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Krokodil é uma das drogas mais mortais da atualidade, constituída por uma série de produtos químicos. Provavelmente, a produção de krocodil surgiu na Sibéria e Rússia Oriental, sendo relatada, em 2004, a primeira descrição do abuso dessa droga. Esta se destaca pela sua capacidade de destruição, causando lesões nunca observadas em outros tipos de substâncias que causam dependência.
A droga, que é injetada por via intravenosa, é uma versão mais barata da heroína. Apresenta grande potencial para causar dependência, e sua ação e efeitos são bastante rápidos. Em razão do seu baixo custo, muitas pessoas passam a utilizá-la sem conhecer suas verdadeiras consequências.
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Tópicos deste artigo
Composição do krokodil
A principal substância encontrada no krokodil é a desomorfina, uma espécie de morfina sintética. A droga pode ser fabricada facilmente em casas por meio de uma substância conhecida como codeína, um medicamento indicado para dor que é comprado em farmácias, e de outras substâncias de fácil acesso, como gasolina, ácido clorídrico, iodo e fósforo. Em virtude da quantidade de produtos utilizados para a sua fabricação e de suas características, é fácil perceber que a mistura formada é extremamente tóxica e frequentemente cheia de impurezas.
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Efeitos do uso do krokodil
O krokodil causa efeitos semelhantes aos observados quando uma pessoa faz uso da heroína, sendo a desomorfina responsável por induzir euforia e efeito ansiolítico (atua sobre a ansiedade e tensão) ao ligar-se em receptores específicos. A desomorfina é ainda responsável pela liberação de dopamina, um neurotransmissor relacionado, entre outros processos, com a sensação de prazer.
Diferentemente da heroína, o krokodil não possui um efeito prolongado. Enquanto a heroína pode provocar efeitos que duram de quatro a oito horas, o krokodil provoca efeitos por, no máximo, uma hora e meia.
O uso do krokodil gera dependência física e psíquica, e o usuário, ao parar de usá-lo, apresenta a síndrome da abstinência, que se caracteriza por desencadear, entre outros problemas, insônia, irritabilidade e ansiedade. Esses sintomas fazem com que o uso torne-se cada vez mais frequente e também com que o usuário tenha muita dificuldade de largar a droga.
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Consequências do uso do krokodil
Dentre os danos graves ocasionados pelo krokodil aos usuários, destaca-se a pele repleta de ulcerações, esverdeada e escamosa, que lembra a de um crocodilo. Essa droga também provoca danos nos vasos sanguíneos e tecidos moles nos locais de injeção, causando necrose e gangrena. Nessa região, as lesões podem ser tão grandes que deixam músculos e ossos expostos, sendo essa uma característica que faz com que o krokodil seja popularmente chamado de “droga comedora de carne”. Vale frisar que os efeitos não ocorrem apenas nos locais de injeção da droga, podendo espalhar-se por todo o corpo, atingindo, por exemplo, o sistema nervoso, sistema endócrino, fígado e rins.
Quando o usuário procura ajuda médica para tratar as lesões, o procedimento padrão é a limpeza das áreas e, em casos graves, a realização de amputações. Entretanto, como normalmente os usuários da droga procuram ajuda médica em fases tardias das complicações, nem sempre é possível salvar o paciente. Alguns artigos relatam que o tempo médio de vida após o início do uso do krokodil é de cerca de dois anos.
Outro ponto importante é que, analisando as pessoas que fazem uso da droga e o início dos sintomas, nota-se que o avanço das complicações é bastante rápido. Além disso, as taxas de mortalidade são assustadoras.
Além de todos os problemas causados pela droga, outra questão que merece destaque é a transmissão de doenças por meio das agulhas compartilhadas, sendo essa uma questão importante no que diz respeito a todas as drogas injetáveis. Como a droga causa uma necessidade frequente de uso, os riscos são aumentados, principalmente porque pessoas que as usam, na maior parte das vezes, submetem-se a maiores situações de perigo.
Sendo assim, apesar do uso do Krokodil não ser relatado em nosso país, é fundamental que informações sobre seus efeitos sejam disponibilizadas. Em virtude de seu baixo custo, não podemos descartar seus avanços para outras áreas do globo.
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Por Ma. Vanessa dos Santos