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Febre do oropouche

A febre do oropouche é uma doença causada por um arbovírus e que tem sintomas parecidos aos da dengue.

Mosquito Culicoides sonorensis, do mesmo gênero do mosquito causador da febre do oropouche, o Culicoides paraensis.
O mosquito Culicoides sonorensis (imagem) pertence ao mesmo gênero do mosquito causador da febre do oropouche, o Culicoides paraensis.
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A febre do oropouche é uma doença causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) e é transmitida por mosquitos, especialmente da espécie Culicoides paraensis. O aumento significativo dos casos da região Amazônica trouxe grandes preocupações para a comunidade e autoridades.

Os sintomas da febre do oropouche são bastante similares aos causados pela dengue, o que causa uma subnotificação dos casos de pessoas afetadas por essa doença, pois acabam recebendo o diagnóstico equivocado. A melhor forma de se prevenir contra a doença é por medidas que controlem a proliferação do mosquito que carrega o vírus.

Leia também: Dengue — detalhes sobre a doença viral considerada um grave problema de saúde pública no país

Tópicos deste artigo

Resumo sobre febre do oropouche

  • A febre do oropouche é causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) e é transmitida por mosquitos, principalmente Culicoides paraensis.
  • Entre os sintomas desencadeados pela febre do oropouche, estão: dores de cabeça, dores musculares, febre e náusea.
  • O diagnóstico da doença não é tão simples, pois os sintomas são muito parecidos com os causados pela dengue.
  • O tratamento da doença é sintomático, e busca amenizar os sintomas apresentados pelos pacientes.
  • A transmissão da doença para seres humanos se dá pela picada do mosquito que carrega o vírus.
  • O controle do vetor é uma das medidas mais eficazes para o controle da doença.
  • Embora muitas vezes possam ser confundidas, a febre do oropouche e a febre mayaro são causadas por vírus diferentes e transmitidas por mosquitos diferentes.

O que é febre do oropouche?

A febre do oropouche é uma doença causada pelo arbovírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV). O arbovírus é um tipo de vírus transmitido por artrópodes, e, no caso da febre do oropouche, sua transmissão se dá pela picada de mosquitos, principalmente da espécie Culicoides paraensis

Surtos causados pelo vírus oropouche são registrados no Brasil desde a década de 1970. Casos da doença também já foram registrados em outros países da América do Sul e Central, como Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela. Atualmente, existe um aumento significativo de casos na região do Amazonas, o que tem preocupado a população e as autoridades.

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Causas da febre do oropouche

A febre do oropouche é causada pelo vírus da espécie Orthobunyavirus oropoucheense, o agente etiológico da doença. O vírus é transmitido para os seres humanos pela picada de mosquitos, principalmente os da espécie Culicoides paraensis, vetor que carrega o vírus e transmite-o para os seres humanos.

Sintomas da febre do oropouche

Os sintomas causados pela febre do oropouche são similares aos causados pela dengue. Alguns são:

  • dor de cabeça;
  • dor muscular;
  • dor nas articulações;
  • diarreia;
  • náusea;
  • febre;
  • calafrios.

Importante: Em alguns casos raros, podem acontecer erupções cutâneas e sinais hemorrágicos. Mais raramente ainda, podem acontecer problemas mais graves, como meningites e meningocefalites.

Diagnóstico da febre do oropouche

O diagnóstico da febre do oropouche não é tão simples, uma vez que os sintomas da doença são muito parecidos com os causados por outras doenças, como a dengue. Dessa forma, muitos casos de pessoas infectadas pelo vírus oropouche acabam sendo diagnosticados como dengue, o que provoca uma subnotificação dos casos de febre do oropouche.

A falta de testes específicos para a febre do oropouche contribui para a confusão diagnóstica. Muitas vezes, os profissionais de saúde dependem de exames laboratoriais, como testes sorológicos e moleculares, para confirmar a infecção. No entanto, esses testes podem não estar prontamente disponíveis em todas as regiões afetadas, prolongando o período de diagnóstico e atrasando medidas de controle.

Tratamento da febre do oropouche

O tratamento da febre do oropouche é sintomático, focado no alívio dos sintomas e no suporte ao paciente durante o curso da doença, já que não existe um medicamento específico para combater o vírus. Assim, as medidas adotadas nesses casos são as seguintes:

  • Medicamentos: uso de medicamentos já conhecidos que atuam como antitérmicos, analgésicos e anti-inflamatórios.
  • Repouso e hidratação: descanso adequado e ingestão de líquidos são fundamentais para ajudar na recuperação e prevenir a desidratação.

Importante: Em situações em que a febre do oropouche apresenta complicações mais graves ou em casos de suspeita clínica que requerem uma confirmação específica, são realizados testes laboratoriais e moleculares. Esses testes têm como objetivo identificar o genoma do vírus Oropouche no organismo do paciente, proporcionando um diagnóstico mais preciso e permitindo um manejo mais adequado da condição.

Consequências da febre do oropouche

As consequências da febre do oropouche variam de casos assintomáticos ou leves a manifestações mais graves, incluindo febre, dores musculares e articulares. Em alguns pacientes, a infecção pode evoluir para complicações neurológicas, como meningite e encefalite.

A doença pode impactar a qualidade de vida e a produtividade, sendo cruciais o diagnóstico precoce e o manejo adequado para evitar complicações mais graves.

Transmissão da febre do oropouche

A transmissão da febre do oropouche pode ser feita por dois ciclos — o ciclo silvestre e o ciclo urbano. Segundo o Ministério da Saúde, esses dois ciclos de transmissão se dão da seguinte maneira:

  • Ciclo silvestre: o vírus é hospedado por animais como bichos-preguiças e macacos. Alguns mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. Ainda assim, o mosquito Culicoides paraensis, também chamado de maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal vetor.
  • Ciclo urbano: nesse ciclo, os seres humanos são os principais hospedeiros do vírus, e o mosquito Culicoides paraensis permanece como o vetor principal. Ocasionalmente, o mosquito Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode transmitir o vírus.

Nesses dois ciclos, a transmissão ocorre quando um mosquito infectado pica um hospedeiro suscetível, introduzindo o vírus em sua corrente sanguínea. O vírus então se multiplica no hospedeiro, o que pode resultar no surgimento dos sintomas característicos da febre do oropouche. À medida que os mosquitos picam hospedeiros já infectados, tornam-se vetores potenciais, capazes de transmitir o vírus a novos hospedeiros.

Veja também: Febre do nilo ocidental — outra doença viral transmitida por meio da picada de um mosquito

Prevenção da febre do oropouche

As formas de prevenção da febre do oropouche recaem sobre medidas que evitam a proliferação do mosquito e reduzem a exposição a ele. Algumas dessas medidas são:

  • Uso de repelentes: aplicar regularmente repelentes de insetos na pele exposta, seguindo as orientações do produto, é uma medida eficaz para evitar picadas de mosquitos.
  • Roupas protetoras: utilizar roupas de manga longa, calças compridas e sapatos fechados, especialmente durante as atividades ao ar livre em áreas onde a doença é endêmica, reduzem a exposição da pele às picadas de mosquitos.
  • Telas em portas e janelas: instalar telas em portas e janelas ajuda a impedir a entrada de mosquitos em ambientes internos, proporcionando uma barreira adicional de proteção.
  • Controle do vetor: implementar medidas de controle de mosquitos — como a eliminação de criadouros de larvas, a aplicação de inseticidas e o uso de mosquiteiros — pode contribuir para reduzir a população de mosquitos transmissores.
  • Conscientização da comunidade: educar a comunidade sobre as práticas de prevenção, os sintomas da doença e a importância de buscar atendimento médico em caso de suspeita de infecção é crucial para o controle da doença.
  • Pesquisa e vigilância epidemiológica: investir em pesquisas para o desenvolvimento de vacinas e métodos de controle eficazes, juntamente à vigilância epidemiológica para monitorar a propagação da doença, é fundamental para a prevenção da doença.

Febre do oropouche e febre mayaro

A febre do oropouche e a febre mayaro são doenças causadas por arbovírus, transmitidas por mosquitos e que ocorrem nas Américas. No entanto, elas são causadas por vírus diferentes e apresentam algumas diferenças em termos de sintomas e vetores:

  • Febre do oropouche:
    • Causador: Orthobunyavirus oropoucheense (OROV).
    • Vetor principal: mosquito Culicoides paraensis.
    • Sintomas: sintomas semelhantes aos da dengue, tais como febre, dores musculares e articulares, dor de cabeça, podendo evoluir para complicações neurológicas em casos raros.
  • Febre mayaro:
    • Causador: vírus Mayaro (MAYV), da família Togaviridae.
    • Vetor principal: mosquito do gênero Haemagogus.
    • Sintomas: semelhantes aos da dengue e febre chikungunya, incluindo febre, dores articulares intensas e erupções cutâneas.

Para saber mais detalhes sobre a febre mayaro, clique aqui.

Fontes

BRASIL. Febre do Mayaro. Ministério da Saúde, [s.d.]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-do-mayaro.

BRASIL. Febre do Oropouche. Ministério da Saúde, [s.d.]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-do-oropouche.

MENEZES, M. Fiocruz confirma primeiro diagnóstico de febre oropouche no RJ. Fiocruz, 04 mar. 2024. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/2024/03/fiocruz-confirma-primeiro-diagnostico-de-febre-oropouche-no-rj.

PEREIRA, Cristian dos Santos et al. Epidemiologia, diagnóstico e tratamento da febre de Oropouche no Brasil: revisão de literatura. Epidemiology, Diagnosis and Treatment of Oropouche Fever in Brazil: A Literature Review. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 6, p. 23912-23920, 2021.

Escritor do artigo
Escrito por: Nicole Fernanda Sozza Formada em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo. Desde 2021 atua na elaboração e revisão de conteúdos didáticos de Ciências e Biologia. Atualmente se dedica ao estudo de edição e preparação de textos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOZZA, Nicole Fernanda. "Febre do oropouche"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/febre-do-oropouche.htm. Acesso em 27 de abril de 2024.

De estudante para estudante


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