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A varíola é uma doença descrita desde a Antiguidade e que foi completamente erradicada do planeta pela vacinação. A Organização Mundial da Saúde declarou a erradicação da doença em 8 de maio de 1980, durante a 33ª Assembleia Mundial da Saúde. Antes da vacina, a varíola era responsável por um grande número de mortes. De acordo com a Agência Fiocruz de Notícias, “a doença, capaz de matar cerca de 30% dos infectados, dizimou boa parte da população do Rio de Janeiro no início do século 20”.
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Tópicos deste artigo
- 1 - O que é a varíola?
- 2 - Agente causador da varíola
- 3 - Transmissão da varíola
- 4 - Sintomas da varíola
- 5 - Diagnóstico da varíola
- 6 - Tratamento da varíola
- 7 - Breve história da vacina contra varíola
O que é a varíola?
A varíola é uma doença infecto-contagiosa causada por um vírus e que se destaca como uma das doenças que mais causou mortes na história da humanidade. Ela teria surgido na Índia, existindo descrições na Ásia e África antes mesmo da era cristã. No Brasil, a doença foi descrita pela primeira vez em 1563, na Bahia.
A varíola é classificada em dois tipos: varíola major e varíola minor. A varíola major é o tipo mais letal da doença, apresentando uma letalidade de cerca de 30%. A varíola minor, por sua vez, é um tipo mais brando, com uma letalidade inferior a 1%.
Agente causador da varíola
A varíola é uma doença causada pelo vírus Orthopoxvirus variolae, da família Poxviridae e do gênero Orthopoxvírus. O vírus é de DNA e pode permanecer viável por vários meses no meio ambiente.
Transmissão da varíola
A transmissão da varíola ocorre, na maioria das vezes, por inalação de gotículas contendo o vírus, as quais são eliminadas pelo doente ao falar, tossir ou espirrar. Apesar de menos comum, a varíola pode ser contraída ao manusear-se roupas, lençóis ou outros objetos contaminados pelo doente, por exemplo.
Sintomas da varíola
O período de incubação médio da varíola é de 12 dias. Após isso, os sintomas surgem de maneira abrupta, sendo marcados pelo surgimento de febre alta, dores de cabeça, dores no corpo, abatimento e calafrios. Esses sintomas têm uma duração de cerca de quatro dias, e, após esse período, a doença progride para a forma mais grave, com redução da febre e surgimento de erupções na pele.
As lesões iniciam-se como máculas (lesão sem relevo), depois tornam-se pápulas (elevação sólida), e, posteriormente, tornam-se vesículas contendo líquido e cercadas por um halo eritematoso regular. As vesículas evoluem para pústulas (pequenas bolhas cheias de pus). Durante essa fase da doença, o risco de cegueira é grande, pois as lesões provocam coceira, e, ao coçar e tocar os olhos, o doente pode desencadear inflamação no órgão.
As lesões evoluem, posteriormente, para crostas e a febre regride. As crostas caem cerca de 10 dias após sua formação. Ao cairem, elas podem deixar cicatrizes permanentes na pele. As mortes em decorrência da varíola ocorriam, geralmente, devido a uma resposta inflamatória massiva que provocava choque e desencadeava a falência múltipla dos órgãos.
Veja também: Sepse – resposta inflamatória sistêmica
Diagnóstico da varíola
O diagnóstico da varíola é basicamente clínico. O exame laboratorial para diagnosticar-se a doença é feito, por exemplo, por meio do cultivo do vírus do sangue ou de lesões na pele.
Tratamento da varíola
Quando a doença ainda ocorria no planeta, nenhum tratamento era efetivo. O tratamento indicado tentava amenizar a coceira e a dor causada pelas lesões, era, portanto, exclusivamente sintomático e não curativo. A taxa de sobrevivência estava diretamente ligada ao tipo de varíola adquirida. A letalidade podia chegar a 30%.
Breve história da vacina contra varíola
A vacina contra a varíola foi a responsável por erradicar a doença do planeta, pondo fim em anos de mortes e sequelas irreversíveis. A vacina contra a varíola foi criada por Edward Jenner, um médico da Inglaterra.
Ele observou, em 1789, que pessoas que ordenhavam vacas não contraíam a varíola após adquirirem a varíola bovina. Em 1796, ele extraiu o pus presente em uma lesão de uma pessoa que tinha contraído a varíola bovina e inoculou-o em um menino saudável, o qual adquiriu a doença de forma branda.
Passado algum tempo, Jenner inoculou, no mesmo menino, o material retirado de uma pústula de uma pessoa com varíola humana. O menino não contraiu a doença, o que significou que ele estava imune a ela. Jenner, então, fez a experiência com outras pessoas, inclusive com o seu próprio filho. Os resultados do experimento foram publicados em 1798.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia