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Hades: deus.
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Hebe: deusa.
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Hécuba: esposa de Príamo.
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Hefesto: deus.
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Heitor: filho de Príamo e Hécuba.
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Helena: filha de Zeus.
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Heleno: filho de Príamo e Hécuba.
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Hera: deusa.
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Héracles: filho de Zeus e Alcmena.
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Hermes: deus.
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Ideu: mensageiro de Príamo.
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Idomeneu: filho de Deucalião de Creta.
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Ilo: avô de Príamo.
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Íris: mensageira dos deuses.
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Laomedonte: antigo rei de Troia.
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Leto: deusa.
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Macáon: filho de Asclépio.
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Meleagro: filho de Altaia.
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Menécio: pai de Pátroclo.
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Menelau: irmão de Agamêmnon e esposo de Helena.
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Menesteu: comandante ateniense.
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Meríones: escudeiro e sobrinho de Idomeneu.
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Musa: deusa.
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Nestor: rei de Pilos.
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Oceano: deus.
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Pândaro: filho de Licáon.
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Páris: filho de Príamo e Hécuba.
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Pátroclo: escudeiro e amigo de Aquiles.
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Peleu: pai de Aquiles.
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Polidamante: filho de Pântoo.
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Posêidon: deus.
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Príamo: filho de Laomedonte.
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Sarpédon: filho de Zeus.
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Taltíbio: mensageiro de Agamêmnon.
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Teano: sacerdotisa do templo de Atena, em Troia.
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Télamon: pai de Ájax.
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Tersites: membro da tropa grega.
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Tétis: ninfa marinha e mãe de Aquiles.
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Teucro: filho de Télamon e irmão de Ájax.
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Tideu: pai de Diomedes.
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Ulisses ou Odisseu: filho de Laertes.
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Xanto: deus.
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Zeus: deus.
→ Tempo de Ilíada
A narrativa apresenta tempo cronológico e está situada, historicamente, no último ano da Guerra de Troia. Essa guerra ocorreu, possivelmente, entre os anos 1194 e 1184 a.C.
→ Espaço de Ilíada
A narrativa transcorre na antiga e lendária cidade de Troia, localizada na Turquia. As batalhas acontecem nas imediações da cidade fortificada.
→ Enredo de Ilíada
CANTO |
ACONTECIMENTOS |
I |
O narrador pede inspiração à musa para cantar a cólera de Aquiles. O guerreiro Aquiles e o comandante Agamêmnon entram em desacordo por causa da bela donzela Briseida, que Agamêmnon toma para si. Ela pertencia a Aquiles, por espólio de guerra. Então Aquiles diz que, a partir daquele momento, não aceita mais as ordens de Agamêmnon. |
II |
Zeus envia um “sonho nocivo” a Agamêmnon para mandar o comandante “armar depressa os Aqueus”. O exército grego se prepara para a batalha. |
III |
Durante a batalha, Páris (troiano raptor de Helena, esposa de Menelau) encontra Menelau e decide retroceder. Sua ação é criticada pelo seu irmão Heitor. Páris e Menelau então concordam em fazer um combate homem a homem, no qual Menelau se sai melhor. |
IV |
No concílio dos deuses, Hera pede a Zeus que dê ordens a Atena para ajudar os gregos a lesarem os troianos. É obedecida. No entanto, Menelau sai ferido. |
V |
A guerra continua, e os gregos têm vantagem sobre os troianos. Nessa parte da narrativa, o principal herói é o grego Diomedes, protegido por Palas Atena. Mas Ares decide ajudar os troianos e rivaliza com Atena. |
VI |
Heitor está preocupado com a fúria de Atena. Teano, sacerdotisa do templo de Atena, em Troia, pede à deusa para quebrar a lança de Diomedes. Mas sua prece é rejeitada pela divindade. Depois Heitor vai até o palácio de Páris e conversa com ele e sua amada Helena. Então vai para seu palácio visitar a esposa e o filho. |
VII |
Troianos se reúnem para decidir o destino de Helena. Antenor sugere que ela seja entregue a Menelau. Mas Páris discorda dele. |
