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A monkeypox (chamada de varíola dos macacos inicialmente) é uma doença viral similar à varíola humana (erradicada no mundo, em 1980, por meio de uma campanha mundial de vacinação), entretanto, é mais branda e menos letal. Essa doença foi identificada no ano de 1958, após surto com macacos que estavam mantidos em laboratório para pesquisa. Em humanos, a doença foi observada pela primeira vez em 1970.
É adquirida inicialmente por meio do contato com algum animal doente, e a transmissão entre seres humanos, considerada rara, acontece pelo contato com a pessoa infectada ou por meio de material contaminado, como toalhas e roupas de cama. Os sintomas da monkeypox incluem febre, dores musculares, dor de cabeça, exaustão, aumento dos gânglios linfáticos e lesões na pele.
Leia mais: Doenças virais — em geral provocam febre, dor de cabeça, falta de apetite, entre outros sintomas
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre monkeypox (varíola dos macacos)
- 2 - Videoaula sobre a monkeypox (varíola dos macacos)
- 3 - O que é a monkeypox?
- 4 - Sinais e sintomas da monkeypox (varíola dos macacos)
- 5 - Monkeypox mata?
- 6 - Transmissão da monkeypox (varíola dos macacos)
- 7 - Prevenção da monkeypox (varíola dos macacos)
- 8 - Vacina da monkeypox
- 9 - Casos de monkeypox (varíola dos macacos) no mundo e Brasil
Resumo sobre monkeypox (varíola dos macacos)
- A monkeypox é uma doença rara e foi identificada, pela primeira vez, em macacos no ano de 1958.
- É causada por um vírus pertencente ao gênero Orthopoxvirus, da família Poxviridae.
- Pode levar o indivíduo à morte.
- Uma pessoa pode contraí-la ao ter contato com objeto, animal ou pessoa contaminada pelo vírus.
- Para evitar a transmissão de uma pessoa para outra, é importante evitar contato próximo com pessoas doentes ou que apresentam sintomas sugestivos da doença.
- Há uma vacina para a prevenção da monkeypox, no entanto, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação somente de pessoas em situação de risco de contração da doença.
Videoaula sobre a monkeypox (varíola dos macacos)
O que é a monkeypox?
A monkeypox (em português, varíola dos macacos) é uma doença rara e foi identificada, pela primeira vez, em macacos no ano de 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em macacos mantidos em um laboratório para pesquisa. Esse é o motivo pelo qual a doença recebe seu nome.
É causada por um vírus pertencente ao gênero Orthopoxvirus, da família Poxviridae. Em seres humanos, a doença foi observada pela primeira vez no ano de 1970, na República Democrática do Congo.
Sinais e sintomas da monkeypox (varíola dos macacos)
A monkeypox apresenta sintomas semelhantes aos da varíola humana, entretanto, geralmente são mais leves. Entre eles, podemos citar: febre, dor muscular, dor de cabeça e exaustão. Uma característica importante é o aumento dos gânglios linfáticos, o que permite que os médicos diferenciem a monkeypox da catapora ou da varíola humana.
Após um a três dias do início da febre, surgem as lesões na pele. Inicialmente essas lesões aparecem no rosto, espalhando-se, posteriormente, para o restante do corpo. Lesões podem também aparecer nos órgãos genitais, podendo ocorrer como lesões genitais únicas. Além disso, a monkeypox pode provocar feridas na boca e no ânus. Em geral, a doença dura de duas a quatro semanas.
Monkeypox mata?
A monkeypox é uma doença que pode levar o indivíduo à morte. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), a doença causada pelo vírus do tipo da África Ocidental raramente é fatal e a doença causada pelo vírus da Bacia do Congo tem uma taxa de mortalidade de cerca de 10%.
Ainda de acordo com o CDC, são grupos de risco para a monkeypox:
- crianças com menos de oito anos de idade;
- pessoas com sistema imunológico enfraquecido;
- pessoas com história de eczema;
- pessoas grávidas ou amamentando.
No surto de 2022, a primeira morte por monkeypox fora da África ocorreu no Brasil. O paciente era um homem de 41 anos que apresentava sérios problemas de imunidade e comorbidades.
Transmissão da monkeypox (varíola dos macacos)
A monkeypox é causada por um vírus pertencente ao gênero Orthopoxvirus, da família Poxviridae. Seu vírus apresenta duas cepas, a cepa da África Ocidental e a da Bacia do Congo (África Central), sendo esta última mais virulenta. Ainda não se sabe qual é o reservatório natural desse vírus, entretanto, sabe-se que roedores africanos bem como primatas não humanos são capazes de tê-lo e de transmiti-lo para pessoas.
Uma pessoa pode contrair a monkeypox ao ter contato com objeto, animal ou pessoa contaminada pelo vírus. A transmissão de animais para seres humanos pode ocorrer, por exemplo, em consequência de uma mordida, um arranhão ou mesmo do preparo, manuseio e ingestão de carne de caça contaminada.
A transmissão de um ser humano para outro é mais difícil de ocorrer e, geralmente, envolve gotículas respiratórias, sendo, nesse caso, necessário o contato pessoal prolongado. Outras formas de transmissão envolvem o contato direto com fluidos corporais ou com material proveniente de lesões, além de contato indireto com material da lesão por meio, por exemplo, de roupas de cama e toalhas.
No surto de 2022, começou-se a investigar se a transmissão também ocorria via contato sexual. Em julho de 2022, foi publicado, pelo New England Journal of Medicine, o artigo intitulado “Monkeypox Virus Infection in Humans across 16 Countries — April–June 2022”, o qual afirmava haver suspeita de que, em 95% dos casos estudados, a transmissão da doença teria ocorrido por via sexual.
Ainda de acordo com o artigo, a “forte probabilidade de transmissão sexual foi apoiada pelos achados de lesões primárias da mucosa genital, anal e oral, que podem representar o local da inoculação”. Os autores ainda destacam que há a presença de DNA viral no sêmen de algumas das amostras analisadas, porém não se sabe se o DNA viral era competente para a replicação.
Saiba mais: Ebola — uma doença viral observada primeiramente em dois países da África
Prevenção da monkeypox (varíola dos macacos)
Como destacado, a doença pode ser transmitida de animais para seres humanos, portanto deve-se evitar o contato com animais que podem transmitir o vírus ao visitar áreas onde a doença é endêmica (África Central e Ocidental).
Para evitar a transmissão de uma pessoa para outra, é importante evitar contato próximo com pessoas doentes ou que apresentam sintomas sugestivos da doença. É fundamental não abraçar, não beijar e não manter relações sexuais com pessoas doentes.
Além disso, é importante não compartilhar copos, talheres ou outros objetos de uso pessoal com o doente. É fundamental também não manusear toalhas, roupas ou roupas de cama de pessoas com monkeypox. Outra forma de prevenção é garantir sempre a limpeza das mãos.
Vacina da monkeypox
Há uma vacina para prevenir a monkeypox que foi encontrada entre as tentativas de se desenvolver uma vacina mais eficaz para a varíola humana. No entanto, o Ministério da Saúde, amparado pela OMS, recomenda a vacinação somente de pessoas em situação de risco de contração da doença, como os cuidadores de pessoas infectadas. A vacinação em massa, então, ainda não é recomendável.
Vale salientar que a vacina usada para erradicar a varíola humana oferece certa proteção contra a monkeypox.
Confira no nosso podcast: 5 vacinas que mudaram a história
Casos de monkeypox (varíola dos macacos) no mundo e Brasil
A monkeypox foi identificada pela primeira vez em humanos no ano de 1970, na República do Congo. Posteriormente, outros casos foram identificados em outros países da África Central e Ocidental, como Camarões, Costa do Marfim, Nigéria e Serra Leoa. Apesar disso, a maioria dos casos foi observada no Congo.
Casos fora da África já foram também relatados, como nos Estados Unidos e Reino Unido. Esses casos estavam relacionados com viagens internacionais ou contato com animais advindos da África. O primeiro surto fora da África ocorreu no ano de 2003, nos Estados Unidos, e causou a infecção de mais de 70 pessoas. Na ocasião, o vírus chegou até os EUA por meio de animais contaminados.
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Monkeypox em 2022
Recentemente, no ano de 2022, novos casos da monkeypox foram observados em regiões fora da África. Diferentemente do que havia sido observado, nesse novo surto a maioria dos infectados não apresentava histórico de viagens para áreas em que a doença é endêmica. Além disso, nenhum surto havia sido registrado de maneira simultânea em vários países até então.
Em julho do mesmo ano, com mais de 16 mil casos notificados em 75 países desde maio, o diretor-geral da OMS declarou que o surto atual da monkeypox constituía uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Na ocasião, a OMS considerou o risco da varíola moderado em todas as regiões do mundo, com exceção da região europeia, na qual o risco foi considerado alto.
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Monkeypox no Brasil
Pouco depois do anúncio de emergência pública feito pelo diretor-geral da OMS, o Ministério da Saúde confirmou, em 29 de julho de 2022, a primeira morte por monkeypox aqui. Em agosto do mesmo ano, houve um pico da doença no Brasil que somou mais de 40 mil casos. Em 2023, houve grande queda dos números, que se reduziram a cerca de 400 casos. Em agosto de 2024, deu-se a média de 45 novas infecções por mês, dado que traz certo alívio para a população, mas que não pode ser negligenciado.
De acordo com o site Agência Brasil, em relação a dados do Ministério da Saúde sobre a doença: “[…] entre 2022 a 2024, o Brasil registrou quase 12 mil casos confirmados e 366 casos prováveis de mpox. Há ainda 66 casos classificados como suspeitos e um total de 46.354 casos descartados”.|1|
Nota
|1|LABOISSIÈRE, P. Brasil tem média de 40 a 50 casos novos de mpox por mês. Agência Brasil. Disponível aqui.
Fontes
FIOCRUZ. Existe vacina para a monkeypox? Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Disponível em: https://portal.fiocruz.br/pergunta/existe-vacina-especifica-para-monkeypox
FIOCRUZ. Quem já se vacinou contra a varíola no passado está protegida contra a monkeypox? Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Disponível em: https://portal.fiocruz.br/pergunta/quem-ja-se-vacinou-contra-variola-no-passado-esta-protegida-contra-monkeypox
FIOCRUZ. Monkeypox. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Disponível em: https://portal.fiocruz.br/monkeypox
LABOISSIÈRE, P. Brasil tem média de 40 a 50 casos novos de mpox por mês. Agência Brasil. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-08/brasil-tem-media-de-40-50-novos-casos-de-mpox-por-mes