VIII |
Zeus ordena que os deuses se afastem da guerra e, portanto, não ajudem nenhum dos lados. Atena não concorda e diz que, se não podem interferir, que pelo menos possam dar conselhos aos mortais. Em seguida, mais cenas de guerra. Atena e Hera, no entanto, desobedecem a Zeus e tentam ajudar os inimigos dos troianos. |
IX |
Ulisses, Ájax e Fênix buscam convencer Aquiles a lutar. Mas o herói se nega a lutar, ainda irado por Agamêmnon ter roubado sua serva. |
X |
Agamêmnon e Menelau perdem o sono, preocupados com a guerra. Com a ajuda de Atena, Ulisses e Diomedes capturam o troiano Dólon, que conta que os trácios vão ajudar os troianos. Em seguida, Diomedes mata Dólon e o rei dos trácios. |
XI |
Mais cenas de guerra. Agamêmnon mata muitos troianos. Porém, ele é ferido e precisa se afastar do campo de batalha. Aquiles vai até “seu companheiro” Pátroclo e diz ao “divino filho de Menécio, que encantas o meu coração”, para ir ver quem Nestor estava trazendo ferido da batalha. Pátroclo obedece a “seu companheiro amado”. |
XII |
Os troianos, com a ajuda de Zeus, se aproximam de onde estão os gregos e rompem o portão da muralha. Com a invasão dos troianos, os gregos fogem para as naus. |
XIII |
A batalha sangrenta continua, e os gregos reagem. |
XIV |
Mais cenas de guerra. Com a ajuda de Hera, os gregos passam a ter vantagem sobre os troianos. |
XV |
Apolo interfere e dá vantagem para os troianos na batalha. Enquanto isso, Pátroclo cuida das feridas de Eurípilo, na tenda do guerreiro ferido. Mas, ao ver os troianos se lançarem contra a muralha, decide convencer Aquiles a voltar para o combate. |
XVI |
Aquiles permite que Pátroclo tome parte no combate, com as armas de Aquiles. Mais cenas da sangrenta batalha. Pátroclo morre nas mãos de Heitor. |
XVII |
A batalha continua. Heitor tem a intenção de cortar a cabeça de Pátroclo e dar seu cadáver para os cães de Troia comerem. O corpo de Pátroclo é levado pelos gregos. Mas as armas de Aquiles ficam com Heitor. |
XVIII |
Ciente da morte de seu amigo ou amante Pátroclo, Aquiles é consumido pela dor, “jazia estatelado na poeira e com ambas as mãos arrancava o cabelo”. Então Antíloco segura “nas mãos de Aquiles, que gemia no seu glorioso coração; é que receava que com o ferro ele cortasse a própria garganta”. E tão “medonhos foram os gritos de Aquiles”, que Tétis, sua mãe, “sentada nas profundezas do mar [...] lançou um grito ululante”. Por fim, Tétis consegue novas armas para Aquiles. |
XIX |
Tétis vai até Aquiles para lhe entregar as armas e encontra “seu filho amado abraçado a Pátroclo, chorando em voz alta”. Aquiles está disposto a ir para a batalha logo, mas Ulisses usa de sábias palavras para mostrar que os guerreiros ainda não estão prontos. Porém, Aquiles está furioso e pronto para o sangrento combate. |
XX |
Zeus permite que os deuses interfiram na guerra. Aquiles luta, furioso, e só quer encontrar Heitor para vingar a morte do amado amigo Pátroclo. |
XXI |
O narrador mostra Aquiles na batalha. O herói, movido pelo seu desejo de vingança, promove grande matança de troianos. Os deuses lutam uns contra os outros, tomando partido. Para ajudar os troianos a fugirem, Apolo enfrenta Aquiles. |
XXII |
Heitor não foge e decide ter o combate final com Aquiles. No final do combate exaustivo, pressentindo a morte, Heitor diz ao herói: “Suplico-te pela tua alma, pelos teus joelhos e pelos teus pais, que não me deixes ser devorado pelos cães nas naus dos Aqueus; mas recebe o que for preciso de bronze e de ouro, presentes que te darão meu pai e minha excelsa mãe. Mas restitui o meu cadáver a minha casa, para que do fogo Troianos e mulheres dos Troianos me deem, morto, a porção”. Ao que Aquiles responde: “Não me supliques, ó cão, pelos meus joelhos ou meus pais. Quem me dera que a força e o ânimo me sobreviessem para te cortar a carne e comê-la crua, por aquilo que fizeste. Pois homem não há que da tua cabeça afastará os cães, nem que eles trouxessem e pesassem dez vezes ou vinte vezes o resgate e me prometessem ainda mais do que isso! Nem que o teu próprio peso em ouro me pagasse Príamo Dardânio. Nem assim a tua excelsa mãe te deporá num leito para chorar o filho que ela deu à luz, mas cães e aves de rapina te devorarão completamente”. |
XXIII |
Enquanto Aquiles dorme, o espírito de Pátroclo visita o amigo para pedir que ele o sepulte logo para que Pátroclo possa finalmente cruzar os portões de Hades. Assim, “tal como chora o pai ao cremar os ossos do filho que casara há pouco e que, morrendo, enlutou os pobres pais — assim Aquiles chorava ao cremar os ossos do companheiro, passando à frente da pira com passo pesado, gemendo sem parar”. |
XXIV |
Tétis vai até o filho para tentar tirar Aquiles do seu estado de prostração, pois o herói chora, lamenta e não come nada. Conta que os deuses estão irados com ele, principalmente Zeus, por Aquiles manter injuriosamente o corpo de Heitor. Ela quer que ele restitua o morto e aceite o resgate pelo cadáver. O herói aceita. Príamo, pai de Heitor, vai até Aquiles: “acercou-se e com as mãos agarrou os joelhos de Aquiles e beijou as terríveis mãos assassinas, que tantos filhos lhe mataram”. E suplica pelo corpo do filho. Aquiles restitui o corpo de Heitor a Príamo. E manda parar a guerra para que Troia possa realizar as honras fúnebres a Heitor. Assim, a obra termina com o “funeral de Heitor, domador de cavalos”. |
O que significa “Ilíada”?
Atualmente, a palavra “ilíada” se refere a uma sequência de aventuras heroicas. Em sua origem, “Ilíada” é derivada de Ílion, que é o outro nome de Troia. Portanto, o título do poema épico de Homero coloca em foco a cidade de Troia.
Narrador de Ilíada
O poema épico Ilíada apresenta um narrador onisciente.
Características de Ilíada
→ Estrutura de Ilíada
A obra original apresenta hexâmetros (versos de seis pés — cada pé é composto por duas a quatro sílabas), além de versos de 15 e de 16 sílabas. Ela é dividida em 24 cantos.
→ Estilo literário de Ilíada
Ilíada é uma obra da Antiguidade clássica, época em que não havia ainda estilos de época. Essa obra é um poema épico (narrativa escrita em versos), com elementos mitológicos e caráter antropocêntrico (valorização da razão).
Veja também: O que é o gênero épico?
Contexto histórico de Ilíada
A Guerra de Troia teria ocorrido entre 1194 e 1184 a.C. E consistiu em sangrentas batalhas entre gregos e troianos. A motivação seria o rapto de Helena, esposa do grego Menelau, pelo troiano Páris. Mas pode ter sido apenas uma disputa de territórios entre Esparta e Troia. No entanto, não há documentos históricos que comprovem sua existência.
Homero, autor de Ilíada
Não existe documentação histórica que comprove a existência de Homero. Por isso, esse autor se transformou em uma espécie de mito literário. Duas obras foram atribuídas a esse poeta grego, Ilíada e Odisseia. As especulações acerca da vida do poeta sugerem que ele nasceu em 928 a.C., em Esmirna, e morreu em 898 a.C., em Ios. Possivelmente, foi um aedo e era cego.
Para saber mais sobre Homero, clique aqui.
Diferenças entre Ilíada e Odisseia
ILÍADA |
ODISSEIA |
Poema épico, com elementos mitológicos, que narra acontecimentos fictícios situados no final da Guerra de Troia. |
Poema épico, com elementos mitológicos, que narra acontecimentos fictícios situados nos dez anos após o fim da Guerra de Troia. |
Aquiles é o grande herói da história. |
Odisseu (também chamado de Ulisses) é o grande herói da história. |
A trama está centrada na disputa de poder entre os combatentes gregos Aquiles e Agamêmnon, na forte amizade de Aquiles por Pátroclo, e na vingança de Aquiles contra o líder troiano Heitor. |
A trama está centrada na volta de Ulisses para casa após a Guerra de Troia, em suas aventuras na longa viagem de regresso, e no reencontro com a esposa Penélope e com o filho Telêmaco. |
Crédito de imagem
[1] Editora Companhia das Letras (reprodução)
Fontes
ALVAREZ, Beethoven Barreto. Breves considerações sobre a estruturação rítmica do hexâmetro homérico. ContraCorrente, Manaus, n. 7, 2015.
BARBOSA, Mariana de Oliveira Lopes. Guerra de Troia. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/guerra-de-troia.htm.
COSTA, Jefferson Silva. Homero: eis a questão. In: BRAGA, Daniel L. S. (org.). Pesquisas e inovações em ciências humanas e sociais: produções científicas multidisciplinares no século XXI. Florianópolis: Instituto Scientia, 2022. v. 1.
GOMES, Arilson dos Santos. Africanidades e diversidades no ensino de História: entre saberes e práticas. Educar em Revista, Curitiba, n. 64, p. 189-214, abr./ jun. 2017.
HOMERO. Ilíada. Tradução de Frederico Lourenço. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
LANCHA, Ana Beatriz Lopes. Levana: desmistificando o papel do educador. 2017. Dissertação (Mestrado em Educação, Artes e História da Cultura) – Centro de Educação, Filosofia e Teologia, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2017.
SOUZA, Marcelo Miguel de. Os aspectos poético-musicais nas obras de Homero: multitextualidade e performance (séc. VIII a. C.). 2017. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2017